𝗗𝗮 𝗩𝗮𝗿𝗮𝗻𝗱𝗮 | Em Paris [Livro 2]

Capítulo 41

Roy e eu caminhávamos de mãos dadas pelos corredores do hospital da Salpêtrière. Antes de sairmos do apartamento, nos unimos em oração. David já estava por dentro do que acontecia. Por esse motivo, ele apareceu lá em casa de manhã oferecendo apoio, e até se disponibilizou em ajudar minha irmã com o novo apartamento.

Nós quatro levantamos um clamor e entregamos minha vida e a do meu bebê ao Senhor. Óbvio que apenas Roy e eu clamamos pelo nosso filho. Mesmo assim, é inevitável sentir o medo batendo na porta do meu coração. Afinal de contas, sou ser humano e hoje teríamos conhecimento da seriedade dessa doença e suas possíveis consequências que não apenas me afetariam.

— Senhora Carter! Bom dia! — o doutor Galen me cumprimenta ao abrir a porta da sala.

— Bom dia, doutor! — entro, sendo acompanhada por Roy — Este é o meu esposo, Roy Carter.

— É um prazer conhece-lo, senhor Carter! — estende a mão e Roy retribui o cumprimento.

— Digo o mesmo, doutor, apesar das circunstâncias. — responde educadamente.

— Bom, levarei vocês dois para conhecer o doutor Shepherd. Como disse ontem a sua esposa, ele é neuro-oncologista e especialista em tumor cerebral. Um dos melhores do mundo. — aponta para a porta que fica do outro lado da sala — Vamos!

Nós o acompanhamos até a sala de reuniões, onde um homem alto, de cabelo marrom escuro e olhos verdes nos recebe com um sorriso simpático.

— Olá! — nos cumprimenta com apertos de mão — Sou o doutor Derek Shepherd, serei responsável pelo seu caso a partir de hoje, senhora Carter. Por favor, fiquem à vontade. — diz apontando para as cadeiras ao redor da grande mesa de reuniões.

— Obrigada! — agradeço e nos sentamos, ficando de frente para os médicos. Já posso sentir minhas mãos suarem e tremerem um pouco.

— Ontem o doutor Galen entrou em contato comigo e me passou o seu caso, junto com os resultados dos exames pedidos por ele. Resolvi marcar esta reunião, pois vocês precisam ter conhecimento, o quanto antes, de todos os possíveis riscos que essa doença e seu tratamento podem causar. Principalmente no caso da senhora, devido a gravidez. — assinto, levando a mão até a barriga.

Roy toca um de meus joelhos e o aperta de leve, sem desviar os olhos do doutor Shepherd, que continua falando.

— Ao analisar mais atentamente a tomografia, além de detectar que o tumor está localizado no tronco cerebral, descobri a histologia.

— E o que isso significa? — pergunto leigamente, interrompendo-o.

— Significa que não será necessário a realização de uma biópsia para descobrir o tipo do tumor. — quem responde é o doutor Galen.

— O que, em partes, é uma excelente notícia, visto que a localização tronco, só de você fazer a biópsia há uma incidência alta de défice novos. Porque você vai colocar a agulha e vai retirar. — cruza as mãos sobre a mesa — O troco cerebral é um local pequeno, mas ele tem uma estrutura que é extremamente relevante para o restante do corpo. A porcentagem de problemas pós-biópsia é de seis a sete. Resumindo, se realizássemos o procedimento na senhora, provavelmente haveria uma piora clínica em seguida.

— Glória a Deus que não será mais necessário! — respiro aliviada, ajeitando-me no assento.

— E qual foi o resultado doutor? — ao contrário de mim, Roy não parecia nem um pouco aliviado.

— A histologia foi um GBM. Glioblastoma multiforme. — diz calmamente, enquanto meu esposo arregala os olhos e afrouxa o aperto em meu joelho.

— Glioblastoma? — sua voz soa baixa, e carregada de incerteza — Mas... — ele olha de mim para os doutores — isso não tem cura, não é?