Há um cadáver cinzento, duro e rasgado por dentro bem ao lado do lugar preferido da minha cama. Ele se levanta e me conta sobre o sentido da felicidade que se perdeu, e o que a tempestade e o silício tiraram de todos nós.
O futuro do pretérito, o futuro que não foi, junto ao passado que foi e, como um fantasma, assombra com cada jarda da vasta relva da inocência que perdeu seu encanto pelos escombros do tempo presente.
Irônico como quando éramos, olhávamos sempre para frente, o passado era um coitado esquecido. Hoje, precisamos encontrar o amanhecer com muito esforço.
O futuro parece não ter nada a dizer e o silêncio da morte parecia atraente diante de um presente tão violento e caótico.
À nostalgia, escrevo-lhe uma carta. Não agora, quem sabe na semana que vem, no futuro.
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Carta para a Nostalgia
PoetryAquela que fica e nunca segue seu rumo para casa mais. O passado que destrói a centelha de expectativa sobre o futuro pelo tempo que o que foi segue não permitindo que seja. O tempo que gastamos lembrando e esquecemos de viver.