LION - Saga Pearl - Livro XII

Capítulo 16

Acordo e faço minha higiene bucal. Bocejo. Visto roupas para ir trabalhar e acoplo minhas espadas nas bainhas, diminuo de tamanho e atravesso a entrada da caverna, me surpreendi ao sair, aumento de tamanho. Lion se curva levemente.

- Bom dia. - sorrio.

- Veio me ajudar com o treino? - ele assente e tira a espada dele da bainha. Tiro uma de minhas espadas e me aprumo. Vôo em direção a ele e as espadas se tocam, me afasto e giro ela para cima dele novamente, Lion se defende e impulsiona para frente, acabo sendo lançada para frente e pouso no chão me equilibrando, Lion avança e tenta bater ao lado em meu abdômen, defendo e giro as espadas juntas, ele quase perde a espada dele e se afasta. Sorrio. - Sabe que não é páreo para mim em uma luta com espadas, certo? - ele assente e crava a espada no chão.

- Achei que quisesse treinar? - ele pergunta e assinto. Tiro meu cinto e coloco perto da pedra da caverna. Ele tira a Naginata das costas e deixa perto da espada cravada no chão.

- Vamos treinar combate corpo-a-corpo. - digo e ele ri.

- Maiana... Eu sou do batalhão de Aigon, sou forte, provavelmente mais forte que você. - ele diz e pisco vezes seguidas.

- Eu sei, por isso. - digo e ele assente.

- Espero não lhe machucar. - ele diz a contragosto.

- Não pegue leve. - afirmo e ele assente.

Lion tenta me acertar e desvio, sorrio. "Força perde para velocidade..." Ele tenta acertar mais golpes e não acerta nenhum, dou uma cambalhota e bato com as botas em seu peitoral, ele recua e paro de pé. Corro até ele e tento acertar golpes, Lion se defende de todos e quase segura um de meus braços. Pego impulso com as asas e acerto seu abdômen, enquanto bato com o cotovelo em seu ombro. Lion agarra minha cintura e me lança para longe, acabo batendo contra uma árvore e solto um gemido de dor, caio de joelhos e olho para cima de relance, ele parece assustado.

- Espere aí! Estou bem! - digo e acabo tossindo.

- Por mais rápida que seja, você me dá abertura quando ataca, nunca ataque sem antes cansar seu oponente. - ele diz e me levanto escorando na árvore.

- Eu sei... - "E é por saber que estou atacando sem antes cansar, quero lutar sem precisar diminuir ou cansar meu oponente." - Quero lutar contra alguém forte sem precisar usar minhas habilidades, quero ser forte. - digo e Lion se aproxima, deixo a mão apoiada do lado do abdômen, onde ele apertou e me lançou, por sorte não foi na altura de minhas costelas, teria quebrado elas, sinto dor ao respirar. Creio que terei que ir ao curandeiro. Lion para de frente comigo e olho para cima para conseguir ver seu rosto, ele apoia a mão no topo da minha cabeça.

- Você é autoridade em Pearl, suas habilidades são suas fortalezas, ser forte apenas por ser, não seria nada se você resolvesse lutar como luta sempre. - ele diz e encaro os olhos marrons. Sinto frio na barriga e uso a outra mão para segurar a mão que ele apoia em meus cabelos, tiro ela e solto ele.

- Pareço estúpida agora, certo? Quer dizer... - olho para o chão. - Todos conhecem minhas fortalezas e eu arrisquei mostrar minhas fraquezas para você, sou egoísta. - digo e sinto um aperto no peito. - Só porquê sei que você nunca delataria minhas fraquezas, já que me quer. - cerro os dentes e suporto a dor lasciva ao lado no abdômen.

- Você parece patética mesmo. - olho para Lion. Ele está sério e com olhos vermelhos. - Por que tem medo de parecer fraca? Tem tanto medo de ser inferior? É por isso que a anos atrás me deu o conselho de nunca permitir que ofendam minha imagem? Se sente tão inferior? Tem tanto complexo? - sinto um nó na garganta e me surpreendo ao ouvir Lion falando assim de mim, ele está certo. Tenho todos esses problemas e não permito que ninguém jogue sal na minha ferida, se para ele é tão fácil suportar tudo, é porque é cheio de amigos.

- E por que isso deixa seus olhos vermelhos? Está com raiva por saber que não sou a fada forte que todos colocam em um pedestal e respeitam? Que bom para você que é alado e mesmo que alguns te julguem, outros te desejam por perto. - meus olhos marejam. - Quando cheguei aqui mandada pelo reino das fadas aos doze anos, não foi como nobre, foi como oferta, já que o ser místico que eu jurei ser companheira morreu! Eu vim como escrava e toda minha vida fui a rejeitada, aprendi sim a ser forte, dessa forma, dói menos! Prefiro ser eu mesma a me pisar, do que ouvir alguém de fora fazer isso, como foi por anos. Batalhei muito para ser a fada considerada braço direito de Faruk. - fungo e soluço. Sem perceber comecei a chorar e franzo o cenho. A dor me incomoda e Lion me ergue nos braços. Solto um gemido de dor, acabo escondendo o rosto em seu peitoral.

- Sabe o que é amar Maiana? - nego e mantenho meu rosto escondido. Lion alça vôo. - É estar disposto a escutar e acolher sua dor, por isso te amei e amo, você acolheu minha dor a muito tempo e estou tentando derrubar o muro que construiu. - fico em silêncio e me recomponho.

Depois de um tempo Lion pousa e me nego a olhar ao redor, ele acaba me colocando na maca e vejo que estou no curandeiro, Flora me encara preocupada.

- Tudo bem? - ela pergunta. Noto que estamos na sala de Flora. Me esforço e me sento.

- Desculpe o incomodo, vou pedir que outra nin... - Flora bate em meu braço várias vezes.

- Eu sou a única que deveria te curar todas as vezes, você é importante demais sua fada ingrata! - ela diz preocupada e sorrio. Lion fica perto da porta escorado na parede. - Onde dói? - aponto o lado do meu abdômen.

- Estava treinando. - digo. Ela me cura e me sinto um pouco cansada. Flora me olha aliviada.

- Que tal jantar lá em casa hoje? - pisco vezes seguidas. Flora me olha com certa apreensão e acabo cedendo.

- Irei. - sorrio.

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É...

Beberam água hoje?

Tudo certinho com vocês?

A tia aqui está de olho em *-*

Tenham um bom restante de dia minionzinhos