Prólogo

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Ryland não estava nenhum pouco feliz com a ideia de conhecer sua noiva. Ele tinha apenas onze anos e as garotas ainda eram um campo que não o interessavam. Ryland não queria ter que ser legal com uma delas só porque quando fizesse dezoito anos casaria com ela. Ainda não sabia exatamente o que era o casamento, mas isso não importava, não queria se casar.

Seu pai, Edward, estava ajoelhado a sua frente ajeitando seu casaco para que ficasse apresentável quando o príncipe e a princesa de Snöland chegassem com sua filha.

O rei Edward era um homem forte, grande, tinha ombros largos e uma barba escura cobrindo todo o seu maxilar, que davam a ele um ar real que Ryland achou que jamais teria. Além de tudo isso, tinha cabelos castanhos escuros penteados para trás, a grande coroa dourada com rubis de rei enfeitando sua cabeça – o príncipe achava que deveria pesar muito – e contava ainda com olhos muito azuis, da cor do céu sem nuvens, que sempre pareceram captar a alma de Ryland de um jeito que ninguém mais fazia.

– Você está ótimo, filho – disse Edward ao se levantar. Ele passou a mão no cabelo do filho, que era escuro e ondulado, assim como o dele.

O pequeno príncipe se aproximou do espelho de seu quarto e viu o garoto baixo e magrelo projetado no objeto, os cabelos castanhos escuros ondulados sempre rebeldes, seus olhos de um castanhos claro quase da cor de mel e uma única pinta em seu rosto que ficava logo abaixo do canto esquerdo de seu olho. Ele tinha os ombros curvados pra frente, o queixo muito estreito e o nariz pequeno e delicado. Parecia uma menina estranha.

Ao ver sua roupa, Ryland teve vontade de vomitar. Estava usando um casaco azul escuro com detalhes em branco nas mangas e na gola, os botões eram azuis mais claros, estava com uma calça branca e sapatos negros, parecia tanto com um príncipe que o fez exibir uma careta.

– Qual o problema, querido? – perguntou o rei, confuso.

– Eu estou ridículo! – o príncipe bateu o pé no chão e se voltou para seu pai.

O rei riu.

Estava usando roupas parecidas com as do príncipe, só que em versão maior. O rei usava um longo casaco preto com detalhes e botões dourados, calças brancas e sapatos pretos, além disso, usava um colar de ouro com um medalhão onde estava gravado o brasão da Grã-Francia – um escudo com as letras G e F no meio rodeadas por um urso e um leão, moldurando o escudo estavam ramos de oliveira e carvalho, acima do símbolo ficava uma estrela de cinco pontas –, mas nele isso tudo não ficava tão ridículo.

– Está ótimo.

A porta se abriu de repente e a rainha entrou no quarto. Ela tinha longos cabelos loiros dourados presos em uma trança elaborada, havia também uma coroa na cabeça dela, mas está possuía peças de ouro em formato de folhas agrupadas em forma triangular encrustados de rubis. Seu vestido tinha o corpete dourado e uma saia bufante vermelha, a deixava ainda mais com ar de realeza.

– Eles já pousaram no aeroporto, logo, logo estarão aqui e você tem que estar no salão dos tronos para recebe-los. Vamos, vamos.

– Vamos? – Edward ofereceu a mão para Ryland, mas o príncipe apenas a olhou e saiu porta a fora.


Já fazia dez minutos que Ryland andava de um lado a outro impacientemente, não aguentava mais esperar.

Seus pais estavam sentados em seus respectivos tronos. Os tronos do rei e da rainha eram feitos de madeira, bronze e metal banhado a ouro, o brasão do país estava gravado no topo do alto encosto do trono.

Ao lado deles estavam Mitchell sentado no seu trono de príncipe que era significativamente menor. Ele era o irmãos mais velho de Ryland e certamente seria um rei melhor do que ele, mas perdera o direito a coroa, Ryland ainda não sabia porque, mas ninguém o dizia, de acordo com os adultos "ele era jovem demais pra entender". Babaquice.

A Rainha da NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora