| 𝑷𝒓𝒆𝒇𝒂́𝒄𝒊𝒐 |

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"Eu nunca consegui encontrar respostas epifânicas para descrever esse sentimento tão nebuloso, mas a única constatação que tenho é que todas as vezes que ele me toca, eu me sinto viva.

Era quase possível vislumbrar faíscas saltando daquele par de olhos penetrantes, tão abrasadores. O verde floresta que rodeava aquelas pupilas escuras fazia jus ao mesmo tom que varria os majestosos pinheiros de todo o estado do Colorado. Havia algo em sua áurea de fogo que sempre me arrastava para perto dele; ele era simplesmente magnético e exalava persuasão e sensualidade de cada poro.

Meus devaneios viajavam longe em nossos momentos tórridos e desde o início isso sempre foi algo que me preocupou. Não poderia permitir que a tolice dos meus sentimentos se infiltrasse em uma relação tão conturbada como a nossa. Era errado. Eu e ele estávamos completamente ensandecidos e errados.

Mas talvez seja isso que tenha me arrastado até aqui tantas e tantas vezes, certo?

Senti o meu monte de Vênus se retorcer com a sensação incontestável que, de um um segundo para o outro, sobrecarregou todo o meu corpo. Inalei bruscamente com a transição repentina, meus pulmões clamando por ar e minhas unhas pintadas de preto ao ápice de rasgar os lençóis finos da cama.

— Deixe vir, querida... — Pude ouvir Harry ofegar no arco transpirado do meu pescoço. Os nossos quadris ainda se movimentavam em uma espécie de canção afrodisíaca.

Seus pedidos sempre soavam como ordens libidinosas em minha cabeça e esse não foi exceção. Como se fosse coreografado, arremessei em êxtase meu cabelo para trás, apertando as pálpebras e gritando o seu nome extensivamente a quatro paredes daquele cômodo escuro. Arqueei sob ele feito uma sereia selvagem, fincando as unhas em seus ombros tonificados na falsa esperança de controlar meus estremecimentos.

Nossas peles estavam acesas em arrepios e adrenalina, e ele perdurou em seu ritmo até afundar suas feições esculpidas em meu pescoço úmido, exalando um chiado rouco contra minhas madeixas escuras que me fez crer que também havia alcançado o seu clímax.

Na expectativa de dominar minha respiração, o envolvo em um abraço inconsciente, sentindo a sintonia vibrante dos nossos corpos conversarem silenciosamente entre si. Harry mal se demora em sua posição folgada e viaja o seu rosto corado até o meu, sondando-me com aquela típica casualidade fria em seu olhar. Suas pupilas estavam dilatadas devido a dose de endorfina tomada segundos atrás. Ele manteve o contato visual durante meio minuto, o que pareceu ser quase uma década, levando-me a enxergar faíscas de afeição em seu profundo oceano profundo e esverdeado.

Uma pena que minhas míseras convicções transformaram-se em cartas falsas quando o assisti se desvencilhar do meu corpo e sair de dentro de mim.

Ele não iria ficar.

O de olhos verdes levantou da cama com uma mansidão irreconhecível em seus membros e eu o espionei agachar o tronco para procurar sua boxer e entrar em seus jeans escuros. A iluminação do quarto era praticamente escassa, com exceção da luz prateada da lua que invadia uma fresta entreaberta da janela a nossa frente.

Observei Harry caminhar silenciosamente até a janela de vidro. Ele levantou o seu vão amadeirado e abriu-a por completo, deixando uma brisa válida adentrar o cômodo e se misturar com o cheiro natural que nossos corpos sempre exalavam após todo o fim de sexo.

O skinny preto acentuava bem em seus quadris afiados, deixando suas pernas mais longas e seu torso mais esguio. Puxei um lençol fino da cama para cobrir a nuance do meu corpo, sentindo outra lufada frígida de vento invadir o cômodo. "Shades Of Cool" soava em meu toca discos o que parecia ser uma eternidade e eu aproveitei aquele momento para venera-ló em meu canto discreto no colchão.

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⏰ Última atualização: Nov 21, 2022 ⏰

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𝐂𝐢𝐠𝐚𝐫𝐞𝐭𝐭𝐞𝐬 𝐀𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐒𝐞𝐱 | 𝐇.𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora