Fica calma Mel... Respira..
"-Diz-me linda, como te chamas?"- tentei ser o mais natural possível, mas a verdade é que as minhas mãos já estavam a tremer...
"-Mary, e tu?"-ela perguntou com aquela voz adorável e eu não consegui evitar de sorrir.
"-Mel. E eu vou-te ajudar a encontrar a tua mãe."- Ela abraçou-me como se já me conhecesse à imenso tempo.... Ai meu deus... Teve de ser.. Tive de mentir..
Eu sei lá se a mãe dela é mesmo a senhora que eu vi lá no carro? São demasiadas semelhanças, mas mesmo assim a mãe dela pode ser outra pessoa qualquer.
Eu não sou desnaturada nenhuma para deixar uma criança desta ideia nas ruas assim sem mais nem menos, nem uma pedófila qualquer que vá 'pedofilar' alguém, por isso acho que o melhor é leva-la comigo.Primeiro comecei por dar uma volta pelo parque de mão dada com ela para ver se alguém a reconhecia, mas nada. Por fim, acabei por perguntar a pessoas com as semelhanças descritas pela Mary.
Nada! Ninguém! E agora?
Talvez ir ao hospital pedir informações fosse a melhor opção. É isso."-Olha minha linda, eu não encontro a tua mamã, mas há alguém que pode saber.. Aceitas vir comigo?"- suspirei.
Ela fez uma cara ezitante, eu tentei reconforta-la.
"-Mary, eu sei que a tua mamã deve ter dito para não aceitares nada de estranhos, mas eu vou provavelmente passar a não ser nenhuma estranha."- ela fez uma cara confusa-" Pronto, depois disto vamos comer um gelado e brincar, ok?"- um brilhinho apareceu nos seus olhos, o que me reconfortou bastante.
"-A minha mamã também pode vir?"
"-Mary, ouve-me."- ela acentiu-" Eu não sei se vamos encontrar a tua mãe, mas quero que saibas que não percisas ter medo de nós, está bem?"
Quase de certeza que ela não sabia do que eu estava a falar, mas o gelado superou tudo.
Peguei no telemóvel e liguei para a Clare que de seguida atendeu..Concordou em nos levar, pois ela tem carta e eu não...
Entrámos no carro e seguimos para o hospital de Sta. Christina, já que é o hospital mais próximo daqui.
Após um bocado de caminho, chegámos e a Clare ficou com a Mary na zona das crianças para a entreter enquanto eu fui à recessão.
"-Diga."- A gaja arrugante nem sequer tirou os olhos daquele maldito ecrã enquanto lixava as unhas. Juro que a minha vontade era partir-lhe o ecrã todo.
"-Bem, eu vim cá à procura de informações sobre a mulher que sofreu um acidente de carro hoje no Jardim Publico das Nações...Quem ela era ela ou se tinha família..."- ela riu-se da minha cara após procurar o seu processo naquele maldito PC.
"-Lamento fofa, mas só podemos dar informações a familiares da paciente."-ela voltou a cara novamente para a sua lixa. Passei-me.
"-Oiça-me bem. Isto é urgente. Eu não vim cá por brincadeira e também acho que a senhora não quer brincar. Essa sua paciente está M-o-r-t-a e a única família que ela tem é ,provavelmente, aquela menina de 4 anos. Agora depende de MIM se ela ficará abandonada num orfanato ou se vai ter uma família, PERCEBE?"- debrucei-me sobre o balcão e fiquei a quase um centímetro da cara daquela vaca. Acho que falei alto demais, pois toda a gente daquela sala olhou para mim...
Voltei ao meu eatado submisso e a vaca ajeitou a peruca, como se eu a tivesse arrancado ou algo do género.
"-Bem... Nesse caso vou contactar o doutor Martins que ficou encarregue desse caso, e ele atenderá a senhora o mais rápido possível."
Sorri com a minha ação feroz, o que é uma raridade, e sentei-me ao lado da Clare até me chamarem.
"-Menina Melissa ao consultório 39."- a voz de fundo soou e eu suspirei ao me dirigir para lá entre os corredores daquele hospital.
"-Entre."- a voz masculina fez-se ouvir do outro lado da porta e eu entrei colocando primeiro a minha cabeça dentro do consultório.
"-Boa tarde.. "- disse meio timida, pelo ocurrido de há pouco.
"-Melissa, certo?"- eu acenti -"Sei que veio buscar informações, pois a recepcionista a quem agrediu contou-me".- ele sorriu brincalhão enquanto eu só consegui corar com tal absurda atitude- "Ela merecia."-os dois rimos.
"-Bem...indo direta ao assunto, isto foi o que aconteceu... "- contei-lhe tudo e ele ouviu atentamente - "Como não sou estúpida nenhuma para deixar uma menina sosinha em plena praça publica, trouxe-a comigo... "
"-E a menina está na sala de espera?"- ele acentiu - "Muito bem... Hum.. Ao que parece hexistem muitas semelhanças mesmo... "
"-Por acaso a senhora chamava-se Vera? Uma senhora loira, alta e de olhos castanhos?"- era a hora da verdade.
"-Uhum.. Vera Storm, uma senhora de 1.77 m...o marido morreu há uns meros 7 meses...Só lhe restava uma filha chamada.. "- ele falava enquanto via a vida toda dela pelo PC e eu completei.
"-Maryana Storm."- ele ficou espantado com a minha precisão, mas eu não brinco em serviço.
"-Então confirma-se. Essa menina está órfã. Sem parentes nenhuns que a possam adotar."-ele suspirou.
"-E agora doutor...?"- fiz uma cara de preocupação.
"-Bem.. Ela vai ter de ficar num orfanato se ninguém a adotar.. "
"-E se eu, quer dizer, a minha mãe a adotasse?'
"-Hum... Podem adota-la indo à câmara municipal registra-la."
A porta abriu-se e eu sorri ao ver quem era. A minha nova pequena irmãzinha.
"-Mel, quando vamos comer o gelato?"- ela fez uma carinha de pedinte e eu sentei-a no meu colo.
"-Já a seguir, minha pequenina."-eu levantei-a- "Vai lá ter com a Clare, que eu já estou a ir."- ela saiu toda contente pela porta e eu levantei-me a sorrir.
"-Boa sorte, mel."- ele fez ênfase no meu nome, não percebi porquê.
"-Muito obrigada pela sua atenção e ajuda, doutor."- tenho a estranha sensação que já o vi em qualquer lado, mas isso agora não importa.
Saí toda contente do consultório, apesar de estar um pouco assustada com a ideia de-lhe ter de contar a verdade mais tarde...mas o importante é que ela vai ficar bem conosco...
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Amar é complicado
Roman pour AdolescentsMinha vida recomecou. Meu nome é Mel e sou uma garota baixinha de cabelos ondulados cor de mel e olhos azuis. Agora que estou no 11° ano penso em tornar minha vida melhor. Sei que pode ser difícil me acostumar a essa vida mas é mesmo assim.