o acidente

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Naquela noite, a nevasca que até então era inesperada, havia começado com tudo em 22 de dezembro do ano de 2016, em Lisboa.

— Oi gorotinho, o que você faz na frente desse bar? Onde estão seus pais? Você está perdido? — um homem que passava pela rua percebeu que o garoto estava visivelmente nervoso, pertubado com algo, o menino parecia ter por volta de uns 10 anos e o fato de ele estar na frente de um bar com essa idade o preucupava bastante. Ele tinha um gorro de tricô azul em sua cabeça que parecia ter sido feito à mão, e vestia um suéter de dinossauro, super fofo. Ele choramingava timidamente.

— E-Eu não sei o-onde eles estão...

— Calma, pequeno — o homem enxugou as lágrimas do menor, e tentou fazer com que ele ficasse o mais confortável possível — eu vou te ajudar. Você se lembra onde vocês estavam antes de você se perder deles?

— E-Eu não devia falar com o senhor — ele se afastou um pouco de mim receoso, ele estava muito assustado.

— O meu nome é Ben, qual é o seu? Eu moro à alguns quadras daqui, eu só quero te ajudar, não vou te fazer nenhum mal, eu te prometo. Por favor, me diga tudo o que você acha que pode ajudar para encontrar sua mãe.

Ele parecia ter se acalmado um pouco mais, apesar de sua boca estar tremendo, ele falou:

— Meu nome é Mateo. Eu, minha mãe e meu pai viajamos pra cá — ele deu uma pausa e respirou fundo — para visitar meus avós por parte de mãe e... n-não estava previsto que iria nevar tão forte assim, quando começou a nevasca caiu neve no meu olho, o vento estava me empurrando, eu não consegui ver meus pais, acabei correndo e vindo parar aqui.

Tudo o que o homem conseguia sentir naquele momento, era pena. E quem não sentiria? Ele havia passado no bairro apenas para comprar um presente para sua filha e nunca imaginaria que teria uma criança perdida perto de um bar no meio de uma das nevascas mais grandes que tivera em Lisboa...

— Eu também vim para Lisboa visitar meus parentes, mas enfim, não se preocupe, vamos achar seus pais! Eu só tenho que fazer uma coisa antes, você pode me acompanhar? Preciso ir na loja do outro lado da rua, comprar um presente pra minha filha. Ei, Não se preocupe, eles provavelmente viram que você foi por essa direção e estão te procurando.

O menino negou com a cabeça, levantou ela e disse:

— Eu posso te esperar aqui? — ele tentava se demonstrar forte, mas o mesmo tremia muito, mas não por causa do frio, e sim pela ansiedade.

— Eu não vou te deixar aqui sozinho em nenhuma circunstância! Por favor, me acompanhe, Mateo.

Mesmo insistente, ele pegou na mão do Ben para atravessar a rua com ele. Quando chegaram no outro lado, Ben percebeu que a porta de entrada estava fechada mas, as vidraças estavam expostas e iluminadas. Ele tentou olhar por dentro do vidro e chamar pelo dono da loja, ninguém o atendeu, então ele decidiu desistir, por mais que ele precisasse comprar esse presente para sau filha hoje.

— Poxa, que azar! Mateo?

Ele não estava por perto. Ben olhava aos arredores e não o via, para piorar a neve começou a cair de forma rápida e forte, as lonas que cobriam as lojas estavam prestes a cair diante do vento forte que ocorrera.

— Puta que pariu, Mateo! Vai pra calçada, meu filho! — foi ouvida uma voz feminina, gritando desesperada, do outro lado da rua.

Ben já havia entendido o que estava acontecendo mas, infelizmente ele entendeu tarde de mais. Por uma falta de atenção, por apenas alguns segundos sem o olha-lo, o garoto viu sua mãe e seu pai do outro lado da rua e de imediato correu para ir de encontro a eles. Não se sabe se foi a falta de atenção do motorista, pois quando o carro deu de encontro com Mateo ele apenas deu ré e seguiu o caminho contrário ao que ele estava indo mas, provavelmente foi esse fato e os outros que ocasionaram o acidente, como a falta de atenção de seus pais e a de Ben.

𝒃𝒆𝒇𝒐𝒓𝒆 𝒔𝒖𝒏𝒔𝒆𝒕.Onde histórias criam vida. Descubra agora