Voltei com atualização dessa fic, quem amou?
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Jiang Cheng estava sentado numa cadeira de plástico. A expressão que carregava em seu rosto era completamente abatida, como se tivesse passado dias sofrendo.
De fato sofria, mas o tempo era equivalente apenas há algumas horas, quando recebeu a notícia da morte da irmã. O dia que deveria ser o mais feliz da vida da família inteira, o nascimento de um novo descendente, foi arruinado.
Fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, repensando tudo que havia vivido com a irmã. Ele realmente esperava não ter que dar essa notícia à mãe. Yanli sempre foi uma filha querida e maravilhosa. Sua mãe surtaria, com certeza.
Respirou fundo, sua respiração deixou de fluir normalmente, o que indicava o início de lágrimas surgindo. Suas mãos tremiam e uma sensação de sufocamento o tomou. Sua mente acelerava a cada segundo, o culpando. O acusando de que poderia ter feito algo, mas falhou novamente.
Passou as mãos pelo rosto e levantou. Foi para o banheiro, que ficava no final do corredor. Entrou e se apoiou na pia de mármore branco.
Seu rosto parecia cansado quando se olhou no espelho. Os olhos inchados e o rosto caído. Ligou a torneira e jogou água no rosto, sentindo as lágrimas escaparem de seus olhos.
Começou a chorar como uma criança chora quando rala o joelho. A dor em seu peito aumentava a cada segundo, e não era a dor de uma crise comum. Era uma dor amarga, a dor do luto. Saudades e tristeza misturando-se ao mesmo tempo.
Sentou-se no chão e se permitiu fechar os olhos. No fundo da sua mente, ouvia a voz gentil da irmã o chamando e falando que estava tudo bem.
Nada estava bem. Jiang Yanli havia ido embora, para sempre. Não era um até logo, era um adeus e ele não pôde sequer lhe abraçar.
A culpa corrói sua carne, o deixando desconfortável em seu próprio corpo. Se afasta da pia e acaba sentado no chão, olhando fixamente para a parede branca do banheiro.
Jiang Cheng se perdeu em pensamentos, várias imagens passavam por si, mas nenhuma fazia sentido. Eram apenas borrões, que seu cérebro não gastava energia para tentar decifrar.
Depois do que pareceu horas, o jovem, no banheiro, escuta um grito. Uma voz feminina o puxa de volta para a realidade. A realidade crua e insuportável.
Ao perceber serem gritos, Cheng corre para fora do banheiro e se depara com a mãe, em estado de loucura.
— INÚTEIS! É ISSO QUE SÃO! — Gritava a mulher, sendo segurada pelo marido.
— Mãe! — Foi até ela.
— A-Cheng! É tudo culpa deles! É tudo culpa deles! Minha Yanli... — acabou perdendo as forças e escorregando pelos braços do marido. — Minha a-Li... Ai meu Deus... — começou a agarrar o braço do filho. — Meu filho, minha Yanli... — lágrimas grossas estavam escorrendo dos olhos violetas da mulher. — Ela se foi, ela se foi, ela se foi... dói tanto...
E continuava a se lamentar, segurando com toda a força no braço do filho e do marido, era como se procurasse forças ou alguém para lhe dizer que era tudo uma brincadeira sem graça.
Nesse momento, Jiang Cheng começou a chorar novamente enquanto acudia a mãe. Seu pai também aparentava estar desolado, só que mais controlado que a esposa. Apenas uma mãe sabe o quão doloroso é perder um filho.
Jiang Cheng pensou, não importava o quão fora maltratado pela família, os seus pais não mereciam passar por uma dor tão insuportável.
Abraçou a mãe com toda a força e ficou escutando os murmúrios lamentosos da mulher.
Até que uma enfermeira apareceu, para lhe dar um calmante, pois estavam no meio do corredor de um hospital. Jiang Cheng levantou a mãe e a levou para uma cadeira.
— Senhora, beba isso — ofereceu o comprimido com a água. Yu Ziyuan recusou, naquele momento, ela só queria sentir a dor da perda da filha. Parecia masoquista, mas ela não queria estar inconsciente enquanto pudesse ver Yanli.
— Minha princesinha... — se balançava na cadeira de plástico.
— Senhora...
— EU JÁ DISSE QUE NÃO! SAIA — Gritou com o restante de forças e continuou a chorar.
Nesse meio tempo, Wei Wuxian chegou e se deparou com lágrimas e tristeza. Riu nervosamente e soltou:
— Por favor, me digam que são lágrimas de felicidade e essa energia ruim é choque de tanta emoção por meu sobrinho ter nascido — disse já sentindo sua garganta apertar.
— Yanli morreu — Madame Yu lhe encarou. Os olhos sem vida e opacos.
Wei wuxian olhou para o irmão.
— O que aconteceu com a-Jie? — perguntou com o sorriso que morria cada vez mais.
— Ela... a pressão dela aumentou muito e eu não lembro mais... a-Jie está morta, e eu nem sei do bebê e — colocou a mão no rosto. Sentindo-se hiper-ventilar.
Sentiu uma mão em seu braço e alguém lhe abraçando.
— Tudo bem, A-Cheng. Tudo bem — Jiang Cheng permitiu-se desabar no ombro do irmão mais velho.
— Nossa irmã... eu não pude fazer nada — dizia em meio ao choro e com a voz trêmula. O Wei o abraçou mais forte.
— Não dependia de você — Jiang Cheng sentiu sua camisa se molhar. Wei Wuxian estava chorando.
— Prometa que seja lá o que aconteça... — o Jiang sussurrou. — A gente vai sempre se falar e se ajudar como pudermos — o apertou em seus braços.
O Wei hesitou por um momento.
— Eu prometo, A-Cheng. Eu prometo — ficaram assim até que o obstetra apareceu novamente para que desse uma notícia à família.
— Senhores — os irmãos se separaram. — Vocês são parentes de Jiang Yanli? Se quiserem, podem ver o bebê, ele está no berçário. Menino, nasceu com 3,200 kg e 50 cm. Podem me acompanhar se quiserem.
A família foi atrás do médico.
Chegando no berçário, algumas enfermeiras estavam no local, assegurando a saúde das crianças.
O médico entrou no local e foi até um berço em específico. Pegou a criança e foi até o vidro para mostrá-lo para as pessoas do outro lado.
— Ele é perfeito — Zixuan observava a criança. Seu filho.
— Tão parecido com minha A-Li — Madame Yu disse baixinho. O tom da voz tão dolorido.
— Jie estaria orgulhosa, ela diria que a vida tem dessas e que confia em nós para que a criança seja bem criada... — Wei Wuxian disse.
— Eu não confiaria uma criança a você — Jiang Cheng rebateu.
— A-Cheng! Eu vou ser o melhor tio — respondeu bem humorado, na medida do possível. Olhou novamente para o bebê. — Nossa irmã realizou o maior sonho dela, pena que não vai aproveitar ele.
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Hello guys! Como vão?
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Cartas A Ninguém
FanficJiang Cheng não sabia por quanto tempo continuaria em frente. E resolveu deixar cartas para que pelo menos conseguisse desabafar antes de desistir.