Lilith, a história não contada... (reescrita)

13. Dias atuais 2:muito mais que uma carta...

Não venham para mim, com restos

Que nada complemetam

Em suas vidas mortais...

Muito menos que me tratem como segunda opção para nada...

Sendo que eu nasci para ser a primeira...

Não me ofereçam os espinhos,

Antes das flores...

E muito menos me dêem nada

Em migalhas...

Sendo que eu mereço muito mais do que isso...

Muito mais...

Então, simplesmente, não me ofereçam pela metade

Aquilo que eu mereço por inteiro...

Dor...

Minha dor é desmedida...

Como uma folha ao vento...

Minha dor é como um rio

Que flui sempre para frente...

Mas que as vezes volta...

Volta para me atormentar...

Minha dor está aqui

E acolá...

Mas essa dor não é maior

Que a minha capacidade de amar...

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Paris

Eu queria poder apagar toda a dor, que existe no meu coração, esquecendo o que aconteceu nobpasssdo, mas eu sinto, que não posso, quero, ou consigo. Infelizmente, ou felizmente, eu não tinha um espírito tão elevado assim, não, a esse ponto, é claro.

Ainda estou em Paris, dessa vez de dia e abaixo da torre Eiffel observando os pintores criando sua arte. Sinto saudades dos tempos em que Lucy me desenhava, apesar de não ser uma grande beldade, ele conseguia captar o melhor de mim em suas telas, ele era uma artista completo, desenhava bem, e tinha uma voz melodiosa como a de poucos, não é a toa que em seus melhores dias ele foi regente do coral celestial dos querubins, antes de se tornar arcanjo e com isso perder de vez o pouco de humildade que lhe restava, então do nada alguém vem até mim, e através de seus olhos negros logo o reconheço.

- Caim? - Eu estava mais do que surpresa, em ve - lo, naquele exato momento - Eu mal acredito, no que eu estou vendo, logo você, depois de tantos anos, sem ver, ou falar contigo, me parece meio surrel, até demais, de muitas maneiras, que eu nem sei explicar direito, meu amigo...

- Vejo que não me esqueceu apesar de tudo; seu sorriso ainda era encantador apesar dos séculos que se passaram, desde a última vez, em que o vi, em Veneza - Isso prova que você sente algo por mim mais forte que a amizade.

- Sim... Eu o amo como se fosse meu próprio filho, carne de minha carne.

- O amor que lhe dedico é mais ardente, e perigoso; entrelaça seus dedos nos meus - Mas sei que o seu verdadeiro amor se chama Lúcifer... E por isso estou aqui minha boa amiga, tentar fazer o que minha mãe não conseguiu... Te reaproximar de seu grande amor; me entrega uma carta - Leia com carinho, ele derramou sua alma nesta carta.

- Mas...

- Apenas leia...

Dito isso ele vai embora sem me dar o direito de lhe devolver a tal carta sem a ler... O que será que está escrito aqui?

- Só lendo para saber; diz Angeline se aproximando - Estou na paz e quero me redimir por ter separado vocês dois, Miguel me transformou num anjo melhor... Boa sorte Lili.

Vai embora sem me dar chance de falar, agora só me restava ler a bendita carta, que começava exatamente assim:

Minha princesa...

Eu sei que não fui o que você precisava, te trai, humilhei da pior maneira possível. Eu fui um tolo ao ficar com outras mulheres, elas eram lindas e me deram um prazer momentâneo, mas todas elas tinham o mesmo defeito, nenhuma delas, era você, o meu amor imortal. Sei que não sou digno de seu perdão, quem dirá de seu amor, mas eu quero que saiba por meio destas singelas linhas o quanto eu te amo e sempre vou te amar. Lilith você é minha princesa de cabelos de fogo, fiz um reino para nós, mas não tinha o principal, minha rainha, que é meu tudo. Você é meu tudo Lilith e um dia vou te provar isso... Juro por tudo que há de mais sagrado e por nosso amor, que vou te provar a força de meus sentimentos... Do seu eterno apaixonado Lucy".

Quando terminei de ler esta carta meus olhos se encheram de lágrimas, eu o amava e sinceramente não aguentava mais ficar longe dele por mais tempo... Eu o queria bem ali, perto de mim, para que assim, pudesse abraça - lo, beija - lo, e lhe dizer, que tudo estava perdoado, e que não havia mais magoas entre nós dois, porque eu, ainda o amava, até mesmo, quando dizia - lhe, o contrário.

- Ah Lucy eu te perdôo; sinto seus braços me envolverem por trás, como algo magico - Eu te amo...

- Eu também te amo; vira meu corpo de modo que eu possa ver seu rosto - E nada nunca mais vai nos separar.

- Eu não diria isso; nos viramos e vemos Adão com um arco celestial nas mãos, com um olhar perigoso, nos observando cheio de ódio - Vocês pagarão pela traição que me impingiram...

Eu sentia em meu coração, que algo terrível, estava prestes a acontecer, e justamente com o meu amor, quando, finalmente, nos reconciliamos, depois de milênios, separados um do outro, e brigados, como se, a gente não se amasse mais.

- Por favor não o machuque; digo ficando na frente de Lúcifer - Mesmo que não existisse ele, eu jamais voltaria para você, entenda!

- Saia da frente Lilith! Eu não quero te machucar!

- Eu não vou sair... Eu não deixarei que nada aconteça ao amor de minha vida.

- Que seja então...

  No momento em que ele ia atirar a flecha Lúcifer me empurrou para um local seguro recebendo a flecha bem no seu peito. Depois disso me lembro apenas da escuridão. Acordo me sentindo tonta então vejo Adão, e percebo que estou amarrada a uma esplêndida mesa de jantar.

- Que bom, que acordou, minha querida, para enfim jantarmos; ele estava com um olhar psicótico, e com um terno branco, quase impecável, destacando ainda mais ainda o tom escuro de sua pele - Logo, muito em breve, nos casaremos de novo.

- Você está louco, Adão? Ou o quê?

- E dessa vez será para sempre, meu amor, minha querida...

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A serpente...

Em mim, ela está enroscada

Sempre a me sufocar...

E lentamente me enganar,

Me mantendo presa e enforcada...

A serpente da desconfiança, arisca, desgraçada...

Sutil e perigosa, prestes a me matar

Já pronta em seu bote, para me sufocar...

Sendo traiçoeira, caprichosa, criatura peçonhentos e mal amada!

Vida sem sentido...

Dores de um falso esquecimento...

Sentimento de impotência, algo mal resolvido...

Letra e canção de arrependimento, sofrimento,

De corações, traídos, partidos...

E cheios de tolos, parcos e inúteis sentimentos...