Capítulo 2 - Menina Triste

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Harry esperava que transfiguração fosse mais emocionante que feitiços.

Não é que aula tenha sido desinteressante ou inútil, isso seria uma simplificação injusta. O garoto tinha certeza que flutuar uma pena alguns centímetros do nível do solo era uma atividade excitante para crianças dando seus primeiros passos na magia.

É exatamente desta dinâmica que decorria o problema principal.

Harry não era, de forma alguma, um grande mago, bem versado nas artes mágicas e amplamente conhecedor da teoria formal da magia; mas, por outro lado, ele já havia sentido a necessidade de usar magia na pratica, um punhado de vezes em sua vida e a usou!

Nem sempre de forma proposital, ele poderia admitir.

Mas o fato é que para Harry, levitar coisas não era exatamente uma novidade. Na verdade, ele se deu conta logo de cara que adaptar seu instinto natural de fazer objetos voarem sem uma varinha para fazer objetos levitarem com uma varinha era apenas uma questão técnica.

Ainda assim, era justo dizer que seu controle com a varinha era muito melhor que sem ela, porém a sútil diferença, por si só, não era tão entusiasmante quanto poderia ele poderia pensar que seria.

E outra vez, distraído por seus pensamentos errantes, Harry perdeu todo o discurso de abertura da classe.

McGonagall não demorou a distribuir palitos de fósforo para todos os presentes e bastou alguns segundos, e uma bem-vinda dica de Neville, para que Harry percebesse que ele deveria transformar o pequeno objeto inflamável em uma agulha pontuda.

Agora, isso era novidade para ele.

Harry nunca havia tentado usar magia para transformar uma coisa em outra e, pelas instruções no quadro, parecia se tratar mais de intenção e visualização do que poder bruto em si.

Harry precisou de cerca de sete tentativas para conseguir.

O que era muito, considerando que suas professoras das séries iniciais sempre o elogiavam pelo seu incrível poder de intenção e visualização. Isto é, quando elas não estavam repreendendo-o pelo seu, mais incrível ainda, absoluto descaso pelas atividades escolares.

Não que fosse, completamente, culpa dele.

É claro.

"Parabéns Sr. Potter." Elogiou a velha Professora satisfeita com seus esforços "Essa é uma excelente demonstração do feitiço básico de transfiguração." Elaborou ela antes de continuar. "Quinze pontos para a Grifinória. Considere-se liberado do restante da lição, apenas por hoje."

Harry permaneceu algum tempo a mais, praticando o feitiço e auxiliando Neville. Mas deixou a sala ao perceber que seu amigo já havia conseguido compreender o básico do feitiço e poderia muito bem se virar a partir dali.

O garoto ao deixar a sala de aula de transfiguração caminhava calmamente, pelo corredor em direção à biblioteca, quando ouviu algo estranho.

Eram sussurros e pareciam vir pelo corredor virando a esquerda em uma alcova discreta.

A curiosidade, quase sempre incontrolável, para ele, o convenceu a se esconder atrás de uma tapeçaria e escutar a conversa sussurrada do que pareciam ser alunos mais velhos de outra casa.

"Estou dizendo que é seguro, meu pai me ensinou durante o verão." A voz era confiante e sedutora. A natureza naturalmente desconfiada de Harry o faria ter dúvidas quanto qualquer coisa dita por essa pessoa.

Mas, é claro, ele não estava participando da conversa.

"Eu não sei, Connor." Falou uma voz mais baixa e, aparentemente, mais jovem e feminina, parecendo preocupada. "Eu não gosto desse tipo de coisa, eu pedi que me ensinasse a duelar, e estou pagando, mas isso..."

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