Capítulo Único

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— Eu cansei, ca... carvalho! Vá pra fruta que partiu!

E assim, Katsuki saiu, batendo a porta do quarto com força. Midoriya, que estava concentrado em vencer a terceira partida daquela noite, largou imediatamente o joystick e olhou para os lados, assustado com a incomum explosão do amigo.

— O que houve aqui? — Todoroki perguntou, também parando o que estava fazendo para se dirigir ao outro morador do apartamento, Iida Tenya.

O acontecimento já era exótico por si só, todavia, mais curioso ainda foi a escolha de palavras para compor o xingamento proferido. Chegava até mesmo a ser engraçado, para não falar infantil e totalmente fora da personalidade de Katsuki.

E, por isso, era óbvio que Iida tinha uma parcela de culpa pelo acontecimento, só não sabiam em que, exatamente.

— Katsuki ainda está se adequando às novas regras. É simplesmente inaceitável que nossa morada seja antro de tantas palavras deselegantes — Tenya explicou, dando de ombros. A dupla presente no quarto se olhou, divertindo-se com a situação. — O problema é que ele parece ser criativo com as palavras, ainda que tenha escolhido um péssimo nome para o nosso cacto.

— Eu escolhi um nome fo-formidável pra ele, nem vem! — Katsuki interrompeu a conversa sobre a atualização nas regras de convivência, que existiam desde o primeiro dia em que começou a morar com Iida, quando eram completos desconhecidos que se odiavam e torciam para que um deles desistisse primeiro da odiosa ideia de dividirem um apartamento. — Péssima é essa sua ideia de transformar essa me... digo, me... Ah, você me entendeu! É uma péssima ideia querer transformar isso aqui em um quartel de boas maneiras, babaca.

Com isso, finalmente adentrou o ambiente mais uma vez para buscar seu celular, que deixou para trás no primeiro ápice de irritação. Ao encontrar o tão procurado objeto, olhou para Iida com o cenho franzido — xingando-o em seus pensamentos — e saiu novamente, falando tão baixinho que até mesmo Midoriya sentiria inveja.

Pouco depois, ouviu-se a porta da frente do apartamento ser aberta e, em seguida, fechada. Tenya continuou estático em seu assento, observando a tela pausada ao passo que realmente refletia sobre o que tinha acabado de ouvir. Ele sabia que Katsuki só saíra abruptamente porque era algo corriqueiro na rotina de ambos, assim como era comum as regras estabelecidas incomodarem a um dos lados.

Eles divergiam em muitos aspectos, afinal de contas. Todavia, algo que continuaria evidente, não importa o que acontecesse, é de que foram feitos para estarem juntos, como roommates — ou simplesmente, colegas de apartamento que se odeiam, apesar de não viverem um sem o outro. Porque se completam exatamente por conta desse contraste.

O loiro sempre seria a exceção às regras de Iida, enquanto este último tornava-se facilmente o único imperativo o qual Bakugou obedeceria.

Além disso, antes da hora de dormir, Katsuki voltaria, expulsaria os extras do apartamento e comemoraria, satisfeito por ter vencido aquele desafio unilateral imposto a si: nenhum palavrão havia sido proferido nas últimas doze horas.

No swearing || IidaBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora