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- Chase Hudson

Quando chegamos na casa de Charli, ela desceu do carro sozinha e caminhou até a porta. Seus pais correram na sua frente e abriram, fiquei mais para trás mas os segui.

- O que quer fazer? - Charli perguntou com um sorriso fraco no rosto.

- Quero te contar uma coisa.

- Vamos subir - ela fez menção de subir as escadas e eu segurei sua mão - Chase...

- Deixa eu te ajudar - pedi e ela virou para olhar para mim.

Charli ficou me encarando, seus olhos conseguiam me dizer o que ela queria. "Por favor, não vá embora.", foi isso que eu entendi, mas poderia estar errado. Segurei o rosto dela com uma mão e Charli fechou os olhos. Ela parecia tão vulnerável, ela realmente era. Pela segunda vez em pouco tempo senti que precisava protegê-la, eu não podia parar a dor, mas eu faria de tudo para diminuir.


- Se você continuar me olhando assim - Charli falou e abriu os olhos - eu vou te beijar bem aqui, na frente dos meus pais.

Não consegui não rir baixinho.

- Um.

- Vamos logo, você não pode ficar muito tempo em pé - falei e Charli bufou correndo as escadas - ei! O que foi? - a segui até o quarto.

- Tá vendo? Não é isso que eu quero!! Eu te contei da doença para você perceber que isso não tá certo!

- Isso o que??

- Você ficar se preocupando, eu não sou vidro!

- Eu me preocupo com você desde a primeira vez que saímos, não tem nada de novo nisso.

- Com tudo o que aconteceu, tudo o que foi dito e nós não podemos retirar... sabemos como isso termina. Não podemos mais nos ver Chase, é sério - ela abaixou a cabeça - antes eu era uma garota normal pra você, mas tudo mudou. Acabou o que nós quase começamos.

Começamos sim, para mim havíamos começado. Charli chegou na minha vida de um jeito bem sutil, foi por olhares, e não seria diferente o jeito que ela iria, não seria com essa gritaria e tantas lágrimas.

Percebi que eu estava em um clima e ela em outro, pois suas lágrimas não paravam de cair. Eu estava levemente animado pelo que eu iria fazer, enquanto o mundo de Charli parecia estar sendo demolido (não que o meu não estivesse).

- Eu tenho um plano - minha voz saiu rouca, talvez por estar segurando o choro.

Charli levantou a cabeça e ficou esperando, sorri fraco e cutuquei ela com o cotovelo, ela riu.

- Qual é o seu plano? - segurei a mão dela e nós sentamos no chão, frente a frente.

- Não temos tempo a perder não é? Quero aproveitar o tempo que ainda temos, por isso eu queria... quero te chamar para morar comigo - Charli arregalou os olhos - não é um casamento, é só porquê...

- Isso é loucura - ela segurou meu rosto - não podemos fazer isso.

- Por que não Charli?

- Porque vai doer demais quando acabar.

- Deixa doer - fiquei de joelhos mais perto do rosto dela - vai doer só em mim, não tem problema.

- Esse é o problema, eu não quero te ver mal - ela abaixou a cabeça de novo, mas segurei seu rosto fazendo-a olhar para mim.

- Eu não vou estar mal do seu lado, se você ficar Char...- limpei uma lágrima do rosto dela - me deixa ser feliz e te fazer feliz pelo tempo que a gente ainda tiver.

𝗛𝗮𝗽𝗽𝗶𝗲𝗿, chacha ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora