[SakuAtsu] Doce Obsessão [One-shots]

[fluffy|HP AU] Accio

Membros da mesma casa em Hogwarts mas de famílias tradicionalmente rivais - e com personalidades igualmente difíceis -, Miya Atsumu e Sakusa Kiyoomi precisam aprender a conviver e se tornam bons nisso até que um evento inesperado muda o destino de ambos.

[SakuAtsu] [Harry Potter AU] [magia] [fluffy] [enemies to friends to lovers] [Motoya cupido] ["Torneio" Tribruxo] [romance adolescente] [leve angst] [final FELIZ]

Aviso: essa fic é inspirada no universo de Harry Potter mas não tem qualquer intenção de ser fiel a ele.

***

Nos corredores de Hogwarts habitavam muitos mistérios. Quadros com pinturas que se moviam, almas penadas solitárias, sons que se propagavam pelas paredes e passagens secretas. Entretanto, para o jovem Miya Atsumu nenhum desses enigmas se comparava a seu próprio destino. Vindo de uma família que por gerações fez parte da Grifinória, ele foi quase deserdado quando o chapéu seletor ruminou um minuto inteiro antes de dizer alto e claro: "Sonserina!"

Dizer que ele recebeu um berrador de sua mãe alguns dias depois tentando consolá-lo de que estava tudo bem enquanto ela gritava e chorava, comprova o quanto essa experiência foi um tanto traumática para um garoto de 11 anos. E dizer que seu gêmeo, Osamu, foi selecionado para a Lufa-Lufa em menos de um segundo, levando a primeira separação entre eles desde o útero, explica porque Mama Miya terminou a mensagem de seu segundo berrador quase sem voz.

Havia algo errado com eles. Foi isso que Atsumu concluiu e teve que pontuar que havia algo ainda pior com ele mesmo assim que conheceu seus companheiros de casa, especialmente os que dividiram o dormitório com ele. Especificamente o mais célebre deles, descendente direto de um dos fundadores da Sonserina, um dos bruxos mais temidos que já existiu.

Mesmo com um rosto angelical, parte coberto por uma máscara e envolvido por cachos negros, Sakusa Kiyoomi botava medo. E ele nem precisava fazer nada. Todos conheciam seu nome, os traços de sua família e as duas pintinhas em cima da sobrancelha, sinais de nascença herdados que serviam como uma marca de que era superior a todos os outros.

No início, Atsumu tentou apenas cuidar da própria vida mas não demorou muito para começar a colocar as asinhas para fora e deixar sua personalidade forte criar uma reputação por ele: briguento, mandão e metido, um sonserino completo. Bem, ele era sim um pouco de tudo isso, o que tornava muito difícil fazer novos amigos, por isso estava quase sempre sozinho nas aulas que não fazia com Osamu. No fundo, ele era um grande coração mole e isso o magoava um pouco, mas acabou se adaptando e dedicando tudo que tinha aos estudos.

No começo do segundo ano, depois de um dia exaustivo de exames, ele acordou atrasado e correu para a aula, se sentou esbaforido e agradeceu pelo professor estar ainda mais atrasado do que ele. Queria apenas um dia sem mais complicações quando o viu caminhando até ele com passos duros e postura altiva: lá vinha Sakusa Kiyoomi. Atsumu cruzou os braços e olhou para ele revirando os olhos.

"Você deixou sua cama bagunçada." A voz de Kiyoomi era baixa e contida, os olhos dele queimando sobre Atsumu. "Seus sapatos jogados." O tom se tornava cada vez mais duro. "Roupas no banheiro." Ele cruzou os braços, esperando.

Atsumu o encarou. Já havia decidido há algum tempo que não ia ter medo dele não. De perto assim, ele sempre parecia um boneco de tão perfeito e engomado. Odiava essa garotada mimada. Usou logo seu tom de deboche. "Eeee...?"

Kiyoomi inclinou a cabeça e tentou soar ameaçador. "E você vai voltar lá e arrumar. Agora."

Não era a primeira e pelo visto não seria a última vez que teriam essa discussão. Depois de fazer uma careta desacreditada, Atsumu decidiu de vez que esse moleque era louco e não ia abaixar a cabeça pra ele de jeito nenhum. Muito menos na frente de todos os alunos, completamente atentos à discussão deles. "Não vou não. Você não é minha mãe, Omi-Omi!"