Love me hard

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Oi gente! Tudo bem ?
Durante a leitura deste capítulo convido vocês a ouvirem a música Love me Hard - Elley Duhé.
Desejo a todos uma boa leitura e agradeço pelo carinho de sempre!
Beijo no coração. 💚

Frank Jones pov

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Frank Jones pov.

A solidão era algo esquisito por dois motivos:
O primeiro era simples, minha vida toda foi em uma casa cheia, com muvuca e caos. O segundo, era o fato de que eu pensava demais, e quando estava sozinha, isso piorava um pouco.
Quando Jason me deixou em meu dormitório, duas horas atrás, fui até meu quarto e senti a emoção de ansiedade apenas em ver a porta. Quando entrei, não haviam mais rastros de Brianna, e ao perguntar para nossa vizinha de porta, ela apenas me disse que ela havia se mudado para uma faculdade na Califórnia.
Bom, achei que ela teria pelo menos se despedido, ela tinha sido minha primeira amiga e achei que nos formaríamos juntas, teríamos aquelas histórias dos livros. Mas não, eu estaria sozinha agora, até que outra pessoa ocupasse seu lugar. Ouço batidinhas na porta e me levanto. Nenhum ladrão iria invadir um prédio universitário uma da manhã, certo !?
Peguei um garfo que estava sobre minha mesa e coloquei-o no cós de minha calça, me escorei na porta abrindo-a e encontrando Jason que sorri ao me ver.
- Oi! — diz ele balançando um pacote. Dou espaço para que ele entre e fecho a porta novamente.
Meu prédio era composto de dormitórios mistos, ainda que em sua maioria, fossem femininos, existiam dormitórios de garotos e garotas. Por isso, a presença de um garoto entrando em um quarto era normalizada, mas isso também explicava os barulhos de solavancos contra a parede que surgiam durante os dias.
Sentei em minha cama e dou batidinhas para que Jason sente-se ao meu lado.
- Como você está ? — pergunto sorrindo.
- Imaginei que estivesse com fome e vi a luz do seu quarto ligada quando estava passando. — diz me entregando o pacote
- Achou certo, obrigada por pensar nisso! — digo a ele enquanto desembrulho o hambúrguer mordendo-o. – Aceita ? — pergunto e ele ri negando com a cabeça.
- Quis ver se está tudo bem com você. — diz ele.
- Eu estou bem, mas um pouco preocupada com Dick.
- Por que ? — pergunta ele.
- Ele deve estar passando por muito, só queria que ele respondesse uma das mensagens que enviei a ele durante a volta. — confesso a ele.
- Dê tempo a ele. — suspira Jason. – Ele vai voltar...eu voltaria.
- Você está aqui. — sorrio para ele. – Como foi a volta ao seu dormitório ?
- Tive que resolver alguns assuntos antes. — diz ele.
Assim o encaro prestando atenção em seu rosto e vejo-o com hematomas além dos que Dick havia provocado com o soco em seu rosto. Jason estava machucado, quem seria o animal que havia feito isso com ele !?.
Deixo meu sanduíche pela metade sobre a cama e me levanto rapidamente abrindo meu guarda roupas em procura de um kit de primeiros socorros. Pego a bolsa e coloco-a sobre a cama.
Me ajoelho na cama ao seu lado abrindo a bolsa e ele levemente afasta seu rosto.
- Como conseguiu isso ? — toco seu rosto e ele levemente se afasta.
Limpo minhas mãos com álcool e segurando seu rosto, volto a toca-lo.
- Eu tenho um trabalho...— começa a dizer. – E as vezes apanho um pouco.
- Que tipo de trabalho ? — pergunto segurando seu rosto e pressionando uma gaze limpa sobre sua ferida.
- Vai me odiar se eu te contar. — sorri amargo. – Não e glamuroso ou sempre honesto, Frank.
- Por que não tenta ? — sorrio fazendo carinho em seu rosto e ele volta a me encarar com estranheza. – Você não mata ninguém, não é ? — pergunto em brincadeira.
Eu havia notado uma coisa sobre Jason.
Apesar de sempre contar piadas bobas e com duplo sentido, parecer sempre tentando investidas engraçadas, ele não sabia receber carinho. Do contrário de Dick, que tinha muita linguagem carinhosa com toques e palavras. Jason parecia estar sempre tenso quando tocavam nele, por mais simples que isso fosse. Ele não reagia naturalmente a isso. Começaram a surgir vários pensamentos em minha mente, do quanto aquele garoto estava quebrado também.
