- "O inverno está indo embora, mas ainda consigo ver seus vestígios nas ruas de Tokyo. A primavera bate na porta e junto a suas leves cores que vem surgindo entre os flocos de neve..." ㅡ 2011
As palavras em seu bloquinho de notas eram lidas e lidas, mas nunca terminadas. Não conseguia terminar aquele texto desde o ano passado e só podia ler e ler novamente.
Um pensamento logo surgiu em sua cabeça, lhe fazendo entrar uma bolha só sua, olhou através da janela rapidamente, agora observando as pessoas, afim de afastá-lo.
"Olho para as pessoas e vejo seus rostos tristes, cansados, fatigado.
Fico com vontade de perguntar o que se passa, conversar, sei lá algo do tipo. E aí andando pelas ruas de Tokyo, observo o meu reflexo numa dessas vitrines semi espelhadas de loja de departamento, e lá estou eu triste, cansado, fatigado."O inverno costuma ser divertido para muitas pessoas, casais se divertem fazendo bonecos de neve e muitas crianças desenham anjos nos flocos fofinhos que cai do céu e se amontoam no chão.
Para mim, sempre foi um dia qualquer com um clima que se repetirá novamente outro ano. Costumava ficar no quarto em dias como esse, mas algo me fazia levantar da cama e sair por ai, sempre parando na lanchonete rkive na esquina 7, era a terceira vez naquela semana, não sabia o que lhe trazia ali, mas se deixava levar e sempre pensamentos sugestivos surgiam em sua cabeça.
O inverno estava acabando e daqui a alguns dias a primavera iria chegar e confessava que de todas as outras estações, a primavera, naquela ano, parecia que viria com algo inusitado ou estava ficando louco?
Então, sentado em uma das mesas do canto, próximo a janela de vidro, enquanto olhava a pouca movimentação da rua naquela manhã fria, talvez pela milésima vez, esperava o café que havia pedido a poucos minutos.
No fundo, ouvia bem baixinho o noticiário que falava sobre sonhos.
-Senhor Kim Namjoon? - Ouviu seu nome ser chamado ao longe, lhe fazendo despertar dos pensamentos contínuos e confusos. Acenou com a mão para a moça que estava próxima ao balcão, esta que logo, com um sorriso estampado no rosto, foi ao seu encontro e lhe serviu o café.
-Muito obrigada! -Sorriu sem mostrar seus dentes fazendo surgir as suas covinhas em ambas as bochechas o deixando com o ar ainda mais simpático. Voltou sua atenção para a janela, aguardando o café esfriar junto ao clima da cidade.
Tinha virado um costume idiota olhar para as pessoas que mesmo com o clima tão frio, se mantinha ocupadas seja lá com o que. Gostava de admirar e imaginar o que se passava em suas cabeças.
"Queria poder ter um sonho novamente como cada uma dessas pessoas, ter um novo objetivo. Queria ter um pouco mais de esperança."
-"Exatamente, a KIA está disponibilizando vagas para Jovens que desejam entrar no ramo da música ou ..."
-Música...- Repetiu ao que lhe chamou a atenção e acabou esquecendo o café por alguns segundos.
Namjoon, nunca gostava de noticiários, mas aquele lhe chamou a atenção e sim, estava muito interessado naquele assunto.
-Por favor, poderia aumentar um pouco do volume? -Disse levemente assustado, seu coração passou de calmo para acelerado em segundos e se não estivesse tão focado na televisão, diria que estava infartando ou tendo uma de suas crises.
- Claro! -Respondeu, logo direcionando o controle para a TV, fazendo a voz do repórter ficar mais alta enquanto dava as informações.
-" Estamos a procura de Jovens que tem o sonho em entrar no ramo da música ou participar de um de nossos grupo de Jovens Idols. As vagas são limitadas e estarão abertas até o sábado. Estamos a anos planejando esse evento e agora podemos realizar aqui em Seul o sonhos de muitas pessoas. Pessoas de todas as partes poderão participar. Enviaremos um e-mail para os ganhadores e podemos lhe informar mais sobre como irá funcionar. Lembrando, as vagas são LIMITADAS e estará disponível até o sábado. Estamos aguardando sua inscrição e que todos tenha uma boa sorte."
-"Muito obrigado por estas informações, senhor, o número de ..." - O jovem levemente pensativo não ouvia o que o homem dizia, mas podia ver seus lábios se movendo, talvez dando as últimas informações que precisávamos saber.
