|Epílogo|

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Isabella Walker

Encaro o grande placar na extremidade oposta do campo. Estamos na final. Estamos vencendo por um gol de diferença. E faltam 43 segundos para o final da partida.

Mordo o canto do polegar e pulo de um pé para o outro. Eu deveria ter me acostumado, quero dizer, a toda a emoção que o jogo me proporciona, mas a cada partida e a cada vitória meu coração acelera mais e eu fico mais nervosa, talvez porque já faz um ano desde que ganhamos a final do ano passado e meu amor pelo time e pelo capitão só aumentou neste tempo.

É, já faz um ano e alguns meses que Christopher e eu estamos juntos e já faz um ano desde que vencemos o campeonato do ano passado no maior sufoco, um titulo inédito para a Universidade e que, neste ano, buscamos o bicampeonato.

O Juiz sinaliza uma falta no meio do campo para o time adversário, confesso que eles são bons e tem boas jogadas, mas eles não tem o nosso capitão, eles não possuem uma liderança boa e, apesar de boas jogadas, se encontram perdidos nos momentos mais decisivos.

Dez segundos. Nove. Oito. Sete. Seis. Cinco. Quatro. Três. Dois. O Juiz apita e indica o final do jogo. A multidão enlouquece ao meu redor e eu nem ligo mais de estar encharcada de cerveja, de levar alguns empurrões ou então dos gritos, por que eu mesma estou gritando tanto que tenho certeza que estarei rouca na manhã seguinte.

Quando vejo a movimentação no campo e a comemoração dos jogadores, sento na barra de proteção e com o máximo de cuidado que é possível ter no momento, passo uma perna de cada vez, quando vou para pular, sinto duas mãos na minha cintura e não preciso o encarar para saber de quem são.

Me impulsiono para baixo e as mãos firmes ao redor de mim me impedem de atingir o chão, ele não perde tempo em colar sua boca na minha, mas logo desmancho o beijo, porque estou sorrindo tanto que é impossível continuarmos.

– Parabéns, Capitão! – seu sorriso parece aumentar ainda mais ao escutar minhas palavras, esta ofegante e os cabelos pingam suor, apesar do frio que faz esta noite – Eu te amo pra caralho, você merece! Vai lá levantar mais esse troféu.

– Eu te amo! – ele diz antes de me apertar contra seu corpo e colar sua boca na minha, meus braços se prendem ao redor do seu pescoço e por mais que eu saiba que precisamos nos afastar porque ele precisa comemorar e o time o está esperando, sou egoísta ao continuar agarrada a ele.

– É campeão! É. Campeão! – nos separamos no momento em que escuto as vozes conhecidas de Thomas e Peter ao nosso lado, suas vozes se misturando com o canto da torcida.

Corro para os braços do meu irmão que se afasta da namorada para me abraçar e, em seguida, jogo meus braços ao redor do pescoço do meu amigo mais insuportável, que me envolve com a bandeira do time.

Em questões de segundos, o resto do time se junta a nós em uma algazarra sem tamanho, parabenizo todos eles, sem exceção. Nesse 01 ano que Christopher e eu estamos juntos, passei muitas horas assistindo os treinos, trocando ideia com o treinador e invadindo o vestiário deles. Então sei que merecem essa conquista. E sou extremamente grata por eles a compartilharem comigo.

Quando o troféu é trazido para o meio do campo, junto das medalhas, Christopher e o resto do time se arrumam em fileira enquanto esperam que os adversários recebam as medalhas de prata, do segundo colocado. Quando enfim cada um tem sua medalha e eles estão arrumando no pódio, o Treinador entrega o troféu para Christopher.

Meu namorado excita por alguns segundos, sei o que está pensando, sei que não deve se achar no direito de erguer a conquista, por mais que ele seja o Capitão e todos o considerem importante. Seus olhos encontram os meus, sorrio e aceno com a cabeça, e então ele levanta o grande troféu dourado.

Para meu inimigo, com amorOnde histórias criam vida. Descubra agora