capítulo 1

10 0 0
                                    

Todo esse acompanhamento é realizado por meio da interpretação das ações e ...- O professor é interrompido pelo som do sinal indicando o final das aulas daquele dia.

Emma junta suas canetas e fecha seu fichário, já pronta para deixar a sala, ela olha para seu lado e vê Sophia dormindo profundamente. Um sorriso vingativo surge em sua face, seguindo por um forte tapa na nuca exposta da amiga, a acordando de maneira gentil. Soph acorda com dor pelo tapa e olha furiosa para Emma, quem ria do susto da outra ao acordar.

- Você é uma péssima amiga – Declarou Sophia pegando sua bolsa nem aberta e levantando da cadeira.

- Olho por olho minha querida amiga – Emma se defendeu saindo junto a Soph.

Porém, antes que pudesse pisar fora do prédio seu celular apitou indicando a chegada de uma nova mensagem.

– Merda!

- O que aconteceu ? – Sophia pergunta parando de andar e olhando para trás, onde Emm olhava a tela de seu celular.

- O infeliz do meu chefe, não bastava me infernizar de dia agora ele quer que eu vá de noite.- Emma da um suspiro guardando o celular – A Cristina ficou doente e não vai poder ir trabalhar essa noite, sobrando para a idiota aqui.

- Não se preocupe deixarei um jantar delicioso no micro-ondas para quando você chegar – Sophia disse abraçando a amiga de lado sorrindo

- Faz lasanha ? – Emma perguntou chorosa

- Faço bebezão – Soph disse revirando os olhos.

Emma já tinha acabado de atender o último cliente e limpava as mesas e conferia o caixa. Depois de organizar tudo, ela foi fechando a janelas e portas dos fundos restando apenas a da entrada.

Pegou sua mochila e amarrou os cadarços que estavam desamarrados de seus tênis. Saiu fechando com o cadeado a entrada e guardando as cópias das chaves do estabelecimento.
A distância do seu trabalho até o prédio de seu apartamento era um pouco longa. Emma optou por um caminho mais movimentado e iluminado.
Todavia, o que ela não esperava era que naquele horário até o caminho mais iluminado e barulhento, encontrava-se em trevas e silêncio.

Ela podia ver alguns moradores de rua tentando se aquecerem com as finas blusas que usavam e na esquina que ela teria que passar um grupo de três homens com latas de cerveja em suas mãos e fumaças de cigarro os contornava tornando a atmosfera mais perigosa e o medo certeiro para Emma.

Ela resolveu passar bem rápido do outro lado da rua sem chamar a atenção do trio. Entretanto, seus planos se toraram falidos quando ela ouviu um assovio e um chamado

- Ei gatinha !

Emma sentiu sua pele gelar e o medo a contornar. Ela apressou os passos tentando chegar o mais rápido possível em casa. Mais uma vez ouviu o chamado e as vozes pareciam mais perto. Quando ela virou a outra esquina se deparou com uma rua sem saída e ao virar-se para voltar ao seu caminho os três homens já bloqueavam sua passagem naquela rua.

- Para quê a pressa gracinha ?

- Vamos nos divertir – O outro disse se aproximando. Emma pegou sua garrafa de água que estava no bolso lateral de sua mochila e a usava de arma.

- Não se aproximem – Sua voz quase saiu falhada por conta de seu desespero.

- Que isso princesa, tenho certeza que você irá gostar. – O homem quem disse isso se aproximou pelo outro lado tomando a garrafa de água de suas mãos na sua primeira tentativa de golpeá-lo.

- Vamos brincar um pouquinho – O terceiro chegava perto pela frente, os dos lados a seguraram e a prenderam com os braços erguidos na parede mais próxima e o do meio se aproximou segurando na cintura e cheirando o pescoço de Emma

- P-parem, por favor – Emma implorava com lágrimas já formando nos cantos de seus olhos. Ela percebia que aquele seria seu fim, seria mais uma vítima daquele ato de crueldade.

- Será prazeroso tanto para nós quanto para você- o segundo cara disse lambendo sua orelha o que lhe causou uma enorme ânsia de vomito.

- C-chega ! Me soltem!- Nem se debater funcionava.

Ela fechou seus olhos esperando o pior. Porém, depois de alguns segundos sentiu o cara a sua frente distante e os braços que a seguravam lhe soltarem de forma brusca e suas pernas sem qualquer força a levarem ao chão .

Ela ainda não teve coragem de abrir os olhos, as lágrimas já contornavam sua face e as mãos tremiam em medo . Ela podia ouvir o som de luta e gemidos de dor.

Depois de alguns minutos os sons cessaram e ela sentiu uma mão em seu ombro. Rapidamente ela se distanciou daquele toque e abriu os olhos se deparando com duas esferas azuis escuras que estranhamente lhe passaram uma certa paz.

- Como você está? Está machucada? – Aquela voz era surpreendentemente calma. Emma só conseguiu negar com a cabeça ainda o encarando. – Ei , não precisa ter medo eles não irão mais lhe incomodar.

- O q-que você fez ? – Sua fala não saiu com a firmeza esperada.

- Dei um jeito de atribuir as consequências justas dadas as circunstâncias – Ele disse sorrindo de lado de maneira maquiavélica.
Emma  pode ver então o cenário sangrento dos três corpos jogados naquela rua.

- Venha, posso te levar para a casa? Não é muito seguro andar pelas ruas a essa hora. – Ele disse estendendo a mão para a ajudar a levantar.

- E porque deveria confiar em você ?

- Justo! Que tal você ficar com o meu celular em suas mãos com o número da emergência discado? Sentiria mais segura ? – Ele a perguntou estendendo seu celular, o qual ela aceitou assim como a mão para levantar. – Meu carro está logo ali. Qual seu endereço ?

Emma disse seu endereço e entrou no carro, se ela estivesse em si perceberia o quão perigoso era aquela situação mas o choque do que passou ainda não havia deixado seu corpo.

Por todo o trajeto Emma manteve o celular do desconhecido nas mãos com o número da emergência discado. Em alguns minutos pode ver a fachada de seu prédio.

- Obrigada pela ajuda – Ela olhou para o homem ao seu lado devolvendo o celular do mesmo.

- Por nada. Cuide-se- Emma deixou o carro porém um chamado do homem a fez retornar – Qual seu nome?

- Emma Ross – Ela respondeu curta o olhando nos olhos – E o seu ?

- Antony

- Eu lhe agradeço por tudo Antony, não saberei como lhe retribuir – Emma soltou parada na porta do prédio .

- Em breve você saberá – Antony partiu com o carro deixando a garota parada na porta com a testa franzida em confusão sobre a resposta do seu salvador.

Brincadeira do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora