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Orelha 🦅

As horas passavam devagar pra caralho, nem parecia que eu tinha passado o dia todo aqui. A Ana também era outra, tava dormindo no meu ombro fazia quase uma hora, eu tava quieto observando e pensando em mil coisas pra me distrair, porque se eu parasse pra pensar em tudo que aconteceu a mente ia explodir a qualquer segundo.

A Ana se mexeu levantando a cabeça assustada e me olhou com cara de sono, eu soltei uma risada de lado negando com a cabeça e ela colocou as mãos no rosto.

Orelha: Pode ir pra casa pô, fica tranquila. Eu só vou sair daqui quando tiver alguma notícia, eu te aviso.- Falei passando a mão no cabelo.

Ana: E eu só saio daqui da mesma forma.- Falou toda teimosa e eu soltei uma risada fraca, olhando pra frente.

Orelha: Vou te falar, papo dez. Meu mano sempre ficou com várias garotas, desde que eu conheço ele, ele ficou umas três a quatro vezes no hospital, mas nunca vi nenhuma mulher ficando igual tu faz não.- A Ana me encarou.

Ana: Claro, eu sou a namorada dele.- Falou irônica dando os ombros e eu ri.

Orelha: Uma das namoradas.- Ela me olhou indignada.

Ana: Fique sabendo que ele me pediu em namoro, se manca.- Bateu na minha cabeça e eu abri maior olhão.

Orelha: Ah é pô? Papo dez mesmo? Até bateu dúvida do que tu tava fazendo lá em casa mermo.- Falei coçando a cabeça.

Ana: Sim, eu sou a única e oficial namorada dele.- Falou se achando e eu neguei.- Espero ser a única, na verdade.

Orelha: Não pô, relaxa. Mermo se ele não quiser vai ter que se enrolar contigo só pelo esforço que tu tá fazendo por ele.- Gastei ele.

Ana: É claro que ele quer, se manca.- Falou rindo fraco e eu neguei com a cabeça.

Meu celular tocou e eu atendeu me levantando, fui pra perto da janela e o Gaspar falou.

"Gaspar: E aí? Nada ainda?

Orelha: Não...- Escutei o grito da Lua e abri maior olhão.- O que tá rolando? Jorginho tá bem?

Gaspar: Tá irmão, só tá querendo vim pro mundo mais cedo.- Eu abri um sorriso mas altos bagulhos chegaram na minha mente, o Goiaba queria pra caralho ver isso, lembro dele falando que tava mais ansioso que a Luana.- Queria que geral tivesse aqui.

Orelha: Eu também, irmão. Mas e o chefe?

Gaspar: Tá aqui, mas ele só sabe rir da Luana que tá com dor porque decidiu esperar.- Eu sorri."

Ana: Ei.- Escutei ela me chamando e vi o médico entrando na sala de espera.

"Orelha: Pô, vou desligar porque acho que vou ter notícia do mano. Qualquer bagulho me liga mano, boa sorte aí! Tamo junto.

Gaspar: Quando terminar de falar com ele, liga pra avisar aí a notícias! Tamo junto mano dumbo."

Ana: Diz que tem alguma coisa boa pra falar.- Falou quando eu cheguei do lado dela e o médico respirou fundo.

— Sim, tenho! - Eu respirei aliviado.- A cirurgia foi demorada, mas deu certo. Ele resistiu bem, está tudo estável agora! - A Ana soltou o ar aliviada e eu me tranquilizei mais.- Só precisamos dar no máximo 24 horas pra reação do paciente.

Orelha: Ele tá bem mermo? Tá vivão? - O médico concordou.

— Sim, só precisamos de algumas horas. Mas eu garanto a vocês que ele vai acordar em breve.- A Ana abriu um sorriso.- Podem ir pra casa, descansar. Voltem amanhã mais tranquilos e prontos pra falar com ele.

O médico saiu com a Ana agradecendo a ele e eu soltei o ar aliviado, ela tava com maior sorriso e eu sorri de lado passando a mão no cabelo.

Orelha: Quer ir ver o sobrinho dele nascer? - Ela me encarou pensativa.- Ele iria achar dahora se tu tivesse lá.

A Ana concordou com a cabeça e a gente saiu dali, fui de moto com ela pra maternidade na maior correria. Quando a gente chegou, conseguimos ir direto pra sala e novamente a sala tava cheia, mas dessa vez a Luana tava tentava se levantar com a ajuda da médica e fantasminha.

Coronel: E aí mano? - Falou me encarando nervoso.

Orelha: Rei delas tá bem, vai acordar amanhã.- Geral me olhou aliviado.

Ana: Ex rei delas.- Me corrigiu.

Luana: Foi pedida em namoro? - Se intrometeu.

Gaspar: Caralho ein, nem com dor tu para de ser fofoqueira.- Falou rindo fraco e ela revirou os olhos.

Ana: Fui sim.- Respondeu a ela soltando uma risada e o Coronel fez maior cara de surpresa.

A Andressa abraçou a Ana e eu me sentei olhando pra Luana fazendo algum bagulho que a médica pediu, olhei no relógio vendo que já passava de meia noite e por enquanto tava tudo tranquilo pra dar certo.

Estilo vagabundo. Onde histórias criam vida. Descubra agora