La di die [larry stylinson]

XXVI

Me sentei na cama com certo cuidado para não me causar nenhuma dor e ajeitei meu celular em uma posição que Louis pudesse me ver. Não consegui forçar um sorriso naquele momento, eu estava pensando sobre como fui incapaz de me defender e isso me deixou triste. Era difícil entender como eu conseguia me afundar cada vez mais... Acho que essa é a pior parte de pensar que você está melhorando, no fundo você sabe que aquilo não vai durar para sempre e a sua próxima recaída vai ser pior do que as anteriores, aquele sentimento de culpa misturado com alívio vai te invadir por completo e você vai questionar sua vida mais uma vez.

Odeio ser diferente, mas eu também odeio ser normal. Louis me disse que as melhores pessoas são malucas, então eu sou uma pessoa boa? Como posso ser uma pessoa boa se sou fraco o suficiente para me cortar?

Meu celular toca. Agradeço mentalmente por Louis ter me ligado naquele momento, era sufocante não ter controle sobre meus próprios pensamentos.

— Oi, Hazz! — Ele diz animado assim que eu atendo a ligação. — Como você está?

— Oi, Lou. Estou respirando, e você? — Respiro fundo e olho para ele.

— Ei, você não estava triste assim quando a gente desligou... Aconteceu alguma coisa?

— Eu estava pensando e isso acabou me deixando triste... Eu não entendo como posso não conseguir me defender, sabe? É estranho demais saber que eu quero, vontade não falta, mas parece que meu corpo não consegue reagir e isso é horrível.

— Não é sua culpa, Hazz. Tudo bem não conseguir se defender, você não é menos forte por conta disso.

— Esse é o problema, minha cabeça me diz o contrário e eu acabo tendo uma briga interna.

— Espero que você saiba que não precisa passar por essa briga sozinho, eu estou aqui com você e quero ver você bem. — Louis não parecia estar mentindo, infelizmente eu não conseguia acreditar nele. — Eu prometo que nunca mais vou deixar alguém te machucar.

Às vezes eu me perguntava como alguém poderia ser tão lerdo como o Louis.

Chegava a ser engraçado como eu deixava pistas para ele, no fundo eu queria que ele descobrisse logo tudo que estava acontecendo comigo, mas eu sabia que ele não ficaria ao meu lado quando isso acontecesse, então era bom saber que meus sinais estavam sendo ignorados. A verdade é que eu não queria me afastar de Louis, queria tê-lo ao meu lado, eu me sentia seguro assim.

— Posso te garantir que isso vai ser impossível.

— Não vai.

— Louis, você tem que entender que não são apenas as pessoas que me machucam.

— Como assim?

— Esquece.

— Não queria te pressionar, desculpa... Posso te fazer uma pergunta?

— Tudo bem.

— Você vai continuar tentando me afastar quando eu voltar de viagem?

— Sim... Eu adoro ter a sua companhia, mas ter alguém ao meu lado continua sendo algo novo para mim, então eu vou continuar te afastando até conseguir fazer isso.

— Por que você tem tanto medo de ter alguém?

— Nunca quiseram ficar comigo, sinto medo porque eu não faço a mínima ideia do que está te fazendo ficar ao meu lado.

— Você me fez querer ficar. — Um sorriso bobo apareceu no rosto dele, eu revirei meus olhos, não queria escutar essas coisas bonitas que ele insiste em me dizer. — Harry, não me pergunte o motivo para isso, eu também não vou saber te responder, mas eu realmente me importo com você e quero poder estar ao seu lado para ver suas conquistas. Sei que isso não deve fazer sentido na sua cabeça, quero que você confie em mim o suficiente para me dar abertura para te conhecer por completo, mesmo que demore, vamos no seu tempo... Eu não vou te julgar e acho que no fundo você sabe disso.