"Essa é a minha chance!"
Pensou olhando para o vapor do café em sua xícara, até então esquecida. Não conteve um sorriso satisfeito.
Talvez aquele final de inverno e quase começo de primavera seria diferente.
-Seul... -Disse para si mesmo, tentando manter seus pensamentos em ordem. Estavam um turbilhão e não conseguia se concentra em nada.
Aquela notícia foi muito repentina, tudo estava monótono e de repente um baque, não estava sabendo reagir a tudo aquilo.
As mãos começaram a suar dentro das luvas, o café intocado estava diminuindo a intensidade do vapor, indicando que mesmo lentamente estava esfriando.
Nervoso, o garoto tomou curtos goles do líquido preto, sentindo amargar em sua garganta, então levantou de forma apressada, deixando algumas notas sobre a mesa ao lado da xícara.
-O pagamento da mesa 7 está aqui! -Gritou para a garçonete, não esperando por uma resposta e então saiu dali o mais rápido que seu corpo podia processar.
Ao sair pela porta, sentiu o vento bater sobre seu rosto, fazendo rapidamente toda aquela sensação de calor ir embora em segundos.
- Argh! Ainda está frio. - Encolheu-se dentro do sobretudo, abraçando seu próprio corpo.
Aquela informação havia sido muito repentina, lhe deixando com uma sensação estranha, totalmente desconhecida pelo garoto. Não conseguia acreditar que finalmente poderia voltar a ter um filete de esperança.
O sonho que havia desistido a anos atrás, quando ainda era apenas um garotinho, parece ter se espalhado como fogo por todo seu corpo. Não estava conseguindo se concentrar, mas mantinha seus olhos atentos na rua, mas parecia que estava sendo carregado.
O corpo pesado parou no meio da rua, fazendo algumas pessoas que estavam apressadas baterem contra seu ombro e o olhar de forma raivosa.
- Saia da frente! - Um homem mais alto que si falou, ajeitando seu cachecol. - Se quer morrer atropelado, vá para um lugar onde não tenha movimentação de pessoas! Ei, está me ouvindo?
-Seul... - Repetiu novamente aquele nome, fazendo o homem, até então não notado por si ali ao seu lado, estranhar. - Droga! Como eu vou para Seul...
As mãos enluvadas foram de encontro aos fios, fazendo a touca se amassar entre os dedos. O homem ainda ali, apenas negou com a cabeça, resolvendo seguir seu caminho.
- Eu só me esbarro com pessoas doidas! - Foi a única coisa que Namjoon ouviu lhe fazendo sair de seus desvaneios rapidamente e notar a presença do homem, que agora ia na direção contrário que a sua.
-Ele pediu alguma informação? - Disse confuso, resolvendo esquecer aquilo e simplesmente voltar a seguir seu caminho. - Eu preciso de dinheiro, mas antes tenho que fazer minha inscrição... Droga, eu não tenho um notebook!
A memória surgiu em sua cabeça como um soco em seu rosto. Havia se livrado do seu notebook a alguns meses, pois estava precisando de grana e acabou tendo que vender seu aparelho eletrônico e algumas de seus equipamentos.
Novamente precionou os dedos sobre a touca, agora não parando em lugar algum, apenas seguindo o caminho que ACHAVA ser de sua casa. O destino estava ao seu favor naquele dia, literalmente estava.
Namjoon não sabia, mas havia coisas que somente o próprio destino poderia lhe dar e era o que ele estava fazendo nesse exato momento, sem qualquer percepção do garoto.
O seu destino ia lhe trazer muitas coisas boas, mas Namjoon precisava saber por onde estava pisando e essa era a única coisa que o destino não poderia lhe ajudar. Era apenas reflexo das suas escolhas, então se quisesse benefício, precisava por sua inteligência em prática em muitos assuntos.
Mas, tudo estava dando certo naquele momento, então, seu destino não ligava para negatividade, apenas aquele dia estava importando.
Mal sabia que aquela poderia ser uma boa e uma má escolha. Ainda tinha muita coisa para acontecer.
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TOKYO
Fantasy- O inverno está indo embora, mas ainda consigo ver seus vestígios nas ruas de Tokyo. A primavera bate na porta e junto a suas leves cores que vem surgindo entre os flocos de neve ... - Kim Namjoon! "me fazem ter um pouco mais de esperança, me faz a...