Pulseiras

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Nico estava treinando e, como sempre, ao final do treino eu levava água para o amor da minha vida. Estávamos juntos, Nico ainda tinha alguns receios e eu compreendia-o, afinal ele era de outro época e já estava ultrapassando várias barreias mentais e patriarcais para estar comigo.

– Obrigado, doutor. – Sorri.

– Muto importante tomar bastante líquido durante as atividades físicas, Di Angelo.

Caminhamos lado a lado para fora da arena em direção aos chalés. Estávamos no verão era quase insuportável, mas eu amava.

– E como foi o plantão?

– Harley.

Nico sorriu quase gargalhando. Eu não precisava dizer mais nada. Harley era a criança mais hiperativa de Hefesto e vivia o ambulatório.

– O que aconteceu dessa vez?

– Ele quase incendiou o Bunker 9 ao ficar empolgado demais com uma invenção que deu certo. Por sorte um de seus irmão chegou e o ajudou a usar os extintores instalados especialmente para contê-lo em caso de emergências.

– Por Hades, que confusão. Passo lá para visitá-lo e te ajudar um pouco.

Sorri bobo.

– Me ajudar, sei... Essa sua desculpa para me beijar está ficando velha, Di Angelo.

Nico esbarrou no meu ombro e sorriu corando até as orelhas.

– Como você é insuportável, Will.

– Assume, vai.

– Deuses, eu te morder por ser tão convencido.

Entramos no chalé 13 e eu encurralei Nico na porta.

– Morde.

Beijei seus lábios com força, mas sem machucá-lo. Segurei sua nuca e cintura e aprofundei o beijo, o filho de Hades retribuiu e liberou um gemidinho que me apertá-lo mais.

Afastamos lentamente e Nico parecia um peixinho tentando desesperantemente respirar. Seus lábios estavam vermelhos, assim como, seu rosto.

Andamos até o fundo do chalé e eu me joguei na cama. Me surpreendi quando Nico subiu em cima de mim e me beijou novamente. Roçou seu corpo no meu me fazendo gemer e ofegar. Ele afastou e desceu seus lábios pelo meu pescoço, quando eu esperava mais beijos ele mordeu levemente o espaço entre meu ombro e pescoço. Sorri e saboreei a sua pequena vingança.

– Mordido.

– Vai ter volta, vampirinho. Agora vai pro banho.

Eu estava mais feliz do que jamais estive antes, Nico tirou meus medos e me fez viver de verdade. Sempre seria grato a ele por me amar.

Pedi a Harley para fazer uma pulseira, Nico já tinha um anel de caveira que ele não tirava nunca pensei que uma pulseira seria melhor. O filho de Hefesto fez duas, bem finas e com detalhes de sol e caveiras, tinham também o nosso nome.

Quando Nico saiu do banho vestido, lindo e cheiroso eu o admirei meio bobo.

– Pare de me encarar, Solace.

– Isso é impossível, meu anjo.

Beijo-o novamente e aproveitei para tirar as pulseiras do meu bolso.

– Tenho um presente.

Mostrei a Nico as pulseiras e ele quase deu pulinhos de felicidade.

– Will! São lindas!

– Eu fiz os desenhos e pedi a Harley para confeccionar. Pedi duas, pra deixar bem claro que você é meu.

– Que possessivo, Solace! Mas eu amei.

– Mesmo amor? Deixa eu pôr em você.

As pulseiras ficaram lindas, Nico estava mesmo feliz com elas, dava para notar.

– Lógico, raio de sol. É o primeiro presente que eu ganho sem ser da Bianca.

O clima não ficou estranho, falar sobre Bianca era algo comum entre nós eu sempre demonstrei que estava aberto a ouvi-lo e a conhecê-la através das histórias dele.

Bianca era a pessoa favorita de Nico e eu entendia sua dor, mas hoje ele já havia superado e só restara amor e boas lembranças.

– Agora você tem o meu presente e você tem eu de presente também. – Brinquei fazendo-o sorrir.

– Eu amei e é muito bom que sejam duas, assim todas veem que você é meu.

– Quem é mesmo possessivo?

Entrelaçamos as mãos e saímos para o pavilhão do refeitório. Muitos dos campistas mais velhos estavam em Nova Roma estudando, eu também tinha esses planos, queria estudar medicina e salvar mais vidas, mas tudo tinha o seu tempo e esse assunto já estava em pauta com Nico.

Quem sabe no futuro poderíamos morar juntos em Nova Roma, estudar e dividir um apartamento só nós dois.

Um dia, Solace... Um dia.

Coletânea Nico di AngeloOnde histórias criam vida. Descubra agora