Nem consegui me despedir

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Era noite de doze de outubro, faltavam apenas poucos minutos para a meia noite e nada de Agust D aparecer. Não era estranho para Kitty, pois D gostava de comemorar em grande estilo, chegando em seu hotel favorito exatamente no dia de seu aniversário ou, um pouco depois.

O hotel era de luxo, mas escondia um grande esquema de jogos de azar no subsolo e pagar uma propina para a polícia era mixaria comparado ao lucro diário que o loiro tinha.

Kitty e Agust comandavam em lados opostos da cidade. Depois de vários conflitos armados, alguns sequestros e disputas, se apaixonaram. Nenhum dos dois admitiu fácil, é claro.

O loiro dizia para seus amigos que fazia parte de algum plano para acalmar os ânimos diminuindo as rixas e o de cabelos rosados dizia que era apenas sexo casual, porém, lá estava ele depois de anos fazendo sexo com o mesmo homem, vestindo a lingerie mais sexy do seu guarda-roupas; esperando ansiosamente por três toques de campainha, número da sorte dos dois. Kitty esperava por um telefonema dizendo que iria chegar em breve e que era para se preparar, uma mensagem que fosse, mas horas se passaram e nada disso chegou.

Despertou sozinho naquela cama de casal enorme coberto por lençóis brancos e fofos, o champanhe estava quente e o gelo do balde havia virado água, a mesa estava decorada com flores, havia morangos cobertos por chocolate, o menu, dois pratos e duas taças e uma mini adega embutida na parede com vinhos a disposição.

Kitty só conseguia se sentir como um idiota ainda vestindo a lingerie e vendo tudo aquilo, como se o D fosse o aniversariante. Agust por acaso esqueceu, ou era mais uma de suas implicâncias toscas? Ele não sabia o que estava acontecendo e nunca havia ocorrido antes.

Mesmo assim, ele se vestiu e seguiu ao subsolo. A essa altura, depois de tantos anos, ele tinha acesso quase que total àquele hotel, tirando a parte da administração onde apenas D entrava.

Procurou pelo loiro na área livre do prédio, mas o máximo que encontrou foi Seokjin, seu braço direito, e naquele momento comandava os jogos de mesa.

Os jogadores mal sabiam, mas o funcionário que dava as cartas tinha um ponto eletrônico no ouvido e Seokjin escolhia quem iria ganhar cartas boas, na maioria das vezes era outro funcionário que repassava o dinheiro de volta e que recebia uma pequena parte como comissão.

Não ficaram surpresos quando seus olhares se encontraram em meio a telas de câmeras de segurança. Respiraram fundo e ao mesmo tempo, como se precisassem se acalmar antes mesmo de uma conversa começar. Seokjin apenas cruzou seus braços esperando por alguma confusão.

- Você viu o Agust por aí? - O mais novo perguntou depois de olhar algumas telas de computador e de TV penduradas na parede.

- Achei que ele estivesse com você. - Jin nem desviou a atenção das câmeras ao dizer.

Kitty não perguntou novamente porque tinha certeza de que não conseguiria nada ali. Apenas foi embora dirigindo seu Porsche 718 esperando que no mínimo D estivesse caído em uma cratera, sofrido um acidente de carro ou se metido em um confronto com a polícia para explicar o toco que levou.

Porém dias se passaram e nada.

Ligações foram feitas, mensagens enviadas e nada.

Agust desapareceu do mapa e agora Seokjin comandava o hotel.

Kitty não tinha tantas conexões com a polícia como D tinha. No entanto, ele pediu para que alguns de seus capangas fossem a hospitais e necrotérios com a descrição do loiro e continuou sem respostas.

Semanas se passaram e Kitty estava prestes a enlouquecer, mesmo que a última coisa que ele queria era admitir. Então visitou o mesmo hotel mais uma vez, se hospedando no mesmo quarto que ambos gostavam e que ficava reservado para ele e D.

Talvez Esse Seja O Meu Lar (Yoonmin) Onde histórias criam vida. Descubra agora