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Sentia tudo tremer ao seu redor, era uma vibração estranha, parecia quase imperceptível, mas ele sentia.
Estava com a calça preta do seu pijama e sem blusa. Encontrava-se na sala comunal da Sonserina sem saber como havia chegado ali. Lembrava de ter ido deitar tarde, depois de deixar Hermione no vestiário. Cada dia que passava era mais difícil para ele estar tão perto dela, as vezes tocá-la e ser indiferente.
Custou dormir, pois ficara pensando em como aquela garota poderia ser tão poderosa. Ela o ferira num piscar de olhos e o curara no outro.
Mas não conseguia mais pensar nisso, só na angústia em seu peito. Algo estava muito errado, fora do lugar, incerto.
Tudo parecia do mesmo jeito, mas ele sabia de alguma forma que estava errado.
A mão que Hermione curara estava queimando mais uma vez. A olhou e ela brilhava como no momento da cura. Ficou confuso e de repente sabia que precisava ver Granger e por algum motivo tinha certeza de onde ela estava.
Fechou os olhos, como se soubesse que só bastava fazer isso, e os abriu alguns segundos depois. Estava dentro do vestiário mais uma vez. Ele estava intacto, mas completamente escuro, só conseguia ver algo pela luz da lua que entrava por alguns vitrais altos.
Olhou ao redor sentindo urgência em encontrar Hermione, sabia que ela estava ali e que havia algo errado com ela.
Não demorou muito e a viu perto de onde ficaram aquela noite, enquanto ela conjurava sua magia e ficava em transe destruindo tudo ao seu redor.
Ela estava de costas para ele, ajoelhada, meio curvada em cima de algo. Com cautela, ele se aproximou, percebendo que o que ela estava olhando de perto era o corpo de alguém. Seu coração disparou no peito.
Viu os sapatos e meias 3/4, a saia de pregas. Havia uma menina caída perto de Hermione. O que ela tinha feito?
- Hermione? - Ele chamou baixo, receoso e preocupado.
Ela deu um pulo involuntário, e voltou-se para ele com os olhos cheios de água.
- Eu sinto muito Draco. Você tinha razão.
Ela olhava com muito pesar, e ele não entendeu. Vagaroso deu a volta no ambiente e quase caiu para trás.
A garota caída no chão, parecendo dormir ou morta, era a própria Hermione. Caiu de joelhos perto do corpo, completamente atordoado.
- O que aconteceu? - Perguntou a olhando trêmulo.
Ela o olhou fundo. Fechou seus olhos com força, deixando que as grossas lágrimas escorressem, suspirou antes de responder.
- Depois que você se foi, eu... estava muito nervosa com tudo e achei que uma boa maneira de esfriar a cabeça era treinar minha magia. Eu entrei em transe, e sai do meu corpo. Expandi e fui onde eu queria ir. Sempre quis fazer isso, mas com você me supervisionando em nunca consegui. Comecei a sentir frio e resolvi voltar. Mas é como se eu não pudesse. Meu corpo me rejeita, eu não sei voltar.
Ele sentiu uma montanha russa de sentimentos em apenas poucos segundos. Raiva, desespero, preocupação, transtorno.
- Você ainda não tem pleno comando de si, Hermione, quando vai entender isso? Sua magia é imprevisível, temos que ter cautela sempre, e o que faz? A pratica sem limites e sozinha? - Sua voz era baixa e contida, não ia transparecer tudo que sentia naquele momento, não adiantaria.
