Capítulo único

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 A multidão rugiu eufórica, e Harry também quando a goles voou pelo aro, Gina marcando mais dez pontos para as Harpias de Holyhead.

Mas os olhos de Harry não se fixaram nela por muito tempo, desviando-se por vontade própria para o outro lado do campo, onde uma cabeleira loira platinada de vestes azul-claras passou voando atrás do pomo.

Não era a primeira vez que Harry via Malfoy jogar desde que ele havia sido recrutado pelos Appleby Arrows, então, na verdade, ele não deveria ainda estar com aquele pequeno sentimento de descrença com o quão bom ele parecia voar por aí em sua vassoura quando ele subiu aos céus.

Ele observou Malfoy de perto por tempo suficiente para saber – mesmo quando uma onda de gritos e aplausos irromperam da arquibancada das Harpias – que os Arrows iriam levar o jogo. Dedos longos e pálidos se curvaram ao redor do pomo uma fração de segundos antes de Malfoy erguer sua vassoura em meio a exaltação dos apoiadores dos Appleby Arrows.

Aplausos e cânticos ecoaram por todo o estádio enquanto os jogadores voavam pelo campo, comemorando, lamentando e sorrindo para seus torcedores.

Os olhos de Harry seguiram Malfoy por tempo suficiente para Ron perceber e zombar ao seu lado. "Eca"

Harry resmungou sem entusiasmo assim que Malfoy fez um voo lento passando pela arquibancada onde eles estavam, onde notou Harry entre a multidão.

O sorriso comemorativo de Malfoy mudou e então, mantendo o olhar de Harry, ele ergueu uma sobrancelha antes de fazer uma saudação simulada a Harry.

Harry revirou os olhos e levantou a mão, mostrando-lhe o dedo.

Malfoy sorriu e soprou-lhe um beijo.

Fazia pouco mais de um ano desde que Harry e Gina anunciaram seu término.

Tempo suficiente, aparentemente, para que a imprensa finalmente tenha deixado de lado suas reflexões sobre se os dois, frequentemente taxados como o 'Casal de Ouro' durante seus três anos juntos, e como acabariam se reconciliando. Essas reflexões agora se tornaram especulações e investigações sobre quem seria a próxima pessoa a 'chamar a atenção de Harry Potter'. E esforços que envolviam a imprensa publicando questionários ridículos — 'Você é o par ideal do Salvador?' —, junto com colunas — 'Escreva uma carta para Harry' —,  jornais e revistas, enquanto fotógrafos apareciam aqui, ali e em todos os lugares, levando artigos como o do mês passado, discutindo se a mulher que lhe vendia frutas regularmente na feira seria seu novo amor ou se estaria a sua altura.

Ele teve que rir. Ou chorar. Ou se esconder em Grimmauld Place e nunca mais sair de lá.

A chatisse mais recente, no entanto, realmente ganhou o prémio.

Harry lutou contra outra gargalhada, enquanto olhava novamente para a capa da revista Witch Weekly que estava abandonada no bar a poucos metros de onde Harry estava sentado, que exibia uma imagem em movimento de Malfoy soprando-lhe aquele beijo no Quadribol. Ocorrido alguns dias atrás.

'De rivais a amantes? A estrela do quadribol Draco Malfoy corteja o Salvador Harry Potter com um beijo voador depois de levar os Appleby Arrows à vitória.'

Alguém chamou a atenção de Harry do outro lado do bar. Cabelos loiros, olhos azuis e uma silhueta que era inteiramente semelhante a do homem que Harry sempre lutava para afastar o olhar. Mas então, talvez ele só estivesse vendo uma semelhança por causa de toda a confusão e questionamentos que ele vinha recebendo dos paparazzi nos últimos dias. Harry sorriu e o homem retribuiu, suave ao invés de afiado, como Harry meio que esperava – porque era Malfoy –, mas ele voltou para sua bebida.

Este lugar era muito público para algo assim.

Uma comoção do lado de fora do pub tirou sua atenção de sua bebida, os sons de flashes de câmeras, e vozes e chamados se tornando mais altos e virando cabeças quando a porta se abriu, antes que ninguém menos que o próprio Draco Malfoy cruzasse a soleira, o segurança do pub segurando a imprensa na porta - porta que se fechou ruidosamente atrás dele.

Game on,  DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora