quarenta e um.

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Maraisa POV

Não tinha a certeza se devia, mas algo me diz para confiar na Marília, decidi seguir o meu coração e esquecer aquele assunto, confiar que ela não tem nada com o Murilo há muito tempo e que já lhe tinha imposto os limites.

Nessa noite, não aceitei dormir com Marília, porque sabia que, se chegássemos juntas na empresa, iam começar a falar e nós não temos nada assumido, nem nós sabemos o que temos.

Enquanto íamos até minha casa, o telemóvel de Marília tocou, e estava ligado ao viva voz do carro, estranhei alguém ligar-lhe tão tarde, mas tentei não ligar.

Chamada on

Maiara: Oi Marília, desculpa ligar, mas só queria saber se estás com a Maraisa, ela deixou o telemóvel em casa e estou preocupada

Marília: Oi Mai, ela está aqui comigo, sim, eu vou deixá-la em casa - sorriu para mim e beijou a minha mão

Maiara: ainda bem - conseguia notar que ela estava a sorrir - espero que se tenham resolvido

Maraisa: não sejas curiosa, Maiara Pereira - brinquei

Maiara: eita, estou a ver que sim - deu uma risada

Maraisa: daqui a pouco estou em casa

Maiara: até já metade, até amanhã doutora Mendonça

Marília: até amanhã senhorita

Chamada off

Maraisa: não conhecia essa intimidade, entre vocês - sorri

Marília: alguém teve de me dizer o seu horário, senhorita, uma vez que tinha o telemóvel desligado - sorriu

Passado algum tempo, Marília estacionou o carro à frente do meu prédio, tirou o meu cinto e puxou-me para o seu colo.

Marília: tens a certeza que não queres ir comigo? Ainda te posso raptar - sorriu dando cheiro no meu pescoço

Maraisa: é melhor não, se chegarmos juntas à empresa vai haver muitas conversas - sorri, beijando-a

Marília: eu compreendo - baixou os olhos - Maraisa? Estou mesmo desculpada?

Maraisa: estás - falei segurando o seu queixo forçando-a a olhar para mim - eu escolhi confiar em ti, e acreditar em ti, não me desiludas - sorri

Marília: prometo - beijou-me de uma forma intensa, mas calma, transmitindo carinho

Aos poucos, o nosso beijo foi-se tornando mais intenso e quente, as suas mãos percorriam o meu corpo, e eu, segurava a sua cintura com uma mão e a nuca com a outra.

Maraisa: é melhor eu ir - sorri quebrando o beijo

Marília: está bem - fez biquinho

Maraisa: adoro-te, Marilia Mendonça - sorri e beijei-a com todo o carinho

Marilia: eu também te adoro, Isa

Depois de alguns beijos, sai do carro, despedindo-me dela.

Marília: Isa - falou abrindo a janela do carro - ligas o telemóvel e paras de me ignorar? - sorriu

Maraisa: considera-o ligado, doutora Mendonça - sorri olhando para ela e mandando um beijo no ar

Entrei no prédio e antes de entrar no elevador, acenei-lhe e ela deu partida no carro. Subi no elevador e o peso que sentia no meu peito já não estava lá. Entrei em casa.

Maraisa: porra Maiara, que susto - falei com a mão no peito, ao vê-la parada em frente da porta

Maiara: deixa de fazer cenas - sorriu e puxou-me para a sala - quero saber tudo

Maraisa: Mai, estou cansada e preciso de dormir

Maiara: então eu durmo contigo e contas-me tudo antes de adormeceres

Maraisa: não vais desistir, pois não?

Maiara: sabes que não - sorriu

Maraisa: então vamos comer alguma coisa e eu conto-te, mas depois deixas-me dormir

Maiara: prometo de dedinho - sorriu

Assim fizemos, fomos até à cozinha, preparamos um pão com nutela e contei a Maiara a conversa que tinha tido com Marília, a decisão de confiar nela e no que ela me tinha dito. Como sempre, Maiara apoiou-me. Depois de um tempo, tomei um banho rápido e fomos dormir.

Daí a poucas horas, começaria um novo dia na MendonçaArch.

IntençãoOnde histórias criam vida. Descubra agora