Saúdem o rei da cidade morta. -Lirius, 29 de setembro de 1998.

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Haviam se passado quase duas semanas e meia, desde que os dois irmãos haviam saído de Glazie. Com diversas paradas pelo caminho, acabou sendo uma viagem mais longa do que o esperado. Estavam cavalgando na estrada principal de acesso a Lirius, já estavam próximos da cidade, mas andavam devagar, encarando o horror que estava à frente do estreito. Plantas mortas, um cheiro de carniça vindo de corpos descartados em um riacho próximo, aquela cidade aparentava nunca haver passado por seus dias de glória, quando as famílias reais de todo o oriente se juntavam para uma enorme festa.

Um guarda veio correndo na direção dos irmãos usando uma armadura, se é que podia chamar aquele lixo disso, e uma espada. O homem já era velho, e mal aguentava a corrida até onde os irmãos estavam.

–Parados! Ninguém entrará sem a autorização do rei. –Ele disse, ofegante.

–Diga a Hans, que somos os irmãos Von Graad, e viemos acabar com a maldição. –Ele ordenou ao guarda.

–Hans? Ele não governa essas terras a quatro invernos.

–E quem é a cria de cortesã que governa vocês? – Perguntou, ainda confuso.

Um homem veio cavalgando de longe, em um cavalo de pelagem marrom. Ele não acreditou em quem via vindo ao longe, usando uma armadura digna de um rei.

Seu braço direito era protegido pela armadura, com um leão no ombro, assim como seu peito e seu abdômen, uma armadura forjada com metais leves e resistentes, para permitir mais agilidade, feitas por um mestre. Seu braço esquerdo não possuía proteção alguma, deixando o membro desprotegido. Utilizava uma calça semelhante à de Clint, preta e lisa. Ele tinha um cabelo loiro escuro e curto, além de uma barba bem cuidada e olhos de cor azul safira, podia se dar como único defeito em seu rosto uma cicatriz profunda que contornava a lateral de seu olho e sobrancelha direta indo até quase o pescoço. Ele também carregava uma cimitarra de prata na cintura, era uma arma utilizada pelo alto escalão militar Prusso e que havia tido sua produção interrompida faziam quase dois séculos.

–Liam? –Alex questionou.

O aparente monarca se aproximou de Alex e respirou profundamente, aparentemente sem se importar com o cheiro de cadáveres apodrecendo próximo dali.

–Cheiro de lavanda. Seja bem-vinda a Mardonia, Alex Von Graad. –Liam olhou para ele. –E você... tem cheiro de bebida, da pior qualidade possível. Passa muito tempo em tavernas?

–Não se lembra de mim? Clint...

–Ah sim! Cristine vive falando sobre você. Somente entre nós, ela é doida por você. –O Magik disse rindo e se aproximou dele. –Um abraço, irmão.

Liam deu um abraço apertado em seu antigo colega, que não conseguiu retribuir por estar muito ocupado tentando assimilar toda a informação.

Clint achava que Liam se lembrava dele, pois Cristine dizia que ele se lembrava das pessoas só não das lembranças com elas, mas ele não o reconhecer, foi um choque completo.

O Magik pensou que poderia estar diferente, por isso não ser reconhecido por seu amigo, mas, mesmo assim, era coisa demais para se entender naquele momento, considerou melhor deixar para outro momento.

–Venham, me acompanhem.

Os quatro começaram a andar lado a lado montados sobre os cavalos, e o soldado ia andando, Liam continuava inspirando como se o cheiro de carniça não o incomodasse.

–Mirk, venha. –Liam parou e desceu do cavalo. –Suba. –Ele sinalizou na direção do cavalo.

–Obrigado, senhor.

Crônicas Von Graad: O Início Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora