A música estridente ecoava pela Pub, as pessoas dançavam animadas e os garçons iam de um lado para o outro levando os pedidos dos seus clientes entusiasmados. Todos ali pareciam se divertir. A mulher que brincava ser uma dançarina no pole dance decorativo que havia no meio do bar, o homem que virava três 'shots' de vez, e o grupinho que fazia batalhas de dança entre si. Mas Sarah não era todo mundo.
A loira olhava envolta e se perguntava o porquê de ter aceitado o pedido de Gil, não estava no clima para sair, não conhecia ninguém ali e não sentia vontade alguma de encher a cara. Realmente os tempos haviam mudado. Antigamente Sarah se divertia em lugares como esse, bebia até não poder mais e simplesmente voltava para casa como uma louca, e na maioria das vezes na companhia de seu ex, Rodolffo. Mas agora ela estava ali, sentada num canto, bebericando um drink duvidoso de kiwi enquanto observava seu amigo se esfregar em um homem musculoso qualquer. Seu corpo estava ali, isso era fato, mas sua cabeça não, essa estava distante e desta vez não era por um homem canalha que havia lhe enganado. Oh! Não, antes fosse este o dono dos pensamentos dela, pois, a verdadeira pessoa que estava lhe tirando o foco tinha nome, sobrenome, endereço e, ainda por cima, tinha ela como funcionaria.
Ela jamais daria bola pra mim, pensou Sarah e logo após virou de uma vez o seu drink. Talvez ela tivesse encontrado a motivação certa para beber.
Três 'shots' de tequila depois, Sarah já sentia seu estomago revirar. Não deveria ter bebido, era isso que se passava por sua cabeça. Estava desacostumada a beber, fazia algum tempo que não colocava um pingo de álcool na boca, e agora se encontrava num estado deplorável ao ver tudo girando ao seu redor.
Preciso ir embora, constatou, bebendo toda a água da garrafinha que havia pedido.
Antes que pudesse sair dali, precisaria avisar ao amigo que estava de saída, mas encontra-lo agora seria uma missão impossível já que fazia alguns minutos desde que o mordomo sumira de sua vista.
— Ótimo! — murmurou sozinha, vendo o grande problema que havia arrumado.
Precisou de alguns minutos para se recuperar e conseguir finalmente levantar de onde estava. Já não se sentia tonta e seu estomago havia parado de fazer barulhos estranhos como antes, agora era a hora de buscar o seu amigo. Deixou algumas notas na mesa e sinalizou para o garçom, saindo logo em seguida pelo local, olhando em cada canto obscuro onde o mordomo poderia estar aos beijos com o rapaz com quem dançava mais cedo.
Rodou por uns cinco minutos entre as pessoas e nada, nenhum sinal de Gilberto.
— Cadê você sua bicha safada. — Resmungou ao voltar sua busca.
Seus pés lhe levaram para a parte mais ao fundo do lugar, talvez tivesse mais sorte em encontrar o amigo ali, onde poucos transitavam e se uniam apenas para bater um papo com suas paqueras da noite. Caminhava decidida em encontrar o rapaz, mas de repente suas pernas falharam e seu corpo por inteiro gelou. Estava delirando? Era efeito do álcool?
"Não pode ser...", repetiu mil vezes para si mesma, mas após algumas piscadas viu que não se tratava de delírio ou efeito da bebida, era real.
Rodolffo estava bem ali.
A loira engoliu seco, entrando em pânico aos poucos. O que faria? Ele não poderia vê-la, o último encontro dos dois não tinha sido nada agradável, era certo que o homem iria amar agarrar o seu pescoço e joga-la nas mãos da policia.
"Vamos Sarah, reage, ele não pode te ver"
Mas a loira não conseguia se mover, apenas encarar aquele que havia desgraçado sua vida. Lá estava ele, com aquele típico sorrido galanteador enquanto paparicava uma menina que claramente estava receosa ao lado dele.
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Por um Triz - Sariette
RomanceDurante uma fuga da polícia, Sarah Andrade acaba parando na mansão Freire, onde conhece Juliette, uma advogada fechada para o amor, que vive para o seu trabalho e seus quatro filhos; Vitória, Gustavo, Júlia e Bento. No meio da confusão de sua chegad...