Maldito do seu amigo! Era sempre aquilo, Mark não sabia o porquê insistia em ir junto, sendo que sempre acontecia o mesmo: ele abandonado no meio da festa e no meio de tanta gente desconhecida dançando loucamente, porque Johnny havia o largado. Bebeu um gole do whisky com energético do copo vermelho – que por obséquio o fazia lembrar antigas festas americanas que ele ia --, que havia pego na bancada da entrada.
Agradecia que sabia se virar sozinho e agora não mais se apavorava no meio da multidão. Uma menina que dançava em sua frente de repente virou-se, com um vestido azul, quase branco, de alças finas e curto, junto de um par de botas pretas que vinham até o joelho e presilhas colocadas rapidamente no cabelo.
Jogou os braços em volta do pescoço dele, levando seu copo de modo tão veloz que Mark jurou que derrubaria nele inteiro. Ela sorriu e se esticou para dar um beijo na bochecha dele, gritando um "seja bem-vindo" e voltando a dançar. O garoto apenas balançou a cabeça, ignorando o fato, enquanto se desvencilhava das pessoas, caminhando em direção ao banheiro.
Havia pessoas na fila, a qual ele teve que esperar, encostado na parede e de frente para um espelho, a qual era possível ver seu corpo inteiro. Ouviu a porta sendo aberta e logo uma tossida baixa, enquanto passada por si, um garoto de seu tamanho, cabelos castanhos claros e bochechas coradas, provavelmente pela bebida. Ele deu uma breve olhada em Mark, que chamou atenção do canadense, mas continuou seu caminho.
Encostando a cabeça na parede, o loiro balançou a cabeça. Tomou tudo o que havia no copo de uma vez só. Precisava de mais bebida.
Buscou pela mesa onde havia as bebidas, pegando um copo de shot e enchendo com vodka. Detestava vodka pura, mas detestava mais ainda whisky puro. Aquilo ia anima-lo. Jogou um pouco de vodka em seu copo e preencheu com energético, jogando junto algumas gomas que achou por ali.
Virando-se de costa para mesa e bebericado o líquido, observou duas pessoas o fuzilando com o olhar. E, em incrível coincidência, é o menino do banheiro e a garota que havia abraçado ele. Mark suspirou e se aproximou dos dois, que sorriram com sua presença.
-- Qual seu nome¿ -- a menina perguntou alto, roubando o copo da mão dele. Mark primeiramente pensou em questionar se ela sabia que não deveria beber em copo de desconhecidos, mas desconsiderou e respondeu seu nome.
-- Mark! – O menino falou como um teste e pegou o copo da mão da menina, oferecendo para ele. -- Bebe mais um pouco!
Ele disse com entusiasmo e o canadense apenas bebeu em concordância, um belo gole, que, pela sua experiência, ele sabia que subiria rápido. A menina novamente o abraçou e disse que era bom vê-lo de novo. Mark sorriu e bebericou mais um pouco do líquido.
-- Olha só, eu vim de fora daqui, tem muita coisa que ainda não aprendi e nem sei! – O canadense disse alto, se aproximando dos dois. Ele não era besta, sabia o que eles queriam. – Mas meu coração é grande e cabem vocês dois!
O menino tirou o copo da mão dele, para que a garota pudesse abraça-lo direito, entrando nos braços de Mark e dizendo o caminho para irem. Se estivesse sóbrio, com certeza o Lee estaria morrendo de vergonha ou possivelmente nem estaria ali. Ela se aproximou mais, até estar com os lábios ao lado de seu ouvido e sussurrou: não vai morrer sozinho.
O outro garoto sorriu sem jeito, balançando a cabeça enquanto fingia não ver a cena. Ele riu sem jeito quando pegou a mão de Mark e puxou os dois pelo corredor a dentro, enquanto eles apenas seguiam, os três em fila.
-- 'Tá tudo bem se não quiser... – ele disse quando parou na porta, antes de abrir. Estava a poucos centímetros do canadense, que como concordância selou os lábios nos dele.
Os três adentraram o quarto desconhecido e sentaram na cama. A menina levantou uma garrafa no ar, que o Lee nem sabia de onde ela tinha pego e os três, por conta do álcool no corpo, riram do feito dela.
Mark, que estava no meio dos dois, beijou ela primeiro e logo em seguida se virou para beijar ele. Era isso, naquele quarto ele tinha o mundo inteiro. Por toda aquela noite de loucura, danças, bebidas e muito carinho transmitido um ao outro, mesmo que o canadense nem ao menos soubesse seus nomes no dia seguinte, Mark agradecia ao amigo de tê-lo abandonado.
[não revisado]
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Boys and Girls - Mark Lee
FanfictionNaquela noite, toda a percepção de Mark Lee mudou, e ele percebeu que, naquele quarto, ele tinha o mundo inteiro.