21: Escudo

3.6K 421 78
                                    

S E R E N A  F E R R E R

A real é que eu não consegui dormir.

Mesmo depois de me divertir muito com a Nat, assistirmos filmes adolescentes que ela disse serem essenciais para minha formação social, mas não literalmente, pedirmos comida chinesa e ela me ensinar alguns truques básicos e essenciais de maquiagem, a espiã ruiva capotou.

Eu passei a noite arrumando o quarto, jogando as coisas no lixo e tirando a maquiagem. Para depois de me deitar no escuro, não parar de pensar em Steve.

Eu me sinto com uma visão estranhamente diferente sobre o Capitão. Pensar que está aqui na Torre me causa alguns tipos de frio no estômago, e me sinto com uma inexplicável vontade de passar mais tempo com ele.

Talvez não literalmente com ele. Me sinto nervosa e sem jeito na frente de Steve, ele me deixa ruborizada e nervosa, mas pelo menos vê-lo.

Olho para o despertador no tablet, na mesinha de canto da cama e suspiro vendo ser quase seis da manhã. Viro meu rosto para Natasha com o rosto quase todo coberto pelo travesseiro, para logo me sentar na cama, e ver que ela nem se mexe.

Acho que Nat não deve ter muito tempo para dormir em paz como hoje, só acho.

Levanto o edredom e ponho os pés no chão, já ia metendo meus dedos dos pés por meus chinelos confortáveis, mas eles fazem muito barulho, então decido ficar descalça.

Caminho pelo quarto vendo o céu levemente claro, agarro uma liga e prendo o cabelo em uma trança lateral. A corda trançada de fios negros chega a acabar passando de meus seios.

Vou para minha porta e abro no maior silêncio que consigo. Fecho no corredor e caminho vendo todas as luzes dos quartos apagadas pelas brechas do chão. Chego na sala com poucas luzes acesas, aprecio um pouco a sala da cobertura vazia sob a penumbra do alvorecer, mas não permaneço aqui, apenas atravesso para o corredor leste, pegando a porta das escadas.

Eu acho que um treino de magia vai me fazer bem, e talvez eu me canse e consiga dormir pelo resto do dia, pelo menos.

No andar abaixo da cobertura eu pego o elevador de serviço, e me concentrando muito para não ter pensamentos intrusivos de ser praticamente a única pessoa acordada em todo o prédio, consigo chegar no andar de treino.

Me dirijo para a sala do fundo, a sala de treino de combate de Bucky.

O espaço está arrumado e eu acendo as luzes, o ringue está vazio, as armas arrumadas e os bonecos de treino enfileirados com perfeição. Decido ir direto para uma sala integrada, a essa,  onde treinamos simulação de ataque.

É todo um sistema tecnológico holográficos que cria situações de ataque e padrões de treino que podemos personalizar. É sempre a parte que eu mais gosto, mas Barnes como um grande estraga prazer nunca me traz aqui.

Ligo o sistema da sala e logo todo o ambiente acende. Me posiciono no meio do palanque do jogador, porque é como um jogo, e ao fim da contagem regressiva, surgem inimigos holográficos me cercando.

Balanço meu corpo para a relaxar e estendo as mãos, vendo a magia tomar meus dedos e minha palma, eu sorrio. A imagem dos inimigos me irrita, são holografias amarelas em forma de homem, que tem olhos mal encarados e sorrisos de deboche.

Serena: A Nova Bruxa dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora