Desde então, não haviam dito nenhuma palavra direcionada um ao outro. Os dias passaram de forma rápida e ambos continuaram seguindo sua vida de forma habitual. Às vezes, se esbarravam em meio aos corredores da faculdade e outras, um era pego fitando o outro à distância. E as reações sempre eram as mesmas: ficavam envergonhados e fingiam que nada daquilo havia acontecido.
Quanto mais tempo passava, mais a ansiedade do ruivo aumentava pois significava que a "festa" na casa do grisalho estava perto. E obviamente, havia colocado "metas" para aquela noite e estava determinado em concluí-las.
Seu objetivo era beijar o moreno, era tudo o que mais queria.
Havia construído um plano? Sim, tinha construído, mas podemos dizer que ele é um pouco irrealista. Basicamente, iria desenrolar o papo, chamar Kageyama para algum canto vazio da casa e por fim, beijá-lo. Fácil demais, o que torna cada vez mais o plano impossível de ser concretado.
Entretanto, na cabeça de Hinata, o plano era perfeito.
Fez diversas patrulhas para averiguar a cidade durante a semana, em busca de saber se tudo estava em seu devido lugar e se havia algum sinal de perigo. De vez ou outra aconteciam alguns roubos, mas nada fora a isso. Aliás, algo assim a própria polícia poderia resolver sozinha. Não havia aparecido nenhum vilão maligno com um plano mirabolante. E rezava para que a cidade permanecesse em paz, umas folgas seriam boas.
Precisava colocar sua vida pessoal nos trilhos.
Como a casa do grisalho era demasiadamente longe, implorou para sua mãe levá-lo de carro até lá. Pareceu pensativa mas não demorou muito para aceitar o pedido de bom agrado, riu ao ver Hinata animado dando pulinhos pela cozinha. A tamanha felicidade a fez questionar se não havia algo especial nessa festa.
— Boa noite, mãe. — Depositou um beijo carinhoso na bochecha de sua mãe. — Até mais tarde!
Antes de abrir a porta, a mulher avisou:
— Nada de chegar tarde da noite, mocinho! — Apontou para Hinata com um tom de voz ameaçadora. — Se eu te pegar chegando em casa bêbado e de madrugada, a chinela vai voar na tua bunda, escutou? — O ruivo assentiu engolindo em seco. — Chegue antes da meia-noite, tá? Não me dê um susto como o da última vez. — Suspirou e encostou sua cabeça no volante.
Abaixou o olhar tristonho, da última vez o garoto quase a fez ter um ataque do coração por tamanha preocupação com o ruivo.
— Ok, eu prometo, mãe. — Fechou os punhos sob os joelhos. — Não vou fazer com que a senhora se preocupe comigo. — Levantou a cabeça para fitar a mulher e inflou as bochechas, transmitindo confiança a mulher. — Às 11 horas já estou em casa.
A ruiva sorriu e depositou um beijo em sua testa.
— Se divirta, pequeno. — Sorriu e afagou os cabelos de Hinata. — Me ligue para vir te buscar, ok? Pegar uber ou até mesmo ônibus à noite é perigoso.
— Ok, ok. — Antes de fechar a porta, notou que sua irmã ainda estava acordada. — Até mais, sua piolhenta! — Implicou com sua irmã mais nova, que franziu o cenho e inflou as bochechas, insinuando que ela estava irritada.
— Eu não sou piolhenta! — Exclamou alta com a voz falha.
Riu e por fim, fechou a porta e andou em direção a casa do grisalho.
Estou muito nervoso.
Até então, havia conseguido "disfarçar" o seu nervosismo, não deixá-lo tão aparente. Mas agora que estava em frente a porta, aumentou gradativamente. Começou a andar de um lado para o outro, como forma de aliviar a tensão, porém, a situação só piorou. Se encostou em um pilastra e começou a bater sua cabeça nela.
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Caught in a poorly made tangle; - KageHina
Fanfic❝ Pela ausência de inteligência e responsabilidade ao se tratar da figura morena, o herói criou um 𝘦𝘮𝘢𝘳𝘢𝘯𝘩𝘢𝘥𝘰 𝘮𝘢𝘭 𝘧𝘦𝘪𝘵𝘰 envolvendo o rapaz. Sua impulsividade lhe trouxe o seu maior medo à tona: de ter sua identidade revelada. Us...