dez.

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Continuação

Marília POV

Algum tempo depois o bar já tinha bastante mais pessoas, e o karaoke começou. A morena que trabalhava com Gustavo, era quem apresentava as músicas, e sabia cativar bem o público. Eu continuava com a sensação que a conhecia de algum lugar, mas enfim.

A noite seguia animada, de uma das mesas levantaram-se 2 homens, que foram apresentados pela morena e pegaram nos microfones. Cantaram uma música animada que fez muita gente do bar levantar-se e dançar.

Marília: eu não acredito

Luísa: o que foi Marília? Está tudo bem?

Marília: estás a ver aquela ruiva a dançar?

Luísa: bem bonita, se eu não tivesse mulher... - brincou

Marília: é secretaria do meu vice diretor. Ela não me pode ver aqui

Luísa: porque não, Marília? - pegou-me na mão para que me sentasse - és humana, podes divertir-te e beber um copo com uma amiga. Além disso, é pouco provável que ela te veja

Assento e fiquei ali, então era com ela que a morena do bar era parecida. Certamente seriam irmãs, arriscaria a dizer que eram gémeas.

Luísa: acho que a tua secretária gosta do Gustavo - sorriu maliciosa - olha ali como eles se comem com os olhos - rimos da situação

A festa seguia animada e parecia que ninguém queria ir embora daquele bar, quando ouvimos a voz de um homem, alta e agressiva, que segurava o braço de uma mulher, mais baixa.

Marília: Luísa, vem, é a Maiara - levantei-me seguida por Luísa

Fernando: continuas a ser uma vagabunda, sempre a dançar e a provocar outros - dizia segurando com força do braço da mulher

Maiara: larga-me Fernando, estás a magoar-me. Nós acabamos. Larga-me. Eu não te devo explicações de nada

Fernando: deves-me explicações sim, tu és minha mulh...

Marília: imagino que o senhor não tenha problemas de audição e tenha ouvido a senhora - ignorei o olhar surpreso de Maiara ao ver-me ali - vai largar o braço da Maiara agora

Fernando: ou fazes o quê? Achas que tenho medo de uma mulher?

Marília: pois se nao tem, devia - segurei-lhe o braço dele, que ainda apertava o da ruiva - porque posso arranjar-lhe muitos problemas

Gustavo chegou nesse momento e acertou em cheio do nariz do outro, que pela surpresa e dor largou Maiara, que foi abraçada pela morena que trabalha no bar. O dois homens continuavam a lutar no chão, até que dois amigos de Maiara, que tinha estado no karaoke, apareceram e tiraram Gustavo da luta, e um deles arrastou o outro, para fora do bar.

Marília: Maiara - aproximei-me da mulher que chorava e soluçava - como está?

Maiara: doutora, peço desculpa, eu estou bem - sorriu, tentando para as lágrimas

Marília: não tem porque pedir desculpa, e eu sei que não está bem. Quer ir ao hospital?

Maiara: não, doutora, está tudo bem, obrigada. Eu acho que só preciso de ir para casa, descansar - sorriu em meio de lágrimas

Maraisa: irmã, eu preciso de fechar o bar, esperas aqui um pouco? - perguntou a morena

Maiara: sim - sorriu baixando os olhos

Marília: creio que isso ainda possa demorar um pouco - falei - eu posso deixá-la em casa, Maiara

Maiara: não a quero incomodar doutora, posso esperar pela minha irmã

Marília: não me incomoda em nada, venha, eu deixo-a em casa - estendi a mão para a mulher - a senhorita tem como voltar a casa? - perguntei à morena que caminhou para trás do balcão

Maraisa: tenho sim, os meninos levam-me a casa, obrigada

Marília: ótimo, então venha comigo, eu e Luísa vamos deixá-la em segurança - segui com Maiara em direção à porta - Luísa, vamos deixar a Maiara em casa

X: ficas bem, pequena? - um dos homens dirigiu-se a Maiara, desconfiado pela minha presença

Maiara: eu fico, Rique - sorriu fraco - a doutora Mendonça deixa-me em casa

Henrique: certo - falou firme - liga-me se acontecer alguma coisa - olhou para mim - cuide da pequena, por favor

Marília: pode deixar, senhor - assenti - vamos, Luísa?

Saímos às três do bar e Maiara estava claramente abatida.

Marília: tem a certeza que não quer ir ao hospital? Esse braço está negro

Maiara: não doutora, eu fico bem - sorriu fraco

Luísa: Maiara, eu não a conheço e não tenho o direito de me meter na sua vida - falou ao aproximar-se da mulher - mas aquele homem não a pode aterrorizar assim, tem de fazer queixa na polícia

Maiara: tenho medo que ele faça pior

Luísa: deixe-me ajudá-la, eu sou advogada, eu posso ajudá-la

Marília: Maiara, amanhã está dispensada do trabalho, não aceito que riposte isso, e tem aqui um cartão da Luísa, ligue-lhe amanhã e deixe-a ajudá-la - falei firmemente

Maiara: obrigada, doutoras, muito obrigada - deixou cair algumas lágrimas - mas o Doutor Menotti não sabe de nada e vai sentir a minha falta

Marília: Maiara, eu falo com ele, eu sou a diretora e estou acima do seu chefe, não lhe pedi para ficar em casa amanhã, ordenei - falei com firmeza - agora descanse

Luísa: fico à espera da sua chamada amanhã, Maiara - sorriu e abraçou a ruiva - e não me trate por doutora, basta Luísa, deixe isso para a sua chefe - piscou o olho arrancando um sorriso da ruiva

Maiara: certo, boa noite doutoras - sorriu ao entrar em casa

Marília/Luísa: boa noite

IntençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora