Dear Professor - Remus Lupin

Capítulo 12 - Oclumência

E todas as crianças gritaram
Por favor, pare, você está me assustando
Eu não consigo impedir essa energia terrível
É isso aí, acho bom ter medo de mim
Quem está no controle?
Halsey

O inverno estava no início e já podia-se ver as ruas parcialmente cobertas com um tapete branco. A temperatura também havia baixado drasticamente, fazendo com que Amélia tivesse que se aquecer com as milhares de camadas de roupas quando foi a estação no dia anterior.
Lembrava bem da sensação, o casaco de longa cobrindo quase por completo as suas roupas, botas revestidas aquecendo seus pés e os dedos de Remus entrelaçados nos seus. O jeito que o nariz dele ficava vermelho ou o seu jeito engraçado de andar enquanto mantivera seu braço envolto na cintura dela durante todo o caminho até a estação.

Se separaram no trem, quando Amélia encontrou Archie conversando com algumas pessoas do time. Já havia se passado quase um dia. A garota passou grande parte das suas horas ajudando as garotas de seu dormitório a arrumarem o mesmo e fazendo planejamentos com Hagrid para as colheitas do inverno.

As aulas começaram em uma terça-feira. O primeiro horário de Amélia com o Professor Flitwick e logo após mais algumas aulas livres de Herbologia junto de Neville. O garoto ainda traumatizado pela perseguição da galinha dias atrás, mas animado para começar a trabalhar com as plantações. Amélia gostava da companhia do garotinho. Ele era inteligente e sempre curioso para entrar em problemas, lembrava-a de Archie quando era mais novo. Medroso, atrapalhado, curioso, mas com um coração imenso.

Já Remus procurou a garota com o olhar durante todo o horário de almoço. O lugar que ela costumava sentar na mesa da Grifinória era ocupado por estudantes do primeiro ano que conversavam animadamente. Ele esperou até que pelo menos alguns alunos começassem a sair antes que se levantasse e seguisse para a parte de fora do castelo. Desceu a colina vendo a cabana de Hagrid, mas nenhum sinal da garota de cabelos escuros.

Desceu mais um pouco na direção das plantações até que viu duas cabeças escondidas atrás das imensas abóboras.

- Não tenha medo de colocar um pouco de força, elas precisam assentar bem na terra - a voz de Amélia soou calma, mas Remus ainda não conseguia vê-lá de onde estava.

- Assim? - uma voz infantil se juntou a dela.

- Isso mesmo. Agora molhe um pouco, essa espécie não é muito fã de água - a risada era divertida, mas tão infantil que mostrava que a pessoa era bem mais nova.

Remus desceu mais um pouco vendo que a criança se tratava de Neville Longbottom. Ambos estavam ajoelhados na terra fofa com uma caixa de mudas ao lado. Amélia com os cabelos presos em um rabo de cavalo e com seu típico macacão coberto por um grosso casaco de lã. Tanto Amélia quanto Neville estavam cobertos de terra, suas roupas completamente imundas.

- Vamos fazer mais uma - Amélia exclamou pegando mais uma muda da caixa.

Um sorriso bobo surgiu no rosto de Remus. Ela parecia genuinamente feliz ensinando o garoto. Remus entendia o porquê dela odiar tanto a fama de seu pai, o lugar dela era ali. No meio de mudas se sujando o máximo que ela conseguia.

Amélia se virou rapidamente sentindo a presença dele ali. Um pequeno sorriso cresceu no rosto dela e ele acenou de longe.

- Consegue terminar sem mim? - ela perguntou a Neville que assentiu pegando mais uma muda.

Amélia seguiu na direção de Remus batendo as luvas contra o tecido do macacão e alargando ainda mais o seu sorriso.

- Não te vi no almoço, pensei que já estivesse com o Severus - ela negou.