Um Novo Dia

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Capítulo 1

''Um novo dia''

Abruptamente, como se saísse de um pesadelo, sua mão procura qualquer coisa para se agarrar na tentativa de recuperar o equilíbrio ao acordar. A mão de quem? Você me pergunta. Tanto sua identidade quanto o porquê de estar ali parecem ter sido levados com o vento, vento esse que agora leva as folhas às quais tentou se agarrar percebendo que estava debaixo de uma árvore. Tinha uma tatuagem estranha que não dizia nada além da palavra Mestre. Vê uma pequena cidade na distância. Por ser uma zona deserta, deduz-se então, estar sozinho, até que uma suave quebra de galhos vindos atrás de sua cabeça o colocam em alerta fazendo com que vire imediatamente.

Dois corvos voam após serem assustados pela virada repentina do então ''Mestre''. As letras começam a trepidar em um padrão. Isso não se trata de uma tatuagem, como os escritos são voláteis, ele suspeita serem uma forma de comunicação. '' O que poderiam estar tentando dizer?'' Assumindo que há alguém e algo a ser dito. As letras se organizam de outro modo, uma frase completa se forma e sente um calafrio.

'' Acorde mestre, é um novo dia. ''

Isso não faz nenhum sentido, pensou. ''Quem sou eu?" O jovem olhou para suas próprias mãos. É um sentimento estranho, como se olhasse para as mãos de outra pessoa, não conhecia, pois, o dono destas palmas e dedos. Uma tristeza então, no fundo. Como é o coração de quem não conhece a si? A brisa gelada interrompe uma reflexão profunda. Pensa em seguir para a pequena cidade na distância. Além do mais, esse lugar já estava dando arrepios, parecia ser observado por algo. Não havia uma trilha até a cidade, estava em um pequeno monte, afastado de tudo. Começou sua caminhada, o jovem, enquanto no seu braço, se formava novamente a palavra "Mestre".

Segue por um caminho estreito, tão coberto pela folhagem que pouca luz entra e ao fim é possível ver uma luz forte. Era o fim da passagem densa e o caminho até a cidade era limpo e amplo. Uma mão tocou. Estava tão distraído observando a paisagem que não percebeu a pessoa misteriosa que se esgueirou por trás dele, o fazendo levar um susto.

— Não deveria se aventurar por estas matas, não sabe que é temporada das bruxas? - expressou a voz que vinha de trás.

— Não deveria se esgueirar nos outros assim, senhora.

— Estava apenas tentando avisar.

Sentia-se genuinamente irritado por ter levado tamanho susto de uma estranha Sem dar mais explicações seguiu seu caminho. Parou a poucos passos de um portão que marcava a entrada da cidade. Um centro comercial, aparentemente. '' Viéla dos negócios infernais ''. Nome bem inspirado. Dentro, recebe todos os tipos de olhares tortos. Achou que era por estar muito limpo, mas as pessoas, apesar de viverem neste centro comercial em meio a muitos cavalos e vestirem roupas humildes, se mantiam bem higienizadas.

Um mural chamou a atenção. Se aproximou e percebeu que era um cartaz de procurados. Vinham carimbados com a insígnia do império que regia essas terras. Eram decorados e possuíam comentários dando a entender que exibiam esses cartazes com orgulho. As recompensas variam, bservou o cartaz de maior recompensa e o pegou junto a outros dois. Essas pessoas claramente mandavam nesta cidade. Um toque novamente pesou sobre seu ombro e seu rosto contorceu em raiva. Um bafo horroroso de licor então se espalhou próximo a seu rosto.

— Não deveria pegar esses, mocinha...

— Qual seu problema? É sua mãe neles por acaso? - comentou desconfortável por causa do mau hálito.

— Olha que doce, você é um garoto.

Enojado, o Mestre tenta se debater mas é empurrado contra a parede. Consegue chutar seu oponente no estômago abrindo assim a possibilidade de escapar. Correu como se não houvesse amanhã e todos fixaram olhares nele. Entrou na primeira construção que viu. Era uma grande taverna. Podre e fedorenta, mas também cheia de fregueses. As pessoas viraram ao perceber o Mestre entrar pela porta e tornam a fita-lo. Uma mulher com um tapa olho e uma atitude notável se aproximou. Logo, o brutamontes de antes adentra o estabelecimento segurando-o pelos braços e gritando: ''Caçador de recompensas!''.

Ela cochichou algo e então o empurrou pelo peito o fazendo andar para trás até que se retirasse pelos fundos da taverna. O homem largou o Mestre nesse momento. Ela tinha um rosto familiar. Ninguém menos que aquela com a maior recompensa do mural. Olhares eram trocados e ele sabia que algo estava acontecendo. Mais capangas saiam e empunhavam suas pistolas.

— Eu soube de que tipo você era quando cruzou por aquela porta. - começou a mulher. - Eles continuam mandando mais e mais como você, um mais inocente que o outro. Uma pena que você tenha que ir assim, que desperdício.

O Mestre fitava-os com ódio e quando a viu fazer um movimento para sacar sua arma, a olha no fundo dos olhos e sente seu corpo mais leve. Um pequeno feixe de luz se esvai e a mulher tomba para trás. Seu coração havia parado.

Capítulo 1, Fim

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⏰ Última atualização: May 16 ⏰

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