Dick comentava sobre seus amigos, tinha Bruce, falava de sua família e era sorridente e leve. Mas Jason, nunca comentava nada, estava sempre pulando de assuntos sentimentais e estava sempre sozinho.
O garoto me encara em silêncio e suspira cansado, afastando seu corpo.
- Sou pago por pessoas ruins, para fazer coisas ruins, Frank. — diz sério afastando minhas mãos de seu rosto. – Explodo coisas e mato pessoas ruins. — suspira. – Nem sempre é só isso, eu até tento ajudar as pessoas, mas não são só coisas boas.
Ouço-o em silêncio e apenas assinto com a cabeça. Eu até poderia gritar com ele, chorar e dizer que me sinto traída e usada. Mas não, eu não sabia qual havia sido a realidade dele. Haviam pessoas que apenas tinham coisas a fazer para manterem-se vivas.
Fui criada em uma grande casa no Texas, com vários irmãos, tive um pai presente e uma vida incrível. Com muita comida, presentes de natal, festas de aniversário e sempre tive alguém para lutar por mim. Agora, eu não sabia como havia sido para Jason. O garoto que dizia fazer coisas ruins para pessoas ruins, mas me visitava todas as noites durante dois meses, me contava histórias de princesas e fazia carinho em meu cabelo. Como ao menos eu poderia me achar no direito de julga-lo sem saber sua dor. E aliás, ele vivia machucado, o que antes culpava o "clube de luta" da faculdade.
- Você explodiu o laboratório, não é !? — pergunto séria.
Eu não era burra, o garoto acabava de me contar sobre uma vida dupla. O laboratório havia sido explodido momentos depois que saímos da habitação.
Ele não me respondeu, apenas desviou o olhar e permaneceu em silêncio encarando o chão.
Bufo e me levanto, parando a sua frente e segurando seu rosto com minhas mãos.
- Eu odeio quando fazem isso. — digo. – Agem como se eu fosse de porcelana, como se eu não pudesse suportar as coisas. — suspiro irritada. – Meus irmãos fazem isso, Dick faz isso e depois me trata como merda mas com você não, Jason, eu não vou aceitar isso de você! — digo pressionando-o para que me respondesse.
- Eu explodi o laboratório. — diz simples. – Mas qual a sua expectativa de um cara como eu !? — ri amargo.
- Eu não estou te entendendo. — confesso.
- Você não entende, Frank. — me encara. – Dick está ferrado agora, mas eu sempre estive. — se levanta. – Saí de uma casa com uma mãe sempre chapada e louca que morreu e fui para um orfanato, depois, fui tirado de um orfanato para lutar as batalhas de um milionário louco e quando minha mente colapsou, ele me jogou fora e quando tentei ter minha vida de volta, fui espancado pela merda de um palhaço assassino até a morte.
No Texas, haviam muitas notícias sobre o palhaço, Coringa, ele era famoso por assassinatos e diversos atentados a vida das pessoas, um completo louco, ele existia na vida de Jason !?. Senti arrepios em minha espinha apenas de imagina-lo.
- O Coringa ? — pergunto receosa.
- O Coringa me matou, Frank. — sorri e vejo os olhos do homem a minha frente brilharem. – Depois eu voltei fodido, e tive que tentar acabar com essa loucura de Gotham, ainda que, nem sempre estou na lista de presentes do papai noel.  – diz e eu tento me aproximar mas ele se afasta. – E eu vim para cá para tentar levar sua amiga, Brianna, porque o sequestro dela era pago com milhões de dólares, seu pai é um dos caras maus.
Me afasto assustada e encaro-o. Isso explicava tudo.
A repentina simpatia do garoto, o fato de dizer que conhecia Brianna.
- Então fui apenas uma peça do jogo ?. — pergunto a ele.
- Seria mais fácil me aproximar de você e depois pegar Brianna. — suspira. – Mas Dick mudou essa merda toda.
- Dick ? — pergunto chocada.
- Seu príncipe encantado, confundiu você com Brianna então se aproximou de você para pega-lá antes.
- Onde está Brianna ? — pergunto a ele.
- Dick levou-a para o mais longe possível, distante de qualquer um dos perigos.
Sinto um nó em minha garganta e de repente meu estômago se embrulha.
No fim, eu continuava sendo a pequena Frank, do Texas. A garota que usavam, que desprezavam e brincavam com ela. E a pobre Brianna, era uma peça do jogo doentio em risco.
