Eu quero e vou te odiar minha rival

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Rivalidade

Luz

Meu tempo esta acabando e eu ainda não me sinto "sofisticada" o suficiente para a grande confraternização que terá daqui a uns dias, na real eu estou gastando mais energia provocando e pentelhando a Blight chiclete do que me dedicando as aulas, oh meu Deus da onde veio esse meu fascínio por essa meliante? Me pergunto enquanto encaro o livro de literatura, que por sinal era nisso que eu deveria esta concentrada, mas não meu celebro se força a sempre trazer aquela indigente em minha mente.

Ah sim, eu me lembrei de um pequeno detalhe há exatos 13 anos, quando eu ainda era um projeto de gente,  como mamãe, tio Dust e "tie" Trouble trabalhavam no bordel então eu precisava de uma babá e madame Odalia deu um jeito nisso, ela nos deixava com a mesma babá de seus filhos, ou melhor, de sua filha Amity, já que os gêmeos já eram um pouco grandinhos e sabiam se virar. Eu e Amity estávamos sendo criadas juntas e tínhamos quase a mesma idade, os mesmos gostos e éramos amigas, nossa como é difícil admitir isso, enfim éramos inseparáveis, mas quando eu completei cinco aninhos Hunter e os gêmeos já tinham oito então Odalia dispensou a babá e os gêmeos ficaram responsável por Amy e Hunter por mim, e com isso nos distanciamos muito nos víamos apenas quando ela ia até o bordel ou quando eu ia até a casa dela brincar, estranhamente que naquela época eu não sabia que ela tinha irmãos mais velhos, isso porque por mais que eles estivessem responsáveis por ela eles viviam saindo e zanzando por aí e deixavam Amy em casa, e nessa época nos começamos a notar que tinha algo diferente, mas não nos importávamos, pelo menos eu não me importava, mas sempre que madame Odalia olhava para nós Amity parecia que travava as vezes se afastava um pouco de mim, e outras vezes me pedia para ir embora e eu ia sem entende o porque isso a incomodava, e também notei que até quando eu estava sem Amity ela me olhava estranho como se me analisasse e quando mamãe me viu o que ela me analisava ela cortou meu cabelo e começou a me dar roupas masculinas para usar, bem não entendia na época, mas aceitei sem reclamar até porque não era como se eu tivesse um apresso por coisas "femininas" e tais.

Mas hoje pensar nisso me da calafrios aquela mulher me analisava para saber quando eu seria lucrativa pra ela, mesmo que eu era uma criança ela me queria no meio daquele lugar nojento, mas tudo isso na época é claro não me afetava, mas Amity se distanciava de mim e eu não entendia o porque e um dia quando estávamos na educação física ela e as "amigas" dela vandalizaram as minhas coisas, e elas começaram a fazer bully comigo e espalhar que minha mãe trabalhava no bordel, rapidamente eu virei uma piada na escola, garota homem, esquisitona, filha da "puta" literalmente, cantavam aquela canção "...de dia ela é Maria de noite é João", "sapatão" e por ai vai eu tentei falar com ela e ela apenas riu de mim e me bateu ao ponto de eu quase desmaiar, mamãe passou horas chorando naquele dia, e foi ai que eu decidi que eu não iria mais apanhar pra ninguém e que faria aquela burguesinha nojenta me pagar, mas no outro dia descobri que ela tinha se transferido para outra escola, mas como se fosse destino eu a encontrei novamente.

E aquela idiota não mudou nada tirando o cabelo de chiclete mesmo, continua com aqueles grandes olhos âmbar, pele pálida, orelhas levemente pontudas, mãozinhas pequenas, sorriso torto amante de romance, rosa, com estilo meio punk meio rock e... Porque eu reparei nisso tudo?

- Hey Luser

E essa voz que eu reconheceria em qualquer lugar, uma voz melodiosa, ardilosa que transmite todo o jeito belo e perigoso de sua portadora.

- Algodão doce - disse com rispidez.

Ela torceu o nariz e se sentou do meu lado. – Vaca

Ela veio até minha carteira, sentou ao meu lado só para me chamar de vaca?! Mas que vaca.

- Vaca é tu piranha

- Piranha é tu lixo humano 

- Lixo humano é tu maracujá de gaveta - estou ficando sem xingamentos.

Mas por sorte o maracujá de gaveta aparentemente a ofendeu bastante, ela bufou e se sentou corretamente em sua carteira.

- Escute bem Luser saiba que eu só estou aqui, pois o professor me mandou ser seu par

Eu quase cair da cadeira. – MEU O QUE?

- Silencio - ordenou o professor Park.

- Desculpa "fessor" - disse.

- Relaxa senhorita Grayskull, mas concentre-se em seu trabalho e em sua parceira

- Pô senhor Pite num rola o senhor me trocar com outra pessoa essa mina é insuportável - disse meio "depre".

- Ah serio?! Talvez se você estivesse prestando atenção na minha aula você teria escutando quando eu mandei fazer duplas, mas como você não se moveu e a senhorita Blight está sozinha resolvi unir vocês - ele disse calmamente. – Ah e é Peter Park pra você senhorita Lucia

Revirei os olhos. – Num rola uma dupla de três?

- Não - ele respondeu seco.

Eu me sentei derrotada e com desanimo olhei para o lado e ela me encara como um gato arrisco olha para seus inimigos, por um lado fofo por outro perigoso, espera eu falei fofo?

- Então babaca o que vai ser?

- Dom Quixote - ela me jogou um livro na minha cara.

- Aí

- Leia até quarta e faça um resumo da historia eu faço o resto - ela disse com arrogância.

- E o que seria esse "resto" - fiz aspas com as mãos.

Ela suspirou entediada. – A resenha, analise psicológica do personagem principal, as principais figuras de linguagem utilizada no texto, capa, contra capa, glossário, caracterização dos personagens e analise da obra como um todo

Eu não entendi nem duas coisas que ela falou, mas não admitirei isso jamais.

- E porque você vai ficar com tudo isso e eu só vou ficar com um "resuminho" - longe de mim querer trabalho, mas essa tapada está me subestimando.

- Pois eu tenho certeza que você não tem competência de fazer nada além de um resumo, e outra você não ira fazer um resumo para o trabalho é um resumo para você pode apresentar para o professor durante nossa apresentação sobre o livro

- Escute aqui Blight eu tenho tanta competência quanto você - disse já perdendo minha paciência.

Ela arqueou a sobrancelha e me analisou da cabeça aos pés, e com um suspiro pesado disse. – Então se for o caso me encontre na biblioteca a partir de hoje até a finalização do projeto as exatas 15h25min

Concordei com a cabeça.

- E é bom ser pontual Noceda - ela diz meu sobrenome com tom de repreensão.

Ótimo arranjei mais trabalho pra mim que maravilha, mas eu é que não podia deixa essa otária ficar se gabando que carregou o trabalho nas costas, pensei orgulhosa até perceber um leve sorrisinho no rosto de minha rival e bem com isso eu concluir que ou tem uma passagem muito engraçada em Dom Quixote ou ela me enganou só para que eu me auto oferecesse a ajudar nesse trabalho e se for isso, que desgraçada astuta.

Meu, Seu, Nosso UniversoOnde histórias criam vida. Descubra agora