Assim que pousou em frente a porta da casa de Azirel o coração de Nyx pareceu querer saltar do peito, estava ansioso e com muito medo, a culpa o deixava com esse medo. O macho ergueu a mão em punho para bater a porta, mas ela se abriu e Gwyn estava ali, uma mão na maçaneta e encarava Nyx que abaixou a própria mão.
— Oi tia Gwyn... — a voz saiu mais baixa do que ele esperava. Porém, Gwyn sorriu, um sorriso doce e verdadeiro.
— Seu pai avisou que vinha, estávamos te esperando — disse a ruiva abrindo espaço para o sobrinho postiço passar e ele o fez. A casa de madeira era bem aberta, com grandes janelas do chão ao teto, um belo lustre na sala e uma ladeira grande. Azriel estava parado ao lado de uma das janelas, olhar fixo no céu, braços cruzados, feição séria, ele então olhou para Nyx que engoliu em seco ao ver as sombras do tio espiralando seus ombros, sabia bem o por que.
— Eu vim conversar sobre o que aconteceu com o Rapha... — disse Nyx tentando manter a postura e Azirel apenas assentiu com a cabeça. Gwyn entretanto se sentou em um dos sofás de cor creme e aguardou que NYX continuasse. — Adonis está?
— Desde quando Raphael voltou ele não apareceu — disse Gwyn esfregando as mãos nas pernas cobertas pela saia do vestido azul.
— Ele não suportou ver o irmão mutilado — disse a voz grossa e fria de Azriel, o que fez Nyx engolir em seco. — Raphael nos contou o quê aconteceu. Não precisa explicar.
— Eu sei que ele disse — respondeu Nyx e o tio o olhou. — Eu vim pedir perdão. Se algo deveria ter acontecido, devia ter sido comigo...
— Podia ter quebrado a maldição da armadura — disse Azriel. — Mas você não o fez.
— Az... — disse Gwyn.
— Por que não o fez, Nyx? — continuou o illyriano voltando o corpo para o sobrinho postiço que quase tremeu.
— Se eu soubesse de primeiro que esse tipo de coisa poderia acontecer eu teria quebrado, mas eu não sabia, tio — Nyx mostrou a palma das mãos. — Podemos concertar isso, podemos pedir para que nos leve até o Caldeirão e então...
— Jamais — disse Gwyn fazendo os dois ali olharem para ela. — Raphael não chega perto do Caldeirão.
— Mas se ele mergulhar pode ter as asas e o braço de volta... — continuava Nyx.
— Meu filho já sofreu demais — disse a ruiva com lágrimas nos olhos. — Eu não quero arriscar que o Caldeirão tome mais dele, não quero que ele sofra mais.
— Nisso concordamos — disse Azriel e Nyx o olhou incrédulo. — Vai demorar, mas Raphael vai ficar bem. Eu já entrei em contato com Lucien para que ele fale com a amiga que lhe deu o olho, talvez ela consiga fazer uma prótese para o braço de Raphael.
— Mas e as asas? — perguntou Nyx. — As asas são...
— Eu sei, melhor do que ninguém — respondeu Azriel. — Não podemos fazer nada.
Gwyn passou os dedos nos olhos secando as lágrimas, Nyx então olhou para as escadas que lavavam aí segundo andar onde ficava o quarto de Raphael. Queria vê-lo, conversar com ele, perguntar se estava tudo bem, mas pelo visto o amigo não queria falar com ele já que não desceu para assistir aquela conversa ou participar, ele não queria ver ninguém.
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Corte de Asas Perdidas. CONCLUÍDO.
FanfictionEsta história é uma fanfic do universo de ACOTAR, todo mundo e personagens presentes nela são de propriedade intelectual de Sarah J. Maas. Cinco dias após a Queda das Estrelas em Velaris, Nyx filho mais velho dos Grão-Senhores da Corte Noturna, Rhy...