O que está acontecendo?

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Oii gente, quando fui reler esse capítulo senti a necessidade de fazer algumas mudanças da minha primeira versão, espero que gostem! Estou bem feliz por ter decidido finalizar essa história para vocês.Como sempre, obrigada pelo apoio.Boa leitura

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Stiles abriu os olhos e se deparou com um teto branco. Franziu o cenho e mexeu as mãos, sentindo os braços pesados e lentos como se o corpo não quisesse responder aos comandos. Abaixou a cabeça e para seu horror, viu que uma agulha perfurava a mão direita e que fios estavam conectados ao peito. Assustado, arfou e percebeu que tinha algo em seu rosto. Levou a mão até a fronte e sentiu um fio comprido posicionado abaixo de suas narinas.

Lágrimas encheram os olhos e lembrou das várias vezes em que Alex o espetou com agulhas sem explicar a serventia do que era injetado em seu corpo. Deixou que o choro contido atingisse as bochechas e se apressou em buscar libertação. Puxou com força a agulha de sua mão ignorando a dor e o filete de sangue que brotou dali, jogou no chão o estranho cabo que antes estava em seu nariz e por último, arrancou os adesivos do peito. No mesmo instante um apito agudo e irritante começou a soar, fazendo com que pulasse de susto.

Angustiado, Stiles olhou para os lados e viu que uma máquina estranha ao lado da cama era a responsável pelo barulho, ela estava conectada aos fios que foram grudados em seu peito. O monitor preto exibia linhas retas que ele não sabia o que significava e percebeu com estranhamento que usava uma espécie de vestido aberto, o tecido frágil quase não o cobria. Ao observar o cômodo, os objetos desconhecidos e a cor branca predominante em todo lado, soube que não era o quarto de seu mundo, mas também entendeu que mais uma vez estava aprisionado. Para ele, só havia uma explicação: Alex sobreviveu e o prendeu novamente.

Com os membros fracos e em desespero, impulsionou o corpo para fora da cama e falhou na tentativa de ficar de pé. Suas pernas não aguentaram o próprio peso e tudo que conseguiu foi desabar no chão frio. Gemeu de dor ao apoiar as mãos no piso e forçar o corpo para cima, o pensamento focado em Lydia enquanto a pele sofria com a temperatura gelada do ambiente. Ela era a razão pela qual ele precisava lutar. Stiles tinha que descobrir o que tinha acontecido, precisava saber se ela estava bem, pois não podia aceitar a possibilidade de ter perdido o seu pequeno pedaço do céu.

Um novo barulho fez com que Stiles se desequilibrasse pouco depois de se colocar em pé. Apoiou as costas na parede para não cair de novo e viu, horrorizado, uma porta ser aberta e surgir de lá três pessoas vestidas de branco, dois homens e uma mulher. O garoto se encolheu, amedrontado, e não teve forças para reprimir as lágrimas que passaram a escorrer com maior frequência e intensidade. Desejou desaparecer, pedindo em silêncio para que deixasse de existir antes que aqueles desconhecidos pudessem machucá-lo.

— Não era para ele ter acordado!

— Desligue isso! Vai assustar o...

— Coloque ele de volta na cama, nós ainda precisamos...

As vozes surgiram juntas e se embaralharam na mente de Stiles. Ele não pode entender o sentido de tudo aquilo, captando palavras avulsas sem ser capaz de uni-las em frases coerentes. Palavras que não conhecia foram jorradas sem formar nenhum significado. Eles falaram algo sobre chamar o médico, aumentar a dose, estresse pós-traumático e polícia. Por mais que o garoto se esforçasse, não conseguia entender. O medo subiu por sua garganta, o queimando por dentro, o sufocando. Fechou as mãos em punho, tentou se controlar, tentou compreender o que acontecia até que alguém tocou em seu braço.

O pânico foi como um balão que estourou acima de sua cabeça, as descargas de adrenalina jorraram de uma só vez, dominando cada músculo, arrancando o controle do próprio corpo. Um som que estava entalado no peito foi manifesto por sua boca, os olhos se arregalaram em pura demonstração de medo e se apressou em recolher o braço, as pernas se flexionando prontas para fugir. Correu sem ver o que acontecia, esbarrando em pessoas e objetos, tropeçando em algo até por fim sair do quarto. Atravessou a porta e se deparou com um lugar maior e igualmente desconhecido.

O Pequeno pedaço do céuOnde histórias criam vida. Descubra agora