"Você já tem dezoito anos?" Haechan perguntou, um sorrisinho nunca abandonando seus lábios. Uma das mãos segurava o copo do garoto em sua frente –que apesar de ser pequeno e mirradinho em relação à sua estrutura corporal, era pouco menos de cinco centímetros menor que si– e a outra carregava uma garrafa de vidro, de quase um litro de pura vodka. Sendo bem sincero, ele tinha uma ponta de pensamento que o dizia que dificilmente as próximas palavras que sairiam da boca do menino seriam verdades.
"É claro que tenho?" Renjun encolheu os ombros, sorrindo como se dissesse que não, não tinha dezoito anos, mas que Haechan deveria lhe dar um pouco de álcool. Sorriu quando ele se deixou levar com uma risadinha, despejando o líquido transparente em seu copo.
"Renjun- é Renjun, né?" e o viu concordar com a cabeça, "Eu não quero ser preso... Sem beber demais, tá legal?" tinha de admitir: era um pouco estranho imaginar que o radiante, despreocupado e divertido Haechan estivesse dando conselhos para um garoto que ele nem mesmo conhecia.
Não era como se Renjun o conhecesse também.
Havia parado naquela festa por algum motivo que não se recordava –afinal, tinha o incrível hábito de esquecer facilmente quando sóbrio e lembrar de tudo o que fazia sob efeito de álcool–, mas de uma coisa ele tinha certeza: havia sido na companhia de Jaemin e o resto da banda.
Tudo isso depois de um show na garagem de uma colega qualquer.
Era por volta das sete horas da noite. Renjun e Jaemin chegaram juntos ao local que lhes havia sido enviado por mensagem. "Show da Thunder Eyes na casa da Jiwon a partir das 19h. Não vai ter comida nem nada, no máximo água. Vão pelo som" com a delicadeza que jovens sempre contavam com, estavam na frente da casa de Jiwon.
Ou presumiram que aquilo fosse a casa de Jiwon. Por incrível que parecesse, a Thunder Eyes tinha um público notável, então eram inúmeras cabeças impedindo que os 1,77cm de Jaemin –que era orgulhosamente o mais alto entre os dois amigos– fossem capazes de enxergar o número da casa. Mas não que tivessem feito muito alarde: sabiam que aquela concentração de pessoas indicava que o show seria ali mesmo.
Jaemin segurando firme no pulso de Renjun, atravessaram um amontoado de jovens até chegarem à beira do palco. "Palco". Todo aquele conceito era americano demais para aquela pequena comunidade asiática na vasta San Francisco. A banda de rock alternativo que tocava frequentemente na garagem dos outros, com seus samples desenvolvidos em faixas, propriamente, no perfil do soundcloud de Mark. O líder que, na verdade, era canadense e ninguém fazia ideia de como havia parado em San Francisco.
Estavam ali porque: 1. Jaemin namorava o baterista e, então, conhecia aquela banda desde o protótipo. 2. Renjun até que estava simpatizando com rock alternativo. E dentre seus inúmeros devaneios, há dias, iniciara um discurso sobre apreciação da cultura local que se estendeu ao ponto de Jaemin deixar de ouví-lo.
O Huang mal teve tempo de raciocinar quando luzes coloridas passaram a ser a única fonte de iluminação daquela garagem. Em questão de minutos, estava ouvindo a banda de seus colegas de escola. E estava bastante impressionado. Claro, se olhasse para o lado, veria um Jaemin de olhos brilhantes, suspirando involuntariamente entre uma letra ou outra, com os olhos apreciando tudo que havia acompanhado Jeno, seu namorado –e o fodástico baterista–, construir.
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eletromagnetismo; renhyuck
Fanfictionrenjun sempre gostou de dar explicações filosóficas para as coisas. mais do que isso, sempre gostou de racionalizar tudo ao seu alcance. foi preciso que pensasse pelo período de quase uma aula inteira para ceder e acompanhar jaemin no show da banda...