Quatro ladrões e o alquimista. -Glazie, 12 de setembro de 1998.

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A taverna estava lotada, até mais do que o normal. Talvez isso fosse explicado pela taverna de Filip Thatcher ter sido fechada por ordens de Krait, o homem que governava sobre o maior país do Ocidente com a sede do governo na maior cidade do mundo, Glazie, esse homem além disso também tinha o Ocidente na palma de sua mão.

Com a fechada da outra taverna, então todos passaram para a taverna do inferno. Possivelmente o único local que as leis não eram totalmente respeitadas, pelo menos não ainda.

O taverneiro conversava com um estranho grupo de homens, quatro deles para ser exato, todos com espadas em suas cinturas. Eram pobres, mal possuíam vestimentas, simples membros de gangues.

–Não vou banir meus clientes! E que o Granter vá se foder! –O taverneiro gritou com os homens. Eles olharam ao redor, encarando os clientes e logo depois o taverneiro novamente, estavam ansiosos para sacar suas armas e começar um massacre.

O homem atrás do balcão, este era Ronnie Ferrus, ele se negava a expulsar tudo que era banido no resto da cidade: magos, feiticeiras, caçadores de monstros, anões, elfos e tudo que parecesse bizarro aos olhos humanos. Os soldados de Krait se negavam completamente a perturbar o garoto, pois o pai de Ronnie, Elias Ferrus, possuía um ótimo lugar na corte e um poder suficientemente grande para mandar guilhotinar alguns guardas.

Ronnie não se intimidou com a ameaça, continuou parado encarando os criminosos. Após alguns segundos ele continuou:

–Por favor, saiam do meu estabelecimento antes que eu bata tanto em vocês que se desmaiarem e nunca voltarem a acordar terão sorte.

Ele era extremamente corajoso para dizer aquilo, principalmente pelo fato de provavelmente nunca ter estado em uma briga de verdade.

Aqueles homens, se é que podem ser chamados assim, sacaram suas armas e se prepararam para matar Ronnie. Mas antes que pudessem efetuar qualquer movimento, caçadores entraram no estabelecimento, quase que chutando a porta.

Suas armaduras negras, leves como pena, resistentes como uma rocha maciça, brilhavam como se houvessem acabado de ser polidas. Essas armaduras caracterizavam os mercenários do rei Krait, homens que eram pagos para eliminar tudo que fosse estranho, então claro que se aproveitavam dessa permissão de matar, ou extorquir, ou roubar quem eles bem entendessem.

–O que está acontecendo aqui? –O aparentemente capitão dos caçadores, questionou ao agora aterrorizado grupo de criminosos.

Os quatro homens embainharam suas espadas novamente, não ousariam mexer com os caçadores, era ruim para os negócios.

–Estão querendo começar um motim? – O oficial dos caçadores questionou novamente e se aproximou dos membros de gangue.

–Não senhor... nós só estávamos... –O homem gaguejou. – Conversando com esse bom homem. – O líder dos ladrões, forçou um sorriso e apontou para Ronnie.

Claro que o oficial sabia exatamente o que aconteceria se ele e seus homens não houvessem interrompido, os caçadores podiam ser tudo, mas não eram imbecis.

–Talvez vocês devessem aprender como tratar o filho de Elias Ferrus. – O oficial esmurrou com força o rosto do líder dos bandidos.

O líder do bando de criminosos se assustou, teoricamente eles e os caçadores tinham um acordo para não se matarem, e aquele soco era basicamente um convite para a matança. Todos os quatro ladrões sacaram suas espadas, mas, em contrapartida, somente o capitão dos caçadores sacou sua arma.

Crônicas Von Graad: O Início Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora