27 - Perdas

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- Às vezes me pergunto por que as pessoas se deixam entrar em nossas vidas e de repente nos viram às costas. Inesperadamente tudo muda. O sentimento se modifica transformando-se em algo inexistente. Não há dor mais cruel do que essa. Simplesmente das flores ao pó. É mais fácil se enclausurar num mundo próprio, onde não há dor, não há discórdia, não há brigas, não há anseios e principalmente não há perdas. Perdas que nos machucam mais do que podíamos imaginar. Dor que corrói e vai sucumbindo à alma. Queria ser um coração de pedra e não a senti-las. Posso fingir não me afetar. Posso fingir não me doer. Posso fingir não sentir absolutamente nada, mas no fim estarei juntando os pedaços daquilo que um dia ousei chamar sentimento. Com o coração partido vou tentando sobreviver e não cometer os mesmos erros. As emoções nascem, crescem, fortalecem, mas se um pequeno espinho entrar não há nada que impeça o iminente sofrimento. Parece fácil falar, mas não há palavras para expressar. 

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