Capítulo 1 - A aprendiz

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No ano de 1885, em Londres, a onda de crimes estava cada vez maior, mas não eram crimes comuns, era algo mais elaborado, cada vítima tinha uma forma bem específica da causa da morte, e para chegar ao criminoso era quase impossível, eram profissionais que sabiam ocultar sua presença no lugar ou as vezes nem precisava estar presente no momento, cada um tinha uma forma diferente de executar o alvo.

Me chamo Jenny Walter, mas não sou muito conhecida pelos meus feitos, mas sim por ser irmã de Sherlock Holmes, um prodígio que foi capaz de solucionar vários crimes com sua habilidade de entender o ambiente, e até mesmo comportamentos do suspeito, minha inspiração é ser como ele, resolver mistérios que pessoas comuns nem imaginaria, ter a oportunidade de investigar algo que nem mesmo profissionais conseguiram resolver, esse era meu objetivo e agora estou a caminho da casa de meu irmão, onde irei passar um tempo pra aprender os seus truques.

Mesmo sendo um gênio, organização não é o seu forte, assim que entrei em sua casa, era perceptível a bagunça, havia muita sujeira, roupas jogadas pela casa e até mesmo pratos sujos, não era de se esperar que um homem que mora sozinho se preocupe com faxina ou coisa do tipo, sua única preocupação era trabalho, e isso era todo tempo, me impressiona como alguém consegue focar todo o seu tempo em uma coisa só, bom, por hora irei arrumar ao menos um pouco essa zona de guerra.

De pouco em pouco fui limpando os cantos da casa até encontrar algumas papeladas, eram anotações de alguns crimes resolvidos, decidi ler e a cada detalhe ficava mais surpresa, o nível de cada investigação era considerado impossível para um simples policial, e lá estava todas as provas encontradas na cena do crime a até mesmo alguns detalhes sobre comportamentos das pessoas que foram interrogadas, então para me tornar alguém como ele, era necessário um tempo considerável para conseguir realizar tais feitos.

Enquanto eu lia suas anotações, Sherlock chega quase chutando a porta e extremamente agitado e logo ele percebe a minha presença:

–Oh, senhorita Walter, já vi que está no espírito de mexer na coisa dos outros.

Logo me assusto jogando os papéis pra alto e virando rapidamente em sua direção.

–Eu estava organizando sua casa, assim que cheguei estava uma bagunça, e acabei lendo algumas anotações sem querer.

–Então tem interesse em crimes, parece que isso é de família mesmo, de qualquer forma estou chegando a quase um possível suspeito do meu caso atual, olhe essas ligações.

Ele tira um caderno de bolso e começa a mostrar vários pontos ligando um assassinato de um homem, pelos dados que ele mostrou o homem havia sido esfaqueado inúmeras vezes e sua enteada foi encontrada morta parece que por uma overdose. Os policiais simplesmente consideraram como se ela tivesse tirado a vida do padrasto e logo após a própria vida. Mas tinha algo mais afundo naquele caso, não tinha sido a primeira vez que ocorria um caso assim onde a família estava morta e uma das causas era overdose, mas ninguém conseguia descobrir que tipo de droga estava sendo utilizada ou mesmo um remédio, eles simplesmente consideraram que foi a ingestão de vários medicamentos que no final não ficava perceptível aos testes. Mas meu irmão não aceitava o serviço meia boca desses sujeitos, ele investigava até o fim a ponto de descobrir alguma ligação entre as mortes.

E em meio a toda aquela empolgação ele acabou me convidando a ir junto pra ver a cena do crime, corremos pra rua e logo pegamos um táxi. E passamos pela grandiosa Londres, até chegar ao ponto, que não foi muito belo, era um apartamento, estava todo isolado, e assim que entramos tinha marcas de sangue na parede, manchas de mão por todo o lugar, os corpos estavam dentro de um plástico preto, mas a cena continuava com todos os detalhes detalhes que rolou, Sherlock começou a tentar imaginar a cena, eu tente acompanhar seus passos pra seguir a mesma linha de raciocínio, ele passou por toda a área ligando os pontos e fazendo anotações com descrições, até que chegamos na parte mais bizarra, abrindo os sacos pra verificar o cadáver, de cara podemos ver marcas de unha no homem, meu irmão estava verificando o corpo do homem e eu tomei liberdade pra verificar a garota, a coitada tinha vários hematomas pelo corpo, mas não parecia tão recente, ou seja, aconteceu uma agressão antes do crime, isso era perceptível, além de suas unhas desgastadas, infelizmente não posso ir além já que o resto ficará com os legistas, mas alguma coisa tem no meio dessa história. Agora invertemos os papéis e eu estava olhando as marcas e já liguei os pontos, claramente rolava uma briga entre os dois, já que as evidências batiam, as mãos do homem estavam cheias de sangue, e encaixa com as manchas na parede, logo nossas hipóteses bateram e seguimos investigação por outros cantos da casa.

Pela causa da morte da garota ser por overdose, decidimos procurar possíveis remédios na casa que poderiam ajudar na investigação, dentro de gavetas e armários, e não encontramos nada que fosse útil, o que faz pensar que o que causou a morte da jovem veio de fora, bom essa era minha desconfiança, mas não sabia o que se passava na cabeça de meu irmão que estava em silêncio, olhando ao redor e sem falar nada, a próxima etapa seria na autopsia, assim que o legista assumir o trabalho daremos continuidade a investigação.

Sherlock começou a revisar alguns casos anteriores onde as vítimas morreram da mesma forma, e não tinha conexão alguma, eram pessoas diferentes, em lugares diferentes, a única coisa em comum é que sempre a família toda era morta, parece que outra ligação entre os casos seriam que a maioria das pessoas eram problemáticas, com várias reclamações e algumas até mesmo com queixa na polícia do local. Isso me fez pensar que poderia haver alguém por trás, mas essa pessoa teria acesso a informações, já que seguia esse padrão, mas é difícil encaixar a overdose, nenhuma droga seria capaz de estimular assassinatos.

Esse pensamento me perseguiu enquanto estávamos voltando pra residência de Sherlock, que permaneceu calado toda a viagem, o que será que se passava na cabeça do gênio, eu queria poder saber, mas tudo que me restava era minhas hipóteses sobre o assassinato e o possível culpado que por hora era algo da minha imaginação que eu não era capaz de ligar os pontos a ponto de confirmar minhas suspeitas.

Assim que chegamos, Sherlock sumiu, eu não fazia ideia de onde ele planejava ir, mas ele parecia não querer companhia, então fiquei lá e comecei a revirar sua papelada de novo, mas acredito que o mais útil com certeza seria o seu caderno de bolso, lá parece ter detalhes exclusivos ou até mesmo seus pensamentos sobre tal. Mesmo com muitos dados em minhas mãos, eu sentia que estava tudo incompleto. Eu tinha que ter esse caderno pra tentar pensar em algo que comprove minhas ideias.

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⏰ Última atualização: Feb 11, 2022 ⏰

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