A delinquent in my life

Uma Última Chance

Pov.  XinLong 

Eu observava as ruas de Xangai através do vidro da janela do carro em movimento. De agora em diante será uma vida nova e diferente de antes, não posso esquecer que essa é a minha última chance.

...

— Danificação de patrimônio público e desacato a autoridade... — disse a Sra. Wang, diretora do orfanato —

— Olha... — cruzei os braços — eu não diria "danificação de patrimônio público" eu chamaria de arte — debochei —

— Graças a sua "arte"... — deu ênfase na última palavra — você conseguiu ser expulso de novo, pela 8° vez! — a mais velha disse enquanto me encarava com uma expressão muito séria no rosto — você passou por 15 famílias e foi expulso de 8 escolas! 

— Puxa vida, que coisa não?! — respondi em tom irônico —

— Sinto muito Xinlong... — ela se sentou em sua cadeira giratória atrás da grande mesa de madeira do escritório —... mas eu não tenho outra opção, a não ser te transferir para a detenção juvenil!

— Eu não vou pra lá nem fudendo! — fiquei de pé, e minha expressão ficou mais séria —

— Bom, olha só... — ela se levanta de sua cadeira e vai até um armário e abre a segunda das cinco gavetas, e veio até mim — você tem uma última chance de mudar seu comportamento de delinquente rebelde — me entregou uma foto onde tinha uma mulher, um homem e um garoto — essa é a família Yu, eu conversei com eles sobre a sua situação, e eles estão dispostos a adota-lo, eles moram em Xangai, no bairro Baoshan. 

— Sério isso?! — revirei os olhos — fica do outro lado do país.

— Se quiser pode ir para a detenção juvenil. — pegou a foto das minhas mãos —

— Espera! — respirei fundo — eu quero tentar. 

— Muito bem, vou entrar em contato com eles, vai arrumar as suas coisas. 

— Tá... — caminhei até as enormes portas de madeira, mas antes de abrir as mesmas para sair, eu ouço meu nome —

— Xinlong, e não esqueça, é sua última oportunidade de ter uma boa família e um lar. 

...

Nem percebi quando o carro parou em frente a uma casa, fui tirando dos meus pensamentos ao ouvir a voz da Sra.Yu me chamar.

— XinLong? — levanto minha cabeça e a vejo me olhando pelo espelho do retrovisor — chegamos, espero que goste de morar aqui em Baoshan. 

— Ah... — forcei um sorriso — é... acho que vou gostar da aqui — abri a porta do carro e logo em seguida desci do mesmo, peguei minha mochila e pendurei uma das alças no meu ombro direito —

— O que achou da casa? 

— Bom, é mais bonita do que o orfanato — falei enquanto olhava a fachada da casa —

— Isso é bom então — sorrio sem mostrar os dentes — vamos entrar, o ZeYu esteva muito feliz em saber que você vai morar conosco —

Entramos na casa e eu fiquei de boca aberta olhando para cada canto daquela enorme casa, logo ouço passos descendo as escadas, vejo um garoto mais ou menos da minha altura parando na nossa frente, pela sua expressão parecia animado.

— XinLong esse é o meu filho ZeYu.

— É... oi?! — acenei para o garoto —

— Oii! — respondeu animado e em seguida me comprimentou —

— Filho, ajuda o XinLong com as coisas dele. — pediu Sra. Yu —

— Ta bom, vem Xinlong — ele pegou minha mochila e me puxou pela mão até as escadas e subimos para o segundo andar, e entramos em um quarto — esse é meu quarto, eu arrumei tudo para quando você chegasse. 

— Ah... valeu?! — agradeci enquanto olhava a decoração do quarto —

— Aquela ali é a sua cama! — disse sorridente e apontou para uma cama grande — é perto da janela, mas se você não gostar nós podemos trocar…  

— Não precisa é...

— Zeyu, meu nome é Zeyu!

— Obrigado! — fui até minha nova cama e me sentei, e coloquei meu skate no chão —

— Wow! Você sabe andar de skate? Deve ser muito legal! — falou animado —

— Vem cá?! — arqueio uma sobrancelha e o encaro — você é sempre tão feliz assim? 

— Ah... bom... — baixa a cabeça — bem, é que ultimamente eu me sinto um pouco sozinho aqui em casa, e quando eu soube que você ia vir eu fiquei animado... desculpa se eu estiver sendo... irritante! — coçou a nuca —

— Aí! — baixei a cabeça quando percebi a merda que eu disse — olha, não precisa se desculpar, eu gostei daqui — sorri sem mostrar os dentes —

— Sério? — levantou a cabeça e sorriu — então... — ele sw sentou do meu lado — pode me falar sobre você?

— Sobre mim... a... ok, bom... eu fui deixado na porta do orfanato quando eu nasci, eu praticamente cresci lá, então não tenho muito o que falar sobre mim... — olhei para o mais novo — e você? 

– Eu... eu sempre morei aqui, desde que eu nasci, meus pais viajam muito a trabalho, então eu fico aqui sozinho na maior parte do tempo.

— E o que você faz quando quer se divertir por aqui, sozinho? 

— Eu saio com os meus amigos... às vezes! 

— Legal... — falei sem interesse —

— Você está em qual ano, na escola? 

— 1° ano, mas eu fui expulso da minha antiga escola porquê pinchei o muro com a letra da minha música favorita – acabei soltando um sorriso involuntário ao lembrar da cara que a diretora fez —

— Mais isso não é errado? — me olhou fazendo cara de confuso — se eu fizesse isso, eu estaria bem encrencado! 

— Por isso eu fui expulso! 

— Você não deveria ter feito isso!

— Você também é sempre muito certinho assim? — revirei os olhos —

— Eu não sou "certinho", eu só gosto de segir as regras.

— Dá no mesmo!

— Meus amigos falam a mesma coisa... aí — abriu um sorrio empolgado — eu vou encontrar eles no Shopping agora, ta a fim de ir comigo? Posso te mostrar um pouco do bairro!

— Pode ser — dei de ombros e fiquei de pé — eu acho que não tenho nada para fazer mesmo, pode ser divertido!

— Legal — levanta da cama – aposto que vai gostar de conhecer os meus amigos.