Seth se levantou, puxando a arma do cara para baixo, se posicionando na minha frente enquanto tentava desarmar o outro sujeito e sair da direção da arma ao mesmo tempo.
- Não! – gritei, mas já era tarde. O barulho do disparo preencheu o local, e logo em seguida a correria deles se afastando.
Me arrastei para o lado de Seth, puxando sua cabeça para o meu colo, seu corpo mole em meus braços.
Coloquei a mão aonde sangrava, tentando avaliar o machucado, o desespero tomando conta de mim rapidamente. Senti as lágrimas escorrerem por meu rosto. Meu único alívio no momento era que a bala não parecia ter acertado um ponto vital.
Ele gemeu baixinho e abriu os olhos.
- Isso dói mais do que eu imaginei – sussurrou com a voz grave, tentando fazer uma piada.
- Seu idiota! Por que fez isso?! – briguei, tremendo. Eu já desisti de tentar controlar as lágrimas, então agora elas vinham quase em cascata. – Você queria morrer por um acaso?
Ele fez que não com a cabeça e sorriu um pouco.
- Eu falei que eu não ia mais hesitar em te proteger – grunhiu, levando a mão até o machucado. Entrelacei meus dedos aos seus, afastando sua mão, antes que ele acabasse piorando tudo infeccionando o local.
- Você não precisava levar um tiro pra isso! – apertei sua mão.
- Sam, ele ia te matar. Eu vi aonde ele estava mirando. Eu calculei os riscos e as chances e achei que valia a pena arriscar. Eu não me arrependo.
- Você consegue se levantar? Eu preciso te levar ao hospital – ele riu um pouco e depois soltou um gemido de dor.
- Você já se deu conta do seu estado?
- Vamos – ignorei suas palavras enquanto tentava ajudar Seth a ficar em seus pés. Senti minha cabeça rodar e quase caí eu mesma. Senti o sangue escorrendo pelo lado de meu rosto e lembrei que eu também tinha sido atingida ali. Nenhum de nós têm a mínima condição de dirigir, e eles quebraram nossos celulares...
- Você tá bem? – perguntou, me apoiando enquanto se apoiava na parede. Tentei focar minha atenção nele, mas tá tudo meio borrado e desfocado. Fiz que não com a cabeça.
- Me dá um tempo – pedi. – Eu também preciso pensar em como resolver isso – limpei o sangue do meu rosto e apalpei um pouco aonde doía, mas não parece tão sério. Bom, alguma merda deu, senão eu não estaria tonta agora... – O quão longe a gente tá do hospital? – nesse momento eu não consigo me situar, então é melhor perguntar logo pra ele.
- Não muito. Eu acho que aguento levar a gente até lá – tentei discutir, mas ele me cortou. – Você obviamente não está em condições de dirigir. Você não tá conseguindo sequer focar seu olhar em algum lugar, Sam!
Concordei com a cabeça e a gente começou a andar até o carro dele, que ainda bem não foi tocado, já que fomos abordados antes de chegar nele, então eles não sabiam que a gente estava com o veículo.
Se chegar ao carro, por si só, já foi uma tarefa difícil, sentar no banco foi ainda pior. Tanto pela dor em meu corpo quanto por vê-lo sofrer para conseguir dirigir.
Uma enfermeira nos recebeu, muito assombrada, assim que a gente entrou. Seth foi levado para outra sala, e eu fui levada para tirar um raio x da cabeça, e a todo o momento ela tentou me manter acordada, conversando comigo sobre os assuntos mais aleatórios.
- Você consegue entrar em contato com os seus responsáveis? – o médico perguntou, assim que entrou na sala. – Seu namorado não vai precisar de cirurgia, já que o tiro não pegou em nenhum órgão e estava localizado em uma área de fácil retirada do projétil – me informou.
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Transições
RomanceSam é uma garota com um passado complicado e marcado por traumas familiares e pessoais, que foi obrigada a virar as costas para toda uma vida e começar tudo de novo ao precisar se mudar para um lugar completamente novo. Movida pela paixão por esport...