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⚠️ Nesse capítulo há menção explícita de distúrbio alimentar ⚠️

~ P.O.V. Loki ~

Com um pouco de dificuldade, peguei ele no meu colo e percorri o mais rápido possível até a enfermaria da agência.

- Licença! Com licença! Estou passando! - Eu gritava enquanto praticamente corria com ele desmaiado nos meus braços.

Todos os olhares ao redor se encontravam em nós, mas nem me importei.

Quando finalmente cheguei na enfermaria, não esperei alguém nos atender, entrei de uma vez e coloquei Mobius, de forma delicada, na maca ao meu lado.

Em comparação aos outros departamentos, era um cômodo pequeno, havia uma recepção, três macas com cortinas nas divisórias e alguns utensílios médicos, nada exagerado, apenas o necessário para cuidar dos agentes que voltam feridos.

Certifiquei-me que Mobius estava confortável, apesar da situação, e segui em direção à recepção.

- Pelo amor de Odin! Esse lugar não tem médico não? - Eu estava desesperado, nunca havia me importado tanto com alguém.

- Olá Loki, como posso ajudá-lo? - O recepcionista disse calmamente.

Eu sei que ele estava tentando fazer-me agir educadamente, mas simplesmente não conseguia. O grisalho me fez atingir a insanidade.

- Mobius desmaiou, preciso de um médico, agora! Não sei o que aconteceu, encontrei ele assim. - Quase atropelei as letras por causa da velocidade da minha fala.

- Certo, vou chamar a doutora.

- Se continuar nessa lentidão, pode deixar que eu mesmo chamo.

- E se você continuar me tratando assim, eu vou ter que pedir para que se retire da enfermaria.

- Tá... Desculpa. - Suspirei.

- Julian, o que temos aqui?

- O paciente já chegou desacordado e ainda não temos a natureza do problema.

- Loki? O que faz aqui? - A doutora, que antes estava distraída arrumando o seu estetoscópio, notou a minha presença.

- Bem... - Tentei falar algo, mas fui interrompido.

- Mobius?! - Ela correu desesperada até ele.

Começou analisando o pulso, depois os olhos e, em seguida, os sinais vitais.

- Preciso de soro, além do equipamento de rotina e agende um exame de sangue e uma tomografia. - Escutei a doutora dizendo para o recepcionista que também era enfermeiro.

Quando vi que se afastava sem me dizer nada, corri até ela.

- Espera, o que ele tem?

- Ainda não tenho certeza, mas acredito que ele está apenas desnutrido. Vou levá-lo para fazer alguns exames para ter certeza.

Assenti com a cabeça, não consegui dizer nada. Vi ela se afastando novamente.

"Será que o Mobius está sem comer? Desde quando? Será que desde aquele dia? Não pode ser. Será? Se for, eu sabia. Eu sabia e não fiz nada. Como eu pude? Como eu não percebi? Eu não o ajudei... se acontecer algo com ele, eu nunca vou me perdoar." - Pensamentos assim invadiam a minha mente. Meus olhos estavam marejados.

Ao lado da maca, havia uma poltrona, sentei nela, não tinha mais forças para ficar em pé. Ele já estava conectado ao soro. Parecia estar melhorando. Suspirei de alívio e sorri levemente com essa possibilidade.

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