Um último drinque em honra de nossa morte! -Lirius, 21 de outubro de 1998.

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Liam estava extremamente bêbado, cantando com os bardos na taverna. Cristine o observava atentamente, afinal ele estava sem camisa e demonstrando o físico invejável que a maldição nem chegou perto de afetar. Ao lado dela, Leonard brincava com uma moeda, nem se dando conta do que estava acontecendo.

Celleste e Clint estavam sentados nos bancos a frente do balcão, bebendo o máximo que podiam e talvez até competindo, mesmo sem terem dito uma palavra sobre qualquer disputa. O magik tinha um caneco na mão que já havia sido enchido umas dez vezes.

–O Liam canta muito mal. –Celleste comentou com ele, rindo do vocal agudíssimo do governante.

–Quer ver eu me juntar a ele? –Clint questionou em resposta.

–Se você tirar a camisa e cantar fico mais uma hora. –Ela já tinha que ir, a guarda não queria esperar a festinha deles.

Um dos comandantes da guarda adentrou a taverna e se dirigiu a imperatriz, tentando pedir gentilmente pela décima vez para que ela se juntasse aos soldados que a escoltariam.

–Vossa majestade, essas festividades não trarão nenhum benefício ao império, sua ausência é... –Ele foi interrompido por Clint jogando uma garrafa de vodka em sua direção, provavelmente tentando acertar o comandante.

–Permita-me aproveitar meus últimos momentos ao lado dos meus amigos, capitão. Estás dispensado por mais uma hora. –Ela quase travava ao falar de tão bêbada.

Clint tirou a jaqueta e sua camisa, arremessando-as nas costas da imperatriz, que tomou um susto e virou bruscamente na direção dele. Ela mandou um beijo para ele, que educadamente respondeu com uma bela visão de seu dedo do meio, relembrando-a do motivo de amar aquele imbecil.

Juntos, os dois amigos começaram a cantar uma peça de teatro inteira, parte das primeiras aulas dos magiks. Era impossível que lembrassem a letra completamente, por isso, provavelmente não acabariam a apresentação, afinal ela tinha mais de uma hora.

–Liam, quem era você na peça? –Clint perguntou bêbado, enquanto os bardos continuavam a tão conhecida canção.

–A árvore, porra, eu fui a merda da árvore! –Ele xingou em resposta, com seu amigo rindo descontroladamente após isso.

–Você ficaria incomodado se eu desse uma pegada no teu galho? –Gritou.

–Vai se foder! Fique de viadagem com a Celleste, só a Cristine tem o privilégio de tocar! –Liam gritou em resposta.

Eles falavam muito alto, então provavelmente todos a quilômetros de distância escutavam aquela conversa completamente madura de dois idiotas com mais de um século de idade.

A imperatriz se sentou ao lado de Cristine e Leonard, e logo em seguida cumprimentou-os.

–Por que eles são assim? –Leonard questionou-as.

–Pelo mesmo motivo que eu quero chorar agora, álcool. –Cristine respondeu.

–Quer chorar, meu anjo? –Celleste ofereceu-a o ombro, e ela não ousou negar. –Vai dizer que nunca fez alguma merda enquanto estava bêbado?

–Eu não fico bêbado. –Ele respondeu seco. –Vampiros não sofrem efeito do álcool da mesma forma que vocês, não faço a menor ideia de como é a sensação.

–Leonard, sua vida é uma bosta! –Cristine gritou.

Clifford também estava lá, montando um castelo com as garrafas vazias, não parecia algo prazeroso, mas o elfo estava se divertindo, de alguma forma.

Crônicas Von Graad: O Início Do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora