Finalmente, após anos, consegui ir ao mar,
No horizonte olhar,
E de ti lembrar.
Vejo teu assassino se estendendo ao longe,
À luz do Sol cintilante,
Como se inocente fosse.Analiso mais um pouco,
E assim, me surpreendo.
Me surpreendo, pois vejo que me aproximo.
Caminho lentamente em direção às águas,
Percebendo, pela primeira vez,
A semelhança das ondas com teus cachos,
Do imenso azul, com teus olhos,
Da suave areia acariciando meus pés,
Com as SUAS carícias,
Da brisa que beija meu rosto, com seus beijos em meu rosto.Me aproximo mais,
Fecho os olhos segundos antes das ondas tocarem meus tornozelos
Minha espinha se arrepia.
Sinto as águas como se fossem dedos,
Dedos esses, que me lembram os seus,
Gelados como nas manhãs de inverno,
Com o vento frio e cortante que lhe avermelhava o rosto.
Tão vermelho quanto o sol que se reflete nessa água,
Vermelho como o sangue,
O vermelho que um assassino merece.
Merece por roubar vidas.
Sinto seus dedos me puxando para a água.Continuo caminhando,
Cada vez mais para o dentro
Dentro do mar,
O mar que tirou nossos sorrisos,
Seu brilho, meu brilho
Seu corpo,
E nossa alma.
Mar este,
Que roubou tua essência,
E teus mais marcantes traços,
Que levou embora o meu amor,
E destruiu meu coração.Continuo caminhando
Com os olhos fechados,
Sinto uma dor no peito,
Sinto falta de ar,
A mesma sensação de quando lhe perdi.
Não respirei de verdade por dias,
Dias até que aceitasse que eu jamais lhe veria,
A mesma dor que há anos senti,
Senti quando percebi que jamais a abraçaria.
Jamais a sentiria.
Jamais a admiraria.
Jamais a superaria.Mas então abro os olhos,
Estava escuro,
Eles ardiam pelo sal,
As dores não eram apenas das lembranças.
Tento tocar o chão,
Mas só afundo mais,
Tento emergir,
Quando o faço,
Uma onda se choca contra meu corpo,
Um impacto tão forte quanto o amor que por ti senti,
Mas este impacto me derruba,
Novamente me afundando.
Afundo tanto quanto afundei quando você se foi.
E doeu.
Mas eu agora estou lhe abraçando,
Lhe permitindo que puxe para junto de ti.Paro de resistir,
Deixo seus dedos me puxarem,
Deixo-te me levar,
Me levar de volta para você.
De novo o aperto no coração,
De novo, a ardência no pulmão.
De novo a falta de ar,
De novo a vontade de lhe amar.Quando meu coração para,
Percebo que de tudo o que eu sentia,
Só meu amor se manteve.
Então, minha consciência é perdida.
Mas ainda assim, algo eu sinto.
Sinto como se eu saísse da água,
Mas meu corpo ainda estava lá.
Como se eu saísse dele,
Como se flutuasse.
E aí, eu sinto como se desmaiasse.Quando abro os olhos,
Sinto um calor ao meu lado,
A cama está afundada,
Olho pra quem ocupa o minha esquerda
Vejo minha amada.
A qual eu tinha perdido.
Perdido para o mar.
Sinto novamente falta de ar,
Mas isso se deu pelo beijo,
Beijo salgado,
Mas não pelo oceano,
Salgado pelas lágrimas.
As minhas de felicidade,
As dela, eram misturadas."Você tinha muito o que viver ainda"
Ela, chorosa, diz.
"Eu não viveria de verdade sem você"
Respondo, feliz.
Ela sorri,
Eu sorrio,
Ela me beija,
Eu a beijo de volta.
Unidas, agora pela eternidade,
Graças ao causador da minha tristeza,
Agora causador da minha felicidade.*Não esqueçam de votar*
(13/02/2022)
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Da Alma Para Palavras- Poesia
PoesíaPodem ser grandes, ou pequenos. Podem representar, ou não, os meus sentimentos Vou postar sem compromisso. Serão todos de minha autoria, caso contrário serão dedicados os créditos. #2 em inseguranças 🥈 #3 em poemas🥉