Eu quero dormir!

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Hey hey!

Esqueci de postar aqui kkkk mas cá estamos. 

Apenas comédia para o evento de palavras, onde tivemos a palavra "GEMIDOS" no páreo. Eis aqui minha representação da vez. 

Música na mídia hehe. 

Obrigada aos envolvidos! Calist0_ na betagem e RedWolf62 na capa lindíssima <3 

Boa leitura! 

[...]

Não existe amor em SP, diziam. Katsuki vivendo nessa cidade desde que nasceu, concordava, além de incluir que não existia paz em SP também, afinal, saindo da casa de seus pais — ao entrar na faculdade —, tinha se livrado daqueles bailes estrondosos do bairro, mas no novo apartamento minúsculo, estava lidando com coisas ainda piores que o funk ostentação arrebentando suas janelas.

Do outro lado da parede de seu quarto, só podia haver outro quarto, a cama do vizinho batia naquele exato espaço próximo à sua cabeça. Era insano o quanto esses caras podiam foder a noite inteira, todas as noites, de um jeito escandaloso demais.

Bakugou os conheceu no dia em que se mudou, um loiro faladeiro chamado Kaminari Denki e um moreno que parecia ter um estilo meio hippie, Sero Hanta. Aquela fala arrastada não era típica de paulistas, mas pela forma largada de se vestir e o jeito manso dos gestos, certamente o trombaria em uma rave se arriscasse ir para um lugar desses.

Os cumprimentos iniciais foram bem entusiasmados, um pouco exagerado para os gostos do loiro recém-chegado, afinal, odiava bolo de banana e recebeu um inteiro no segundo dia de estadia, tendo que comer pelo menos um pedaço para não magoar os sentimentos do tal Kaminari Denki.

Demorou cerca de duas semanas para os vizinhos se acostumarem com sua presença, trocando até mais que uma dúzia de palavras a cada diálogo, coisa que poucos conseguiram — ou sequer tentaram — com o novo morador do condomínio.

Na terceira semana, Katsuki entendeu o motivo do valor baixo e poucas avaliações decentes sobre o lugar que decidiu alugar: as paredes eram extremamente finas.

Descobriu que mais ninguém ocupava aquele andar, o terceiro apartamento que haveria disponível foi interditado por conta de algum vazamento de substância perigosa, o antigo dono era um cientista caseiro meio burro; o andar de baixo, estava passando por reformas desde que chegara, além de descobrir que antes disso já estava inutilizado.

Provavelmente, deixou os colegas ao lado pensarem que ele realmente era tranquilo para aceitar essa farra, a conclusão mais burra que já puderam ter em suas vidas medíocres.

Na primeira noite do ocorrido, os gemidos eram tímidos, quase como se o casal de fato quisesse manter a discrição. Bakugou tinha ido dormir um pouco mais tarde que o habitual, e só por isso conseguiu pegar os ruídos a tempo. As arfadas abafadas pela parede que os separavam entre os cômodos; as palmas que certamente não eram feitas com as mãos, os murmúrios excitados de dois amantes conhecedores um do outro.

Apenas ignorou e colocou os fones de ouvido para aturar, não podia agir como um invejoso somente por não ter uma oportunidade de fazer o mesmo há algum tempo. Na noite seguinte, não houve o mesmo problema, portanto, definiu que tinha sido resolvido.

No entanto, ledo engano...

Já era o terceiro mês de estadia e Bakugou estava farto, como era possível que aquele loiro tivesse tanto cu para dar? As pregas dele estavam inteiras pelo menos? Mal sabia definir se eles eram versáteis, se amaldiçoou no dia que tentou desvendar quem levava de acordo com os gemidos, pois parecia mais interessado do que incomodado com essa baderna.

Sonora Inconveniência || KamiSero + BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora