Quase nunca estamos satisfeitos. Sempre queremos mais, e são raras as vezes que sabemos lidar com esse "mais" com sabedoria e cautela. No campo do conhecimento não é diferente. O que o outro sabe nunca é suficiente e temos aí a motivação de superá-lo. E como fazer isso?
Que tal pela persuasão?
Sim, essa arte de convencer as pessoas de que estamos certos e cheios de razão (mesmo quando estamos longe dessa suposta verdade).
Desde os tempo antigos o ser humano sente a necessidade de persuadir, interpelar pessoas com novas (ou velhas) informações e, assim, impor nossa visão de mundo. Da persuasão vem o poder, talvez seja esse seu grande motivador.
Quer conhecer uma pessoa? Dê-lhe poder! Diversas vezes ouvimos isso e poucas vezes pensamos em sua profundidade e presença em nosso dia a dia.
Chefes querem persuadir funcionários. Professores querem persuadir alunos. Políticos querem persuadir a população. E assim esse ciclo segue, quase como regra geral da existência.
E qual o jeito certo de persuadir?
Acho que a pergunta seria melhor colocada neste contexto se perguntássemos: "Existe um jeito certo para persuadir alguém?"
Pode não ser o modelo ideal para a sua realidade, mas tem servido e muito à mim o modelo que aqui apresento. Para isso, continue essa leitura com a mente aberta e livre de qualquer arma pré-conceituosa e faça deste texto um norte para a autonomia do seu pensamento e da elaboração de suas técnicas de persuasão:1° TENHA ARGUMENTOS E ESTEJA CONVENCIDO DELES
Para persuadir alguém é preciso estar certo do que se quer.
Qual seu objetivo? Utilizará esse meio para chegar a qual fim?
A partir daí busque ampliar seu conhecimento. Procure entender os dois lados (sempre há dois lados para analisar). Escreva seus argumentos, crie hipóteses sobre eles e faça dissertações e teses sobre essas hipóteses. Esteja ciente de que será abordado de diversas maneiras, te contestarão e te questionarão sobre a verdade dos fatos que estará apresentando. Treine na frente do espelho, tenha "cobaias" (peça opinião de amigos mais próximos ou familiares).
Argumentos salientados, estudados e contestados: o próximo passo é você se convencer da veracidade de cada um deles, afinal, a certeza nunca vacila na frente das multidões. Acredite em cada palavra que pensou, que escreveu. Assim o fazem os políticos e suas promessas (persuasivas) nos tempos de eleições. Há sempre aquele argumento incontestável, por ter sido bem aplicado e ter nele um mínimo de verdade: "rouba, mas faz", "pior do que está não fica" e tantas outras pérolas das propagandas eleitorais gratuitas.
O sucesso para que se elejam e se reelejam por incontáveis vezes é justamente esse: eles acreditam no que falam. Defender o mocinho e punir o bandido nem sempre conduzem à moral e ética de um posicionamento, de um pensamento ou de uma ação persuasiva. As vezes temos que lançar mãos a recursos, outrora julgados como "escusos" para galgar nossos objetivos (não se sinta incentivado ao "crime", mas ao bom senso de saber apelar sem prejudicar ninguém). Sorrisos e lágrimas cativam e comovem, respectivamente. Quem sabe funcione com você!2° DEMONSTRE CONFIANÇA: SEJA PRÁTICO E ÓBVIO
Neste ponto você já está convencido de seus propósitos e argumentos, isso garante 50% do seu sucesso na persuasão. Agora terá que se esforçar para demonstrar confiança naquilo que se propôs a falar e fazer. Sabe aqueles livros sobre linguagem corporal e seus sigficados "ocultos"? São uma boa ferramenta para quem intenta fazer da persuasão um meio de vida. Neles você aprende que certas ações gestuais estão sempre recheadas de reações subconscientes, as tais "segundas intenções". Assim podemos nos precaver diante de um treinamento, evitando cair nesses manuais enquanto temos um diagnóstico imediato da persuasão que estamos aplicando (lembre-se que eu disse no início deste texto que tudo sempre tem dois lados a analisar).
Na fala e na ação seja prático (seja objetivo), mostre que você não está para brincadeiras e não arredará o pé de suas convicções enquanto não convencer (pela persuasão) de que sua postura é a mais correta, ou melhor, a ideal!
Lance mão à razão e demonstre ser óbvio tudo o que está falando e fazendo. Tipo: "meu, isso é óbvio, está claro" (neste ponto, cuide para não parecer chato, demagogo e menos ainda, hipócrita). Saiba aproveitar as oporunidades para falar e agir nos momentos certos, isso evita o mal da "inconveniência".3° SEJA DIVERTIDO
Bom humor resolve tudo!
Se você é uma pessoa mal humorada ou que oscila seu temperamento no decorrer do dia junto com o clima da cidade de São Paulo, nunca terás sucesso na arte de persuadir.
Entre em uma rotina de reeducação para o bom humor. Sorria mais. Permita-se a diversão. A transformação acontece primeiro em nós. Faz parte da etapa de auto-convencimento, convença-se do bom humor e da diversão também.
Note que entre as cansativas letras miúdas de um jornal sobre política ou economia, sempre encontramos charges, caricaturas, tirinhas que quebram o gelo da seriedade ali abordada, trazendo um resumo da notícia em imagens "engraçadas", "divertidas". Isso acontece há seculos, não sai de moda, logo, FUNCIONA.
Tome cuidado com os exageros em todas as etapas: por mais que não seja verdade, seja coerente em seus argumentos e evite ser exaustivo; seja confiante, mas cuide para não ficar com a imagem negativa de "dono da verdade"; por fim, cuidado para não se tornar um fanfarrão, aquele cara das piadas repetitivas e sem graça. Tenha razão em sua persuasão.O sucesso depende do empenho naquilo que pensamos, e mais ainda da disciplina que implicamos no processo de realização de um ideal.
Fracasso existe apenas àqueles que não sabem do próprio potencial e desistem frente ao primeiro obstáculo.
Seja persuasivo!Mas ante de tudo, seja humano. Ame a si mesmo, ame seus ideais e ame todos que de maneira direta ou indireta estão inseridos em seus objetivo. Ninguém vence humilhando outras pessoas. Assim como uma vida de más ações não pode ser considerada vitoriosa.
Persuasão é merecimento!