CAPÍTULO 01

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Lira COOPER

Toco a música com um sorriso no rosto e não, não é um sorriso de pura felicidade desde o acidente eu não tenho motivos para sorrir minha vida deu uma virada enorme e agora tudo parece difícil demais para que eu poça sorrir

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Toco a música com um sorriso no rosto e não, não é um sorriso de pura felicidade desde o acidente eu não tenho motivos para sorrir minha vida deu uma virada enorme e agora tudo parece difícil demais para que eu poça sorrir.

Eu estou sorrindo por estar tocando e essa é a única coisa capaz de me fazer sorrir de verdade, por que foi tão difícil voltar a tocar e ter que aprender do início como se aí da tivesse três anos, a diferença é que eu não encherão e que minha avó está morta e não, eu não tenho mais bolinhos de chuva e nem bolo de chocolate com morango. Mas eu estou tocando e isso para mim é  o bastante.

Desde o acidente as coisas estão muito difíceis em casa, mamãe e papai estão brigando constantemente e minha irmã passa mais tempo com o namorado do que em casa, minha mãe surtou e virou uma maníaca por controle em relação a mim, ela está sempre gritando com todos e principalmente comigo, sempre falando o que estou fazendo de errado e o que não posso fazer, me monitorando e agindo como se eu fosse incapaz.

Faz um ano que estou cega, no começo foi muito difícil, eu passava mais tempo chorando do que qualquer outra coisa - Porque afinal minha vida estava destruída - Cega e com todos os meus sonhos arruinados. E então as crises de pânico e ansiedade começaram - Eu era uma inútil, um estorvo, era o motivo de todas as brigas e de toda tristeza - E todos os pensamentos ruins, todas as crises e os choros permaneceram a diferença era que agora eu escondia de todos, por que o tom de pena nas vozes das pessoas me matavam por dentro.

E tocar...Ah como eu sentia falta de tocar, era tudo de que eu precisava sentar e tocar. Porque enquanto meu tio passou por três cirurgias e saiu vivo se recuperando a cada dia, eu estava definhando e sim eu me odeio por ter esse tipo de pensamento mas minha vida está arruinada, o piano fazia parte do meu ser e agora eu não podia tocar, a minha alma estava clamando pela música para que eu colocasse toda minha tristeza, preocupação e agonia para fora em forma de uma sinfonia maravilhosamente bonita.

Mas eu não podia e então eu sentava e ficava no meu quarto me lamentando e chorando, ignorando a tudo e a todos e vivendo em uma bolha de tristeza. Metade de um ano se passou e no meu aniversário de dezesseis anos eu decidi que sim eu sofreria, eu choraria e eu me quebraria por dentro cada dia mais só que dessa vez ninguém veria, ninguém iria assistir eu morrer por dentro porque eu iria mostrar que não era digna de pena, porque daria a volta por cima  pois eu não suportava mais ouvir minha mãe me criticando e meu pai se afastando, por que eu até poderia me achar inútil mas eu ia provar que conseguia.

Então eu pedi ajuda para minha irmã e aprende a andar por cada centímetro quadrado dessa casa sem nenhuma ajuda, eu decorei a quantidade de passos que eu tinha que dar e agora sem ajuda eu conseguia andar desde o jardim até o meu quarto, sempre evitando a área da cozinha. Minha irmã voltou a ser presente, ele me entende e está sempre ao meu lado assim como minha prima e sem elas eu realmente não conseguiria e por mais que eu não desabafe de verdade e não conte tudo o que passa em minha cabeça e todos os sentimentos ruins, ainda sim é  maravilhoso ser tratada como antes.

Um professor foi contratado e outra metade do ano passou e agora eu conseguia tocar, mas eu ainda não posso ler e sim eu me recuso a aprender braille isso seria a confirmação de que é real. Minha irmã caçula Eloá ficou muito carente com tudo que aconteceu desde que saí do hospital ela só dorme comigo não disse uma palavra sobre o fato de eu estar cega. Eu sei que cada um está reagindo de uma forma e que é  difícil para todos, mas ela é  só uma criança e se adaptar a mim deve estar sendo difícil, Eloá só tem cinco anos e sempre foi muito apegada a mim desde quando era um bebezinho ela só dormia comigo e ela foi um dos principais motivos para mim tentar, afinal ela me via como a melhor pessoa do mundo como uma fada com o dom de encantar a todos com minha música e é por isso que ela me chama de fadinha.

Suspiro quando a campainha toca mas simplesmente ignoro voltando a tocar e sem que eu consiga perceber estou cantando.

Eu definitivamente amo essa música ela é linda e me passa uma sensação muito boa e ela me lembra uma coisa que minha avó me falou quando eu questionei ela sobre como ia saber que encontrei a pessoa certa para ficar ao meu lado.

" Querida quando você encontrar essa pessoa, ela vai ser capaz de olhar em seus olhos e enxergar constelações de estrelas, essas constelações vai ser a felicidade transbordando em você e se você for feliz assim, então significa que ele é a pessoa certa. "

E eu sou uma romântica incurável então sim, eu quero alguém para que eu possa recorrer, quero alguém para me beijar e abraçar e sim quero alguém que possa enxergar em meus olhos o brilho das estrelas. Talvez isso não exista, amor verdadeiro pode ser só tolice, talvez almas gêmeas não existam e talvez felizes para sempre só se encontram em livros, mas eu ainda quero isso só que estou cega e quem vai me querer?

- Priminhaaa - Ayanna m abraça do nada o que me faz ter um sobressalto- UAU que incrível.

- Desde quando você chegou?

- Desde o começo e eu vim com seu cunhado e a família dele - arregalou os olhos, eu tinha esquecido que hoje era o jantar de noivado da Ayla - E como são lindos - ela sussurra no meu ouvido.

- Oi Lira - escuto a voz de Duncan e dou um sorriso sem graça - Eu não sabia que você cantava.

- Oi - me viro para o lado de onde veio o som da sua voz - Não costumo cantar muito.

- Você está linda - ele elogia e eu queria poder me olhar no espelho para saber se isso é verdade.

- Obrigada.

Sinto ele pegar minha mão e me levanto dando três passos, me sinto observada e isso me faz tropeçar por ficar nervosa na verdade conhecer pessoas novas me deixa nervosa e agitada e por esse motivo não saiu muito de casa, me xingo por tropeçar.

- Essa é  minha mãe Gracie e meu pai Hunter.

- Muito prazer em conhece-la - o homem fala e me viro na direção da sua voz sorrindo - Você é muito bonita.

- Obrigada.

- Meu amigo Denet e meu irmão Jayden.

- É bom finalmente conhecer a irmãzinha prodígio da Ayla - dou risada e sinto alguém pegar minha mão e dar um beijo - Denet ao seu dispor - escuto risos e meu rosto esquenta.

- Oi - uma voz fala distante e só deve ser Jayden.

- Oi - sorrio ainda sentindo meu rosto quente.

................................VOTEM POR FAVOR..........................

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