Capítulo único

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N/A: Olá, essa não é a minha melhor história e já vou avisando. Mas eu queria algo para comemorar o dia dos namorados, então... Boa leitura, não deixe de votar e desculpem por não ser incrível.

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— Por ordem do Imperador Belos, vocês estão presas — Um dos guardas disse, colocando as algemas na Noceda, que sequer teve tempo de usar um de seus símbolos para acessar a magia. Luz estava em um encontro com ninguém menos que Amity Blight – sua crush e uma das bruxas mais incríveis que conheceu desde que foi jogada nas Ilhas Ferventes – e ser presa quando saíram da cafeteria não estava nos seus planos.

— O que? Não! — A morena falou, sendo erguida facilmente por um daqueles brutamontes, a alguns passos, ela pode ver Amity sendo algemada também — Amity!

— Leve a humana! — Um dos guardas falou para o outro, o desespero de Luz foi imediato.

— Espera, o que? — Ser presa já era ruim, mas iriam separá-la de Amity? Como iriam fugir depois dessa? Além do mais, Amity não tinha nada a ver com os problemas da humana e sua mentora bruxa-fugitiva — AMITY!

Como se não bastassem os imprevistos daquele encontro – como chegar atrasada, pisar nos pés da Blight e derrubar milkshake na mesa que escolheram – ele estava indo de mal a pior.

— LUZ! — A bruxa gritou, mas mãos seguraram as garotas e as levaram por direções opostas.

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Depois de quase duas horas de interrogatório, os guardas do Imperador Belos jogaram Luz Noceda em uma cela escura. Ela apoiou a mão na cabeça com dor, então, quando sua visão entrou em foco, encontrou a garota por quem estava apaixonada sentada em um canto daquela masmorra imunda.

— Ugh... Amity... Amity?!? — Seus olhos se arregalaram.

— Oi, Luz — A Blight acenou fraca.

— Eh-Eu... Hãn... Q-quer dizer... Amity! Por favor, me desculpa, eu não... — Luz gaguejou sem conseguir terminar nenhuma frase, ela só conseguia pensar "Por todos os livros das aventuras de Azura, isso não é nada romântico!" e se sentir culpada por arruinar o primeiro encontro com a garota por quem estava apaixonada.

— Tudo bem, Luz... Isso foi inesperado, não é exatamente sua culpa. Pelo menos... Pelo menos tem alguma chance de Eda vir nos buscar? — Amity perguntou e Luz engoliu em seco, se lembrando que Edalyn havia saído em viagem — Funf... Tudo bem... Está tudo bem, nós só estamos presas, não é nada demais...

— Amity... — A Noceda murmurou cabisbaixa, ela coçou a nuca — Sinto muito.

— Luz, não se preocupe, vamos sair dessa — A bruxa respondeu, sentindo as bochechas corarem. Estava presa com Luz, a humana que roubou seu coração sem esforço — Pelo menos estamos juntas...

— É-é... — As bochechas de Luz também coraram.

O silêncio ficou desconfortável depois de alguns longos minutos, nenhuma sabia o que falar para a outra naquela situação. Estavam presas. Juntas. Com um encontro arruinado e sem opção de simplesmente irem embora se aquilo fosse embaraçoso. Além do mais, o lugar não era nada agradável: a cela era suja, escura e úmida; no canto esquerdo do espaço haviam dezenas de ossos de ratos mortos, que fizeram com que Amity evitasse o lugar a todo custo.

— Bem... Hm... Nós podemos pensar em um plano de fuga — A Noceda murmurou, mexendo nervosamente nas grades metálicas.

— Hãn... Claro — Amity disse e ajeitou o cabelo atrás da orelha, elas se encararam durante vários segundos, sem dizer nada.

— Isso não está funcionando! — Luz reclamou impaciente, a Blight sorriu.

— Vamos encontrar algo — A bruxa disse, admirando o fato da humana ser linda e dramática.

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Algumas horas se passaram, as garotas conversaram, exploraram a cela minúscula e buscaram formas de sair daquela fria, nada funcionou muito bem. Por fim, Amity se sentou em um dos cantos da cela e ficou mexendo em seu colar, em silêncio. Luz entendeu isso como um sinal de que ela havia ferrado tudo. Se ela e Eda não fossem procuradas pelo Imperador, talvez a Blight não estivesse naquela situação, então é claro que ela se culpava.

A morena pegou um dos vários ossinhos de rato e enfiou na fechadura da cela. Uma ideia boba, mas não é como se elas tivessem muito mais o que fazer.

— O que está fazendo? — Amity perguntou baixo, Luz tentou forçar um sorriso.

— Essa é a tática "João e Maria" você vai ver, eventualmente... Nós vamos... Sair dessa... — A Noceda disse girando os ossos pequenininhos. A culpa fez seu coração bater acelerado e ela engoliu em seco — Amity... Você não me odeia agora, certo? Quer dizer, eu vou entender se você disser que sim, eu apenas... Eu só queria um encontro normal! Me desculpe por fugir dos seus planos e acabar te metendo nessa encrenca.

— Você já me pediu desculpas — A bruxa franziu a testa, Luz bufou.

— Mas eu não consigo parar de pensar que estraguei tudo. Eu sou horrível quando se trata dessas coisas — Ela resmungou baixo, sem conseguir encarar Amity.

— Do que exatamente? — A Blight deixou de lado o colar e se levantou, ficando frente a frente com a humana.

— Você — Luz admitiu — E, hm, planejar coisas com você. Eu nunca sei se estou falando a coisa certa, ou fazendo algo que você vai achar idiota, eu só...

— Eu não te acho idiota, Luz — O rosto da garota esquentou imediatamente.

— É que... Hm... Ser presa não é nada romântico — A Noceda riu nervosa, então se deu conta do que havia falado e prendeu a respiração.

— Você... Queria que esse fosse um encontro romântico? — A bruxa perguntou, sentindo as orelhas quentes, Luz assentiu.

— Eu gosto de você, Amity Blight — A morena sussurrou e desviou os olhos.

— Luz... Eu também gosto de você — Timidamente, Amity ofereceu sua mão para que Luz segurasse. Seus dedos se entrelaçaram e, devagar, a humana se aproximou para beijar a bruxa.

Seus lábios se encontraram e isso foi tudo, mas seus corações pareciam prontos para explodirem do peito. Um sorriso singelo apareceu no rosto de ambas e então a determinação apareceu em seus olhos. Em conjunto, as garotas armaram uma estratégia para fugirem da prisão, usando seus poderes e um pouco de sorte para isso.

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Mais tarde, depois de muita correria para fugirem do castelo, as garotas caminharam lado a lado. Luz se comprometeu a deixar a Blight em casa e usou isso como pretexto para passarem mais tempo juntas. Quando avistaram a mansão da família de Amity, elas trocaram um abraço apertado que durou alguns segundos a mais que o necessário. E no momento em que se afastaram, a bruxa mexeu o pé com nervosismo, ainda havia algo que queria falar à Noceda.

— Hãn... Luz... Hoje é dia dos namorados nas Ilhas Ferventes — disse com os olhos na calçada, suas bochechas se coloriram de vermelho vibrante e ela mordeu o lábio enquanto esperava alguma reação de Luz — Por isso eu te chamei, porque queria perguntar se... Você entendeu.

A Noceda mal podia acreditar naquilo. Por um instante tudo que ela fez foi corar na mesma intensidade que a Blight, então, com uma vontade imensa de gritar em euforia, deram seu segundo beijo. Dessa vez, como namoradas. 

Nada romântico - LumityOnde histórias criam vida. Descubra agora