*Joana on*
Eu caminhava de um lado para o outro a tentar engenhar mais um plano, para que aqueles desgraçados caíssem aos meus pés a pedir por perdão e misericórdia :
- Merda e agora!? - gritei já sem paciência e em desespero.
- Acalma-te, sim? - irritou-se.
- Fábio, cala-te meu amor. - dei um sorriso cínico e fui para a casa de banho.Liguei a torneira da banheira na água quente, que viria a encher a mesma. E enquanto isso, eu comecei a despir-me, com calma de frente para o espelho deparando-me com as cicatrizes horrendas e bem marcadas até hoje na minha pele. Nojo, nojo é aquilo que eu sinto por aquele homem que dizia ser meu pai, mas no final do que importa já passou à historia. O pobre coitado morreu num acidente de carro, enquanto fazia a patrulha noturna, ainda não compreendo como um monstro como aquele era considerado um herói ou homem entre os homens, para mim ele não passava de uma simples besta.
Entrei na banheira já cheia de água misturada com sabão, que tinha uma fragrância a frutos silvestres, a minha favorita.
Aquela água morna fez os meus músculos descontrair e consegui ficar de cabeça fria, para finalmente pensar num plano.
*Joana off*
*Rodrigo on*
Estava deitado na cama com o Rafael, que repousava a cabeça no meu peito e a sua perna passava por cima da minha cintura :
- Queres alguma coisa para comer? - perguntei, passando a minha mão nos seus cabelos acastanhados e macios.
- Pode ser. - respondeu - Posso chamar as meninas?
- Ná, deixa estar conhecendo-as bem devem estar ocupadas. - disse com um sorriso sugestivo, fazendo o Rafael corar.Descemos as escadas de mãos dadas, mesmo não namorando eu adoro demonstrar afeto por este ser humano que está à minha direita. Dou um leve e dócil aperto na mão do Rafael que retribui com um sorriso tímido, chego perto do seu ouvido e sussurro :
- Vamos sair depois, quero ir contigo a um sítio. - mordi subtilmente a cartilagem da sua orelha fazendo-o suspirar.Entrámos no restaurante das termas. Passado cinco minutos de espera a empregada apareceu, indicando-nos uma mesa para sentarmo-nos. A mesa era na parte de fora do estabelecimento com uma vista privilegiada para o jardim, que era iluminado por umas luzes que estavam enterradas na terra, ressaltando as roseiras e as árvores que tinham sido plantadas de propósito perto das luzes para sobressaírem :
- Já sabem o que vão querer,
senhores? - perguntou a empregada de mesa.
- Sim. - afirmei decidido - Vou querer massa carbonara, por favor. - pedi educadamente
- E pra mim pode ser bolonhesa, obrigada. - complementou, Rafael.
- E para beber?
- Vinho branco, se faz favor. - a empregada acenou anotando os nossos pedidos, para depois retirar-se.Fiquei a observar o Rafael descaradamente, não me importava se tinha pessoas a olhar com nojo ou com reprovação a única coisa que importa é que eu estou com a pessoa que eu amo, mesmo ainda ele não sendo meu namorado.
*Rodrigo off*
*Rafael on*
Eu sentia o olhar penetrante do Rodrigo em mim. O meu coração batia tão depressa era um sentimento mágico, nem a Joana ou as minhas ex namoradas conseguiram dar-me essa sensação, eu sentia-me envergonhado e amado de tal maneira :
- Rafael. - ele sussurrou o meu nome com tanto carinho, enquanto entrelança os nossos dedos em cima da mesa.
- Rodrigo. - suspiro o seu nome como um convite para ele me beijar.Ele passou a sua outra mão na minha bochecha num toque suave e carinhoso, como se eu fosse feito da porcelana mais frágil do mundo. O Rodrigo começou a se aproximar do meu rosto, lentamente, entretanto eu ansiava os seus lábios nos meus numa dança erótica e excitante. Os seus lábios foram de encontro com os meus, num beijo calmo e apaixonante, mas que foi cortado logo de seguida.
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Uma noite perfeita
RomanceDepois da "luta" e da discussão com Joana e os seus amigos, Rodrigo e Rafael ainda teriam que a enfrentar, pois Joana estava insatisfeita com o resultado querendo ferir e destruir o casal. O passado e o presente atormenta as pessoas e transforma-as...