Amor Verdadeiro

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A carranca era evidente tanto na face do de fios loiros quanto no de cabelos curtos e verdes, além de uma grande irritação que abordava os dois adolescentes, havia também uma confusão de sentimentos inigualáveis; entretanto Sanji não tinha tempo para pensar nisso, apesar de o coração ficar errando as batidas por estar sozinho com Zoro, sua raiva se tornava ainda mais maior pelo simples fato de que o responsável da situação que ambos estavam era aquela cabeça de alga ambulante.

Tudo começou quando foram buscar madeira para a fogueira no acampamento dos escoteiros — Smoker, o líder dos lobinhos, havia decidido que para ganharem o distintivo de Disciplinado deveriam se dar bem —  e começaram a discutir no meio da floresta, até que acabaram se perdendo naquela vasta fauna e flora sem ter ideia de como voltar. A culpa? Sanji dizia ser de Zoro, dado que o mesmo o distraiu com brigas bobas e Zoro dizia ser de Sanji, em vista de que o mesmo era extremamente irritante e chato. Contudo, o foco não era descobrir o culpado, mas sim achar o caminho de volta; infelizmente os dois preferiam se alfinetar do que juntar força e trabalharem juntos.

— Seu imbecil, como sempre tem um senso de direção horrível. — As mãos do loiro se afundaram furiosamente nos bolsos da bermuda caqui, passando a andar desleixadamente ao lado do amigo que soltou um resmungo, tal segurava uma das espadas no ombro.

— Está insinuando que eu me perdi? — indagou irritado, recebendo em troca um olhar irônico do Vinsmoke. — Bastardo, essas árvores parecem todas iguais.

— É porque no lugar do cérebro, você tem algas, idiota. — Os passos do Vinsmoke se cessaram e a mão que estava afundado no bolso direito tirou um maço e um isqueiro. Não tardou para acender um cigarro, o tragando.

— Você sabe que pode perder distintivos se eles descobrirem — Roronoa alertou com desdém, passando a se encostar em uma das diversas árvores enormes.

— E você carrega a porra de uma espada, cigarro é o de menos.

— O quê tem a ver o pé com a cabeça? Espada não é uma droga.

— Cigarro é uma droga lícita, marimo burro.

Um xingamento deslizou pelos lábios do mais velho que deslizou asperamente pelo trocando, passando a se sentar no chão e depositar ambas mãos atrás da cabeça, deixando as espadas apoiadas ao seu lado, fechando imediatamente os olhos. Zoro sabia muito bem que as orbes azuladas deviam estar fitando-lhe com descrença, até mesmo sentiu vontade de sorrir com escárnio, todavia preferiu manter sua expressão mórbida para não resultar em mais brigas desnecessárias.

Conquanto era com Sanji que ele estava lidando e certamente o mesmo logo iria surtar consigo, seja o motivo mínimo sequer.

— Oe, marimo! Pretende dormir aí? Temos que voltar para aquele boca de chaminé logo! — O pé do loiro chutava fracamente o quadril do esverdeado, em contrapartida o silêncio vinha como resposta, trazendo consigo mais raiva e inquietação sobre o rapaz em pé. Honestamente, ele se segurava para não socar o idiota do escoteiro espadachim.

— Não adianta loiro, estamos perdidos e nem conhecemos essa mata. Irá anoitecer logo, melhor acamparmos aqui.

No fundo o menor sabia que a proposta era a escolha mais viável a se tomar, no entanto não queria dar o braço a torcer e talvez por isso apagou o cigarro na árvore, passando a pensar em outras alternativas como uma válvula de escape daquela situação drástica. Tantas pessoas que ele poderia estar perdido, a bela Nami que claramente não permitiria-os que se perdessem, com a tão calada, contudo maravilhosa Robin que certamente era muito inteligente para achar o caminho de volta ou até mesmo com o idiota do Luffy, que pelo menos seria amigável. Porém, o destino decidiu fazê-lo se perder juntamente a aquela alga burra, o pior era o simples fato de nutrir sentimentos que a todo custo tentava esconder e estar sozinho com ele somente trazia à tona toda a coisa que outrora era estabilizada para baixo do tapete.

Zoro, Repita Comigo: r-o-m-a-n-c-e! Onde histórias criam vida. Descubra agora