- E então você caiu da porra daquele prédio. — volta a dizer ele. – E eu já estava obcecado em te observar todos os dias, e peguei você.
Jason havia me resgatado aquele dia, havia sido ele que me levou até o hospital, aos médicos e minha vida tinha uma dívida com ele. Uma dívida que eu preferia jogar fora, ignorar e voltar para minha casa longe da loucura. Todos mentiram pra mim e eu já não sabia o que fazer.
Pensava em Brianna aliviada por estar segura e longe das pessoas ruins.
- Você me confunde, Jason. — digo a ele. – Quero te agradecer e confiar em você, por ter me dado uma segunda chance de viver, mas tenho medo de você.
- Você é boa demais para mim, Romã. — sorri. – Mas eu fiquei obcecado no quão errado seria você, linda e gentil, com alguém tão fodido como eu. — se aproxima e eu apenas o encaro estagnada no meio de meu quarto.
- Você ia matá-la! — grito com ele. – Você ia matar alguém, merda! — empurro-o. – Eu te odeio!
- Eu ia ficar com ela, deixá-la segura e apenas pegar o dinheiro e garantir que nenhum dos caras que fariam você chorar a noite, sobrevivessem para contar história. — diz ele.
- Você é louco, Jason! — grito e sinto lágrimas queimarem em meus olhos. – Você e Dick são dois loucos que eu deveria ter denunciado e fugido! — empurro seus ombros e me afasto. – E o que mais você quer de mim, Jason ? Me matar ?.
Ele para e se afasta, me encarando, se senta em um lado de meu quarto e fica em silêncio.
- Que merda você está fazendo ? — pergunto irritada.
- Você está chorando. — diz ele. – Eu odeio isso e prefiro ouvir você me odiando e me xingando, do que te ver chorando. — começa a tirar a jaqueta que usava e deixa-a ao seu lado. – Então, eu vou ficar aqui, esperando que me chute ou me bata, mas que toda a sua dor seja liberada e não vou te deixar sozinha.
Sinto as lágrimas escorregarem por meu rosto e me sento no outro extremo do quarto, apoiando meu rosto entre meus joelhos e liberando todo o estresse de minha vida.
Por um momento, eu achei que tudo estava em meu controle, eu estava viva, recuperada, tinha amigos e até quando Dick acabou comigo, eu achei que conseguiria tirá-lo de seus fantasmas e passado para fazê-lo sentir-se melhor. Mas honestamente, todos foderam comigo, enquanto eu apenas queria um pouco de vida.
E eu já não sabia o que fazer.
Meus sentimentos estavam confusos e eu estava irritada, meu coração estava quebrado e assim eu conseguia entender o que estava acontecendo.
Minha visão sobre Dick era amorosa, ele era gentil, atrapalhado, divertido, me tratava como porcelana delicada e havia me tratado como lixo e depois descubro que eram mentiras vazias, cobertas pela culpa de ter mentido.
E Jason, ele era como alguma droga, fazia com que me sentisse vida, me resgatava de corações quebrados, me fazia rir mas estava quebrado, fodidamente quebrado, vivia uma vida dupla e mentiu para mim.
Encaro o garoto sentado do lado oposto de meu quarto que apenas me encarava quieto.
Ele estava ali.
Eu havia o empurrado, gritado com ele, chorado e dito que eu o odiava. Mas ele permanecia ali. Dizendo que preferia que eu o chutasse do que me fazer chorar.
Merda Jason, não faça isso.
Não faça a porra do meu coração bater, não quando quero te odiar.
Mas esse era o trabalho dele, aparentemente, me manter viva. Isto era como funcionava entre nós.
Pela segunda vez, eu estava irritada com Dick, estava machucada e Jason aparecia e esperava pacientemente para manter-me viva.
Mas ainda sim, o tanto que ele poderia me querer viva, ele ainda poderia me matar. E eu estava dividida.
- Você me mataria ? — pergunto com a voz embargada e sem encara-lo.
- Eu estaria me matando junto, Frank. — responde ele.
- Você iria me contar ?
- Sim.
- Como posso ter certeza disso ?
- Porque como eu disse, se você está em perigo, eu também estou. — responde e eu o encaro. – E eu não posso fazer isso com você.
- Dick trabalha com você ?
- Não. — encara-me. – Ele é um herói.
Mais uma mentira, Dick também havia omitido sua vida para mim.
- Ele também está quebrado ? —pergunto.
- Ele perdeu o amor da vida dele.
Barbara. O amor da vida de Dick, era a tal Bárbara por quem ele havia chamado mais cedo.
- Por que você diz estar obcecado por mim ?
- Porque você é como uma chama de esperança. — suspira. – É boa e pura, algo que talvez até me mataria. — Vejo ele levantar-se e me levanto ainda assustada. – E eu quero que veja uma coisa, uma coisa para entender como é o mundo de merda em que eu vivo.
Começa a desabotoar a camisa preta e eu o encaro atônita.
- Confia em mim, por favor. — garante ele deixando a camisa cair.
O corpo de Jason era coberto por cicatrizes e hematomas. Havia uma cicatriz de um "J" em seu peito e diversos cortes.
Meus olhos encheram com mais lágrimas.
Merda, o que Gotham havia feito com ele ?
Ele um dia havia sido apenas um garoto, que foi espancado diversas vezes pela vida.
Em parte, eu odiava Jason. Mas havia uma parte em mim, que só queria tirá-lo de toda essa escuridão, de todo esse inferno. Levá-lo a um lugar calmo, onde ele não teria uma vida dupla e teria um pouco de paz, depois de tanta dor.
Dor essa que eu podia ver em seus olhos, e que captava em meus olhos enquanto passava-os por seu corpo, vendo-o repleto de marcas que só simbolizaram dor e sofrimento.
Jason merecia uma chance.
A vida, as pessoas e Gotham deram a ele muito poucas.
E ainda que eu estivesse assustada e com um pouco de medo, eu queria acreditar que foi real.
Que Dick havia sido real, que Jason era real.
As lágrimas continuavam soltas em meu rosto enquanto eu me aproximava do homem a minha frente.
Respiro fundo, sentindo meu coração agitado.
Encaro-o e delicadamente coloco as mãos em seu corpo, passeando por cada hematoma e cicatriz gentilmente, acariciando-os.
- Merda...— resmunga ele e agarra meu pulso.
Naquele momento, tive medo de Jason, mas do contrário do que senti.
O garoto apenas me encarou e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, seus lábios estavam sobre os meus.
Durante a adolescência projetei diversas vezes q forma como meu primeiro beijo aconteceria.
Seria muito provavelmente sobre o galinheiro de nossa antiga fazenda, com algum garoto local que provavelmente seria meu futuro marido.
Mas do contrário do que pensei, aqui estava Jason, quebrado e precisando de mim tanto quanto eu talvez estivesse precisando dele.
Ainda que surpresa e nervosa, levei minhas mãos até seus cabelos e senti-o puxar minha cintura bruscamente e colar nossos corpos. Senti-o sorrir entre o beijo e mordiscar meu lábio inferior, fazendo com que eu abrisse meus lábios para que nossas línguas entrassem em contato e avidamente ele tomou o controle de nosso beijo.
Jason estava frio, tão frio quanto meu corpo normalmente ficava, tínhamos temperaturas parecidas que pareciam estarem aquecendo-se juntas.
Era como uma nova atmosfera em órbita, como uma explosão que aquietava e acalmava todo o caos que habitava em minha mente.
Sua mão levemente apertou minha nuca e quando cessamos nosso beijo, permanecemos com as testas coladas, encarando um ao outro em silêncio.
Muita coisa poderia ser dita, eu apenas poderia empurra-lo e gritar mais uma vez com ele.
Mas nossa mente estava finalmente quieta, a minha e e dele.
E eu me permito naquele dia, apenas naquele dia, não deixá-lo ir.
E assim, novamente uni nossos lábios.
Beijar Jason era como andar sobre a beira de um prédio novamente.
Incerto, louco e com a grande possibilidade de ser letal.
Porém, havia adrenalina.
Uma adrenalina que gelava meus ossos, embrulhava minha barriga a agitava meu coração, quase como se fosse errado demais.
O errado que parecia perigosamente certo demais.
E que eu intimamente rezava para que nunca fosse letal.

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OI GENTE!
Olha eu aqui de novo!
Mais uma vez agradeço todo o carinho que todos dão a Time e dizer que, fãs de Frick (Frank + Dick) NAO ME MATEM e tenham paciência que da tudo certo no final!
Aos fãs de Fason, BEIJO NO POPÔ DE VOCÊS!
Nos vemos no próximo capítulo, beijão!

Atualização: mudei a capa da fanfic gente e eu espero muito que peguem as referências contidas nela! ~ risada maléfica.
BEIJO